Fenômeno, Thalison não perde há quase dois anos e diz método: ‘Sem distrações’

Fenômeno, Thalison não perde há quase dois anos e diz método: ‘Sem distrações’

Por Yago Rédua

Um dos maiores fenômenos do Jiu-Jitsu brasileiro, Thalison Soares foi medalhista de ouro em todos os principais eventos da IBJJF e UAEJJF como faixa-roxa na temporada 2017/2018. Logo após o ouro no Mundial da Califórnia (EUA), o lutador recebeu a faixa-marrom ainda no pódio. À TATAME, a promessa comentou o feito e os próximos objetivos.

“Minha temporada de faixa-roxa foi perfeita, assim como a de faixa-azul. Eu consigo aplicar tudo o que eu treino, deixo meu coração em cada treino e em cada campeonato, tento fazer meu melhor sempre, nos treinos e nas competições. Eu já esperava (receber a faixa-marrom). Eu só ainda não tinha completado 1 ano e 6 meses. Eu fiz meu primeiro Grand Slam na faixa-roxa com cinco meses de faixa e no meu primeiro ano como adulto. E agora repeti o mesmo feito. Eu estou bem animado. Espero lutar com os melhores”, comentou.

Sem perder há quase dois anos, desde setembro de 2016, Thalison passou invicto pela faixa-roxa. Para destrinchar um pouco mais desse fenômeno, o lutador contou sobre a preparação mental, a alimentação, os treinos em Nova York (EUA) com os irmãos Miyao, Paulo e João, além de citar a saída de Manaus e o sucesso após chegar na Cícero Costha.

Confira abaixo a entrevista na íntegra com Thalison Soares:

– Última derrota e trabalho mental

A última vez que eu perdi na minha categoria, foi quando eu ainda era juvenil. Eu passei por momentos difíceis, mas me fizeram ser quem eu sou. Eu aproveitei cada lição para transformar o que eu quero em realidade. Eu tenho uma mente, digamos que boa, sei que não tem como ser invencível pra sempre, mas o dia em que isso acontecer (for derrotado novamente), eu vou estar pronto pra voltar mais forte ainda, mas enquanto isso, eu continuo treinando forte para não acontecer, afinal, ninguém quer perder, né (risos).

– Preparação em Nova York (EUA)

O treino na Unity é perfeito pra mim. Eu tenho os melhores parceiros, o melhor professor e amigos que estão comigo em todos os momentos. O Paulo e o João (Miyao) são pessoas incríveis, tenho muito a agradecer a eles por tudo. Pelos treinos, pela amizade, pelos conselhos e etc. Eles compartilham comigo tudo o que eles viveram e me falam o que devo fazer e eu só faço (risos). O professor Murilo também me ajuda muito, consertando meus erros, vendo onde posso melhorar mais, me fazendo chegar ao extremo todos os dias.

Acho que alguma coisa a gente tá fazendo certo… || @bricknewyork

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– Alimentação e rotina de treinos

Eu como normal, só faço dieta em época de torneio. Eu sou vegetariano. Tenho o Kayo que é meu nutricionista, o Beto da Veganway e o André da farmácia Santa Paula. Ele são os responsáveis pelo meu peso, nutrição e mais um monte de coisa. Eu faço crossfit três ou quatro vezes por semana em Nova York (EUA), mas eu treino mais Jiu-Jitsu mesmo.

– Sucesso na carreira como lutador

Tudo está acontecendo tão rápido na minha vida. Com 15 anos, eu sai de Manaus para São Paulo para viver do Jiu-Jitsu na academia do professor Cícero (Costha). Aos 16 anos, eu fui o melhor faixa-azul do mundo. Peguei a faixa-roxa com 17 (anos) e fiz esses feitos com 17/18 anos. Agora, estou de marrom com 19 anos. Eu me dedico 100%. Não perco tempo com distrações. Só tenho muito a agradecer. Tudo ocorrendo melhor do que pensava.

– Legado como lutador de Jiu-Jitsu

Sim, eu quero deixar meu legado para o mundo. Quero poder motivar pessoas a serem melhores. Venho escrevendo minha história e vivendo um momento de cada vez. O resto entrego nas mãos de Deus que ele vai cuidar de tudo. Mas eu sei aonde quero chegar.