Preguiça comenta bi mundial e superluta com André Galvão no ADCC: ‘É pessoal’

Preguiça comenta bi mundial e superluta com André Galvão no ADCC: ‘É pessoal’

Por Mateus Machado

Bicampeão mundial pela IBJJF, Felipe Preguiça travou uma batalha antes mesmo de faturar seu segundo ouro mundial consecutivo na faixa-preta. Sempre disposto a desafios, o lutador voltou a testar suas habilidades como meio-pesado e realizou grandes duelos no Mundial de Jiu-Jitsu 2019, na Califórnia (EUA), sobretudo na final contra Gustavo Batista, onde saiu vencedor por decisão após 4 a 4 nos pontos e 1 a 1 nas vantagens.

O casca-grossa ainda encontrou forças e, mesmo mais leve, partiu para o absoluto, onde acabou sendo superado por Marcus Buchecha – que ao fim saiu campeão – em um duelo extremamente disputado, e que para muitos, deveria ter terminado com o triunfo do mineiro. Em entrevista à TATAME após o título, Preguiça falou sobre o que o motivou a lutar como meio-pesado e a intenção de disputar o próximo Mundial como super-pesado.

“Decidi ir de meio-pesado por uma escolha minha, com o objetivo em ser campeão em categorias diferentes, e ano que vem pretendo ir de super-pesado para tentar o ouro em outra categoria e também para chegar mais pesado ao absoluto”, revelou o faixa-preta.

Após o título no Mundial, os desafios de Felipe Preguiça não param por aí. O ano de 2019 ainda reserva a aguardada superluta contra André Galvão no ADCC, marcado para setembro, e o duelo contra Gordon Ryan, em dezembro, pelo Third Coast Grappling.

Confira a entrevista completa com Felipe Preguiça:

-Avaliação do desempenho no Mundial

Lutei em uma categoria abaixo da que costumo lutar, então perdi uns 6kg. Apesar de estar comendo muito pouco, toda a semana estava me sentindo bem, treinando, mas mesmo assim estava acima do peso e isso foi um dos motivos principais de ter lutado o absoluto. Acho que tive uma boa atuação, principalmente no primeiro dia, onde consegui finalizar todas minhas lutas, exceto contra o Buchecha. No segundo dia, avalio que estava um pouco mais desgastado e não consegui impor e fazer o jogo que quero impor nos próximos Mundiais, mas foi o suficiente pra ser campeão e fiquei muito feliz, apesar de não satisfeito. Acredito que a maior dificuldade/desafio e momento de tensão foi o empate com o Buchecha no absoluto e na semifinal da minha divisão, quando o Matheus Diniz quase pegou minhas costas, mas tive o sangue frio para defender e ganhar a luta.

-Final apertada contra o Gustavo Batista

Acho que foi uma luta muito travada, onde ele encaixou a 50/50 no início da luta, que é um dos pontos fortes do jogo dele. Mas Mundial não tem como ser diferente, todo mundo sempre está com muita vontade e disposição pra ser campeão, então avalio como uma luta dura e decidida nos detalhes das trocas de raspagens. Foi um duelo decidido nos detalhes.

-Vantagens e desvantagens de lutar mais leve

Acredito que por estar mais leve, minhas posições de guarda, de embolo e pegada de costas estavam mais afiadas e mais rápidas do que o normal, o que é muito positivo. O ponto negativo de perder peso é que sempre influencia no absoluto por estar mais fraco e mais leve do que poderia estar. Mas faz parte, decidi ir de meio-pesado por escolha minha, com o objetivo em ser campeão em categorias diferentes, e ano que vem pretendo ir de super-pesado para tentar em outra categoria e também chegar mais pesado ao absoluto.

-Derrota para Marcus Buchecha no absoluto

Acho que foi uma luta duríssima e os juízes poderiam ter dado pra qualquer um. Os juízes laterais deram a vitória para ele e o central para mim. Não tenho nada a reclamar, fiz o meu melhor e se terminou empatada, então a decisão não é minha. Se os juízes acharam que por algum motivo ele mereceu mais a vitória do que eu, pronto. Ganhando ou perdendo, fico feliz de fazer essa guerra com ele, que além de um grande ídolo do nosso esporte, é um grande amigo pessoal meu e um atleta de ponta, um verdadeiro campeão.

-Próximos desafios para o restante de 2019

Meu foco para o restante do ano é a superluta do ADCC contra o André Galvão, sem dúvida, e também a superluta contra Gordon Ryan em dezembro, pelo Third Coast Grappling, que foi anunciada recentemente. Estou muito motivado para treinar.

-Preparação específica para lutar o ADCC

Com certeza exige uma maior preparação em relação aos outros torneios. Trata-se de um evento único, em que precisamos treinar técnicas e regras específicas, além de ter que estar com o preparo físico em dia, pois a luta pode chegar a 40 minutos em um alto ritmo.

-Expectativa para superluta com Galvão

Acho que, com certeza, ele vai estar muito preparado, como sempre esteve em todas as suas superlutas no ADCC. Mas essa é uma luta pessoal pra mim, que quero muito ganhar e vou estar na minha melhor forma física no dia. Os fãs podem esperar um grande combate.

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