Focada no MMA, Michelle Nicolini mira cinturão do ONE Championship e elogia evento: ‘É onde eu quero estar’

Focada no MMA, Michelle Nicolini mira cinturão do ONE Championship e elogia evento: ‘É onde eu quero estar’

Embalada desde que acertou com o ONE Championship, Michielle Nicolini ainda não sabe o que é perder pela organização, com três vitórias em três lutas, todas por finalização, no primeiro round. Seu último compromisso aconteceu março deste ano, quando pelo ONE 69, encaixou um mata-leão para derrotar Iryna Kyselova. Agora, o foco da brasileira é no cinturão peso-palha da organização asiática, atualmente com a chinesa Jingnan Xiong.

Multicampeã no Jiu-Jitsu, Nicolini aposta na força do seu jogo de chão para desbancar a striker Xiong, mas também garante estar preparada para todas as situações. Em entrevista exclusiva à TATAME, a faixa-preta falou sobre os treinos com Demian Maia em São Paulo, o período em Cingapura e, por fim, projetou o seu futuro dentro do ONE Championship.

“No ONE é o lugar que eu quero seguir mesmo. Estou muito satisfeita, como falei, existe o plano, o meu sonho de ganhar o cinturão. Assim como eles, eu também sei que estou em processo de evolução até chegar na disputa do título. Acho que uma ou duas lutas e aí eu estarei apta para disputar o cinturão. É o meu sonho ser campeã”, afirmou a brasileira.

Confira a entrevista na íntegra com Michelle Nicolini:

– Estrutura do ONE e chance de disputar o cinturão

O evento é enorme na Ásia toda, agora também transmitido no Brasil e inúmeros países. Gosto muito de lutar, estou muito satisfeita, no meu caminho, em busca do cinturão que agora pertence a chinesa, mas vou trazer pra gente. No ONE eles me deram uma chance, antes eu lutava eventos menores. Ali no ONE é o lugar que eu quero seguir mesmo. Estou muito satisfeita, como falei, existe o plano, o meu sonho de ganhar o cinturão. Assim como eles, eu também sei que estou em processo de evolução até chegar na disputa do título. Acho que uma ou duas lutas e aí eu estarei apta para disputar o cinturão. É o meu sonho.

– Decisão de largar o Jiu-Jitsu e focar apenas no MMA

Quando eu resolvi parar de competir no Jiu-Jitsu, antes eu tentava fazer tudo, até dava, mas muita coisa ficava um pouquinho de lado. Quando eu tinha campeonato de Jiu-Jitsu, o MMA ficava muito tempo parado. Em 2016, eu resolvi focar só no MMA e passei a sentir muita melhora. Uma evolução na minha parte em pé muito grande. Eu estou focada só nisso. A transição existe, claro, eu sofri um pouquinho no começo. Hoje, eu adoro MMA, talvez mais do que quando você não pode dar soco ou chute. Agora, tudo o que eu vejo é pensando na luta de MMA (risos), então com certeza esse virou o meu novo foco.

– Diferenças e processo de adaptação em Cingapura

Muito, muito diferente. No começo, eu tive três meses lá que foram de adaptação total mesmo. Tanto de treino, quanto da cidade, do país. Muita coisa boa. Cingapura é um dos lugares mais seguros do mundo. Lá, você pode andar na rua 3h, 4h da manhã, que nada vai acontecer com você. É um país muito seguro. Eu tive que me adaptar aos treinos, porque eles buscam muito a luta em pé, o Muay Thai. Aí, eu fui me adaptando aos poucos. No fim, quando eu voltei para o Brasil, é porque eu estava sentindo falta da família. Acabei ficando. Gosto muito, tenho Cingapura no meu coração. Cingapura não é como nos Estados Unidos, que você pega um voo e está no Brasil em oito horas. Cingapura são 20, 25 horas de voo. Meus pais não estavam conseguindo ir me ver, porque eles são mais idosos, então eu tinha que vir para cá também. A família, com certeza, pesou muito, porque somos muito próximos. Quando eu pude unir o treino perto da família, aí resolvi voltar e ficar.

– Retorno ao Brasil pela família e treinos com Demian Maia

Eu moro em São Paulo, capital, e a minha família mora em uma cidade vizinha, que é cerca de 40 minutos. Eu estou treinando na Vila da Luta, de manhã, tarde e noite. Treino lá com o Demian Maia. Ele mesmo puxa a maioria das aulas. Então, me sinto muito privilegiada em aprender um novo esporte com o Demian, que com certeza é uma grande referência.

– Sem vontade de lutar de quimono, mas de olho no No-Gi

Não (sinto falta de entrar no tatame). Eu lutei até um campeonato sem quimono, se aparecer algum depois das minhas lutas de MMA, eu vou lutar, se a logística permitir também. Mas, de quimono, não estou com vontade de lutar. Eu adoro vir, torcer para os meus amigos e amigas, treino de quimono todos os dias, mas não estou com vontade de competir de quimono, talvez daqui a alguns anos, no Mundial Master, algo assim. No No-Gi estamos aí, talvez uma luta casada. Quando eu decidi parar o Jiu-Jitsu de quimono, estava muito decidida. Não ficou aquele: “Ah, não sei se eu paro”. Eu estava muito decidida.