Artigo: a importância das artes marciais para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças

Artigo fala sobre a importância da prática das artes marciais visando o desenvolvimento cognitivo e social das crianças; leia mais sobre e opine

Artigo: a importância das artes marciais para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças

Artigo fala sobre a importância das artes marciais para o desenvolvimento cognitivo e social das crianças

* Infelizmente, nos deparamos com adultos sem autonomia para resolver seus problemas particulares e sociais. Esse tipo de comportamento ocorre em todos os lugares… Na família, na vida social, no local de trabalho e nas academias de artes marciais (Jiu-Jitsu, Muay Thai, Judô, Boxe, entre outras). Nesse sentido, o comportamento dos pais é determinante no que concerne à forma como as crianças, seus filhos vão desenvolver tais capacidades, e hoje irei falar das responsabilidades dos pais e o papel dos professores de artes marciais em relação ao desenvolvimento social e cognitivo de seus alunos.

Um tempo atrás, eu estava conversando com o professor de Jiu-Jitsu (não autorizou a identidade) que estava enfrentando problemas sérios em relação ao seu aluno de 45 anos, onde as dificuldades eram cumprir horários nos treinos, pagar contas no vencimento (mensalidade da academia de Jiu-Jitsu), ao ponto de deixar prejudicar suas contas particulares, como desligamento de sua água. Suas desculpas eram sempre as mesmas: esquecimento. Sua esposa resolvia todos os problemas domésticos, pois sabia que o marido não tinha autonomia para resolver certas situações.

A autonomia tende a se desenvolver praticamente pela vida inteira. É o que define a capacidade que o indivíduo tem de evoluir nas questões pessoais e de lidar com situações de enfrentamento e interação social que encontrará ao longo da vida, refletindo sobre seus objetivos e tomando decisões baseadas nessa reflexão. Ou seja, o desenvolvimento da autonomia, desde a infância para fase de transição para vida adulta, consiste na competência de exercer a sua liberdade de forma responsável, tomar decisões por si mesmo, definir metas e objetivos e encontrar os meios de como realizá-los. 

Sabemos que a infância é justamente o momento em que ocorre a construção da personalidade da criança, o que é um fator decisivo no desenvolvimento da autoestima e da evolução cognitiva. Ainda é nessa fase que definimos a forma como serão as nossas relações ao longo da vida. Crianças com autonomia se sentem capazes de realizar ações, comunicar-se com os elementos ao seu redor, absorvendo novos conhecimentos, processando essas informações e fazendo suas próprias escolhas. O senso de independência é fundamental para que elas saibam tomar decisões, ter persistências em situações difíceis e interagir com o mundo lá fora, tornando-se adultos capazes de resolver os próprios problemas. 

Por outro lado, temos pais superprotetores que, em muitas situações, não permitem que os filhos executem e tentem resolver atividades sozinhos. O poder de autodeterminação não é uma característica comum a todas as pessoas. Essa capacidade não é inata, ela se desenvolve no indivíduo durante toda a sua existência, mas precisa ser estimulada no início da vida.

Infelizmente, é muito comum observar mães e pais que fazem tudo pelos filhos, e por consequência, não dão liberdade para que as próprias crianças exercitem essas habilidades, que são tão importantes para o seu desenvolvimento cognitivo e psicomotor.

O ideal seria que essas crianças já nascessem e começassem a se desenvolver em um ambiente social, observando e internalizando regras de convivência, o que interfere intimamente nas capacidades de ser autônomo e ser sociável. Dificultar o direito das crianças em desenvolver o seu senso de independência é negar a elas a liberdade de suas ações, desconsiderando sua capacidade de análise e de agir conforme suas próprias normas, estabelecidas por ela mesma com base nas informações disponíveis. Quando os pais não estimulam a evolução das habilidades das crianças, podem fazer com que elas cresçam pensando que não precisa realizar as tarefas, porque vai ter sempre alguém para fazer por elas.

Estimulando desde cedo, as crianças vão se tornar indivíduos decididos, independentes, que sabem o que querem, porque aprenderam a fazer escolhas durante a vida. Do contrário, é comum observarmos adultos tendo problemas em suas vidas conforme o estudo de caso no início do artigo.

É evidente que a família e a escola ocupam um papel de destaque nos processos de aprendizagem da criança, porém, não podemos deixar de lado as artes marciais, que têm recebido cada vez mais um número significativo de crianças nos últimos anos.

Referência 

  • BRITES, Luciana, Impacto no amadurecimento: O desenvolvimento da autonomia estimula os aspectos sociais, cognitivos e motores da criança. No entanto, para isso, alguns obstáculos precisam ser superados. Disponível na Revista Psique n°141 – pag. 56, 57.

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Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 13 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva. Já em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga, e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram: @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva

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