Artigo: a importância do professor de artes marciais em buscar recursos para lidar com famílias problemáticas

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Artigo: a importância do professor de artes marciais em buscar recursos para lidar com famílias problemáticas

Artigo fala sobre como os professores de artes marciais podem lidar com famílias problemáticas (Foto: Reprodução/@henriquesaraivajj)

* Artigo voltado para as artes marciais – Nós, que trabalhamos com crianças, adolescentes e adultos, sabemos que não é fácil lidar com as famílias, e muitas vezes nos pegamos em um conflito no nosso meio familiar, nos afetando profundamente. Resumindo, lidar com as nossas famílias não é algo simples e lidar com famílias do nosso meio profissional é pior ainda, pois requer muita paciência e autodomínio.  

Precisamos entender que a estrutura familiar existente hoje é resultante das inúmeras e múltiplas mudanças demográficas e geográficas que aconteceram na história da humanidade, como adaptações específicas, visando, principalmente, à manutenção e sobrevivência. A família é definida como um grupo de pessoas do mesmo sangue, ou unidas, por casamento ou adoção. Neste contexto, é também uma instituição constituída por uma série de pactos de filiação e aliança, aceita pelos membros. 

Sabemos que cada família é única e tem características muito particulares, como os níveis socioeconômico, cultural e afetivo, a partir dos quais é composta. Também sabemos que todas apresentam características que podemos identificar como integrantes desta instituição universal.

Como todo organismo vivo e mutante, a família pode apresentar situações de organização e harmonia entre seus membros, e também situações de desarmonia e conflitos, o que não configura nenhum tipo de preocupação, pois toda instituição ou pessoa vivencia estas oscilações.

Mas quando as famílias vivem em desarmonia, prejudicando o desenvolvimento integral dos filhos e dando problemas nas escolas e/ou academias de artes marciais, isso se torna insustentável, gerando perdas que muitas vezes são irreversíveis, trazendo prejuízos emocionais para uma vida toda.

As famílias em que as situações de desarmonia ou conflitos tornam-se intensas, frequentes e prolongadas, gerando assim um desequilíbrio, são preocupantes, porque configuram interações patológicas. A família não só é responsável pela lapidação e formação de seus membros, como também pela sua distorção e deformação. 

Entendemos que a formação de um indivíduo seguro, centrado, afetivo, atuante e com capacidade de discernimento e resolução de situações de conflitos e estresse depende de muitos fatores ligados ao vínculo familiar ou social. São características familiares desestabilizadoras, que propiciam o processo do adoecer da pessoa ou do grupo. 

Hoje nos deparamos com muitas famílias em crise constante, dificultando o trabalho dos professores de artes marciais. Não há organização entre eles, não querem assumir suas responsabilidades perante os filhos, querem que os professores resolvam os seus problemas e nunca estão dispostos a desempenhar suas funções como pais. Muitas vezes são negligentes com todos os envolvidos.

Como lidar com famílias problemáticas? 

O essencial é dar limites e, por mais que seja cansativo, esses limites precisam ser explicados quantas vezes for necessário, até que a família aprenda respeitar as normas e regras do local e, principalmente, evitar constrangimentos para o filhos, não tem nada pior que, por exemplo, mandar a criança com o uniforme ou o quimono encardido, expondo a criança até mesmo a sofrer bullying por questões de higiene.

Caso a equipe de artes marciais perceba que não tem mais o que fazer, e a criança ou adolescente esteja correndo risco de vida, como: estupros, maus tratos de todos os níveis, acione o conselho tutelar da sua cidade e faça valer a Lei Federal n° 8.069, de 13 de julho de 1990, em seu artigo 19: “Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio de sua família e excepcionalmente em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária em ambiente livre de entorpecentes”. 

Toda criança tem direito a uma família seja substituta ou não, e privá-la desse direito é encarcerá-la a uma vida de frustrações e perdas irreparáveis, declara supracitada que não importa ao certo que compõem esta família, podendo esta ser substituta, ou seja, ter vínculos sanguíneos não é importante, pois o objetivo maior é o bom desenvolvimento da criança.

Conhecer as famílias e entender a realidade dos pais é essencial para definir estratégias de aproximação e construção de parceria, criar espaços de diálogos e comunique-se de forma construtiva é fundamental para ajudar as crianças e adolescentes.

 

Referências 

  • BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente (1990). 4. Ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicação, 2003.
  • WINNICOTT, D. – A família e o desenvolvimento individual. São Paulo: Martins Fontes, 2005. 

Revista Psique edição n° 53, Patologia Familiar – por Anderson Zenidarci.

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Quem sou eu? Mônica de Paula Silva, também conhecida como Monica Lambiasi, é graduada em Pedagogia desde 2004. Concursada pela Prefeitura de Embu Guaçu – SP, atua há 15 anos como psicopedagoga clínica, área na qual é pós-graduada desde 2006. Em 2008 concluiu pós-graduação em Didática Superior, e em 2009 concluiu pós-graduação em Educação Especial e Educação Inclusiva, em 2017 concluiu pós-graduação em neuropsicopedagoga e em  2022 concluiu pós-graduação em Jornalismo – A importância da ética no jornalismo na atualidade, publicado na Revista Evolucione, pág. 203 https://revistaevolucione.ibra.edu.br/  e atualmente estuda psicanálise e neurociência. Também é escritora.

Contatos: WhatsApp (11) 99763-1603 / Instagram: @lambiazi03

* Por Mônica de Paula Silva

Artigo fala sobre como os professores de artes marciais podem lidar com famílias problemáticas (Foto: Reprodução/@henriquesaraivajj)

Artigo fala sobre como os professores de artes marciais podem lidar com famílias problemáticas (Foto: Reprodução/@henriquesaraivajj)

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