Geração UPP conquista dois troféus e 73 medalhas no Campeonato Brasileiro; leia
Pelo quarto ano consecutivo, a Geração UPP participou do Campeonato Brasileiro da Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu (CBJJ), considerado o maior torneio da modalidade no país e um dos mais disputados em todo o mundo. Ao todo, 114 jovens atletas das mais variadas comunidades cariocas viajaram a Barueri, na grande São Paulo, para a disputa da competição. Na volta ao Rio de Janeiro, a bagagem veio com dois troféus por equipes (no infantil e no infanto-juvenil) e 73 medalhas, sendo 23 de ouro, 18 de prata e 32 de bronze.
Individualmente, um dos destaques foi o pequeno, porém muito forte, Mythis Richard Batista de Oliveira, de 11 anos de idade. Campeão faixa-amarela na categoria ultra-pesado Junior 2, o jovem atleta é aluno do projeto social da Cidade de Deus, liderado pelo cabo da Polícias Militar Flávio Soldado. Dono de um jogo agressivo, “Panda”, como foi apelidado pela mãe, tem grandes ambições no Jiu-Jítsu.
“O que eu quero ser quando crescer? Quero ser um famoso ‘Jiu-jiteiro’ e ganhar bastante dinheiro para ajudar a minha mãe. ”, planeja o jovem campeão, que também explicou o apelido recebido. “Minha mãe me chama de ‘Panda’ porque eu sou muito preguiçoso, mas quando entro no tatame eu viro uma fera, sou mortal, igual um urso”.
Missão cumprida
Com a conquista de 73 pódios nesta edição, a Geração UPP ultrapassou a marca de 200 medalhas conquistadas no mais importante campeonato de Jiu-Jitsu do país. Agora, somadas todas as participações, desde 2015, o projeto chega a 242 medalhas. Tudo isso é possível graças ao apoio dos “parceiros de boa vontade” – Legião da Boa Vontade (LBV), Super Rádio Brasil, Prime Esportes, Boomboxe e Governo do Estado e Secretaria de Segurança Pública -, que juntos reformam salas, doam tatames, quimonos, lanches e, em caso de viagens, cedem ônibus para a delegação. Um dos professores, o cabo Thiago Diógenes comemorou o resultado obtido.
“Nossa proposta é sempre trazer as crianças para os grandes eventos, independentemente do resultado. Claro, ganhar é muito bom, motiva ainda mais nossos atletas, mas só a felicidade deles por esta confraternização já nos deixa muito felizes. O resultado foi bom, foi satisfatório, disputamos contra grandes equipes do mundo e mostramos, mais uma vez, a nossa força, mas o importante é as crianças voltarem para o Rio de Janeiro com o sorriso no rosto. Muitas dessas crianças nunca saíram do Rio de Janeiro e com o projeto têm a oportunidade dessa nova experiência”, disse o policial, que também revelou o próximo passo da equipe. “Vamos fazer um barulho no Sul-Americano. Será no Rio de Janeiro, nossa casa, então vamos fazer um esforço para inscrever o máximo de crianças possível”.