Durinho admite ‘dificuldade’ para topar luta com Demian, mas diz: ‘Uma vitória que me bota no topo’

Durinho admite ‘dificuldade’ para topar luta com Demian, mas diz: ‘Uma vitória que me bota no topo’

* Marcado para o dia 14 de março, o UFC Brasília contará com um card de alto nível para os fãs de MMA. No entanto, o show também será especial para os fãs de Jiu-Jitsu, que aguardam ansiosos pelo combate entre Gilbert Durinho e Demian Maia, co-main event da edição.

Embalado por quatro vitórias consecutivas, Gilbert Durinho vive o melhor momento de sua carreira e sabe que um triunfo diante de Demian Maia pode colocá-lo em uma posição privilegiada na categoria dos meio-médios. No entanto, aceitar um combate diante do compatriota e também faixa-preta de Jiu-Jitsu não foi uma missão fácil para o lutador de Niterói (RJ). Em entrevista à TATAME, Gilbert exaltou a grande admiração que possui por Demian, mas afirmou que precisou aceitar o desafio, tendo em vista que um triunfo diante do renomado adversário o levará a um outro patamar no ranking da divisão até 77kg.

“Quando o UFC começou a conversar sobre essa luta… Eu nunca falei ‘não’ para o UFC e nunca quero falar, mas foi uma luta que fiquei meio receoso de pegar, mais pelo carinho, respeito e admiração que tenho pelo Demian, mas acabou que eu aceitei a luta. Ele demorou bastante para aceitar, até achei que a luta não sairia da conversa, mas deu tudo certo. É minha profissão, para ser campeão eu tenho que ganhar dos melhores e eu nunca vou escolher luta. Mesmo tendo todo um carinho e respeito por ele, é a luta que pode me colocar no topo da categoria, não teria como eu negar essa luta”, disse o casca-grossa, hoje aos 33 anos.

Confira a entrevista com Gilbert Durinho na íntegra: 

– Vindo de quatro vitórias seguidas, esse é o melhor momento da sua carreira?

Até agora, acho que é o melhor momento que vivo na minha carreira, sim. Venho evoluindo bastante em várias áreas e estou mostrando isso em todas as minhas lutas. Acredito que é o melhor momento da minha carreira no MMA, mas eu acho que ainda tenho muito a melhorar e estou buscando isso todos os dias.

– Em 2020 você completa seis anos de UFC. Como você avalia sua participação?

Eu evoluí muito durante esses seis anos que estou no UFC. Entrei na organização ainda muito imaturo, com 7-0 no cartel e com três anos de MMA, no máximo. Desde então, eu vim evoluindo como um atleta num todo. Acho que essa evolução veio não só através dos treinos e das lutas, mas também com muito trabalho de córner que eu fiz, com treinos que fiz com muitos atletas do UFC. Acho que hoje em dia tenho uma maior tranquilidade dentro do octógono, mais experiência, e experiência maior é colocar tudo o que estou treinando em prática. Antigamente, eu treinava muito, chegava em um nível muito bom nos treinos, mas não conseguia colocar isso em prática nas lutas, diferente de hoje em dia, quando chego no meu melhor.

– Como foi para você aceitar uma luta contra o Demain, uma lenda do esporte?

O Demian é uma lenda, né. Quando o UFC começou a conversar sobre essa luta… Eu nunca falei ‘não’ para o UFC e nunca quero falar, mas foi uma luta que fiquei meio receoso de pegar, mais pelo carinho, respeito e admiração que tenho pelo Demian, mas acabou que eu aceitei a luta. Ele demorou bastante para aceitar, até achei que a luta não sairia da conversa, mas deu tudo certo. É minha profissão, para ser campeão eu tenho que ganhar dos melhores e eu nunca vou escolher luta. Mesmo tendo todo um carinho e respeito por ele, é a luta que pode me colocar no topo da categoria peso meio-médio, não teria como eu negar essa luta.

– Como você visualiza o duelo? Muito Jiu-Jitsu ou os fãs podem se surpreender?

Eu estou afiando o meu jogo inteiro, minha trocação, meu Wrestling e meu Jiu-Jitsu. O Demian é um cara muito experiente, muito testado na categoria, então acho que a galera pode esperar de tudo nessa luta. Pode ser que a luta fique em pé, pode ser que tenha muita grade, muito chão. A galera vai ter que ligar a TV no dia 14 de março e conferir, mas eu garanto que quem ver não vai se arrepender (risos).

– Qual é o seu palpite para a luta principal entre Charles do Bronx e Kevin Lee?

Acho que o Charles do Bronx está num ótimo momento, vem evoluindo e é um cara que está melhorando muito a trocação dele também, vem de nocautes. É irado ver onde ele está chegando, levando o nome do Jiu-Jitsu, evoluindo em todas as áreas. Está num momento sinistro da carreira dele, acho que é o melhor momento dele e tem tudo para brilhar nessa categoria. Acredito que ele tem o melhor Jiu-Jitsu dos leves disparado, e melhorando em pé, o Charles se torna muito perigoso. É um teste duro, contra um cara que também tem um Wrestling bom, é completo, mas acho que o Charles consegue uma vitória dominante.

– Seu irmão, Herbert, estreou no UFC com um grande nocaute. Está aprovado?

Meu irmão (Herbert Burns) mandou muito bem na estreia, e é difícil você ver um cara estreando da maneira que ele estreou. Teve uma queda muito tranquila no começo da luta, quase finalizou e acabou nocauteando com aquela joelhada fatal no clinch, foi lindo de ver. É um moleque muito habilidoso, muito bom para essa categoria, com certeza vai fazer barulho na divisão. Ele já voltou aos treinos, quer voltar a lutar em maio, no card de São Paulo. Acho que maio fica muito em cima pra mim, mas vamos ver… Acho que a gente vai, sim, mais pra frente, lutar no mesmo card, mas sem apressar muito isso. Vai ser maneiro demais.

– Na sua opinião, derrotar o Demian te coloca em qual posição nos meio-médios?

Acho que uma vitória dominante sobre o Demian, se eu conseguir dominar ele nos três rounds, ou um nocaute ou finalização, acho que me coloca muito bem na categoria. Esse é o meu objetivo, estou treinando para isso, para ter uma vitória dominante. Sei que é um cara de altíssimo nível, que vai ser um teste muito duro, mas estou trabalhando muito e vamos ver. Agora o foco é todo nele e na minha performance. Já tenho algumas lutas em mente, claro, mas vamos passar pelo Demian primeiro, que já é um trabalho muito duro.

CARD PROVISÓRIO: 

UFC Fight Night 170
Ginásio Nilson Nelson, em Brasília (DF)
Sábado, 14 de março de 2020

Card principal
Peso-leve: Kevin Lee x Charles do Bronx
Peso-meio-médio: Demian Maia x Gilbert Durinho
Peso-meio-pesado: Johnny Walker x Nikita Krylov
Peso-leve: Renato Moicano x Damir Hadzovic
Peso-palha: Amanda Ribas x Randa Markos

Card preliminar
Peso-meio-médio: Elizeu Capoeira x Alexey Kunchenko
Peso-mosca: Jussier Formiga x Brandon Moreno
Peso-galo: Veronica Macedo x Bea Malecki
Peso-galo: Rani Yahya x Enrique Barzola
Peso-leve: Francisco Massaranduba x John Makdessi
Peso-mosca: Bruno Bulldoguinho x Su Mudaerji
Peso-mosca: Maryna Moroz x Mayra Sheetara

* Por Mateus Machado