‘Jiu-Jitsu brasileiro é vítima colateral do coronavírus e do bolsonarismo’, publica tradicional jornal francês Le Monde

‘Jiu-Jitsu brasileiro é vítima colateral do coronavírus e do bolsonarismo’, publica tradicional jornal francês Le Monde

Um dos principais jornais franceses, o “Le Monde” publicou, nesta quarta-feira (27), um artigo (leia aqui na íntegra, em francês) sobre a relação do Jiu-Jitsu, família Gracie e o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Segundo o texto publicado por Bruno Meyerfeld, a modalidade é “vítima colateral do coronavírus e do bolsonarismo”.

A matéria do correspondente do Le Monde relata que a arte suave e a tradicional família Gracie racharam por conta das ideologias do presidente Bolsonaro: “O formidável Jiu-Jitsu brasileiro vive um momento de divisões profundas, estimuladas por acertos de contas cruéis entre os integrantes da família Gracie”.

O autor relembrou do episódio de 2018, três dias antes do segundo turno das eleições presidenciáveis, quando os Grandes Mestres Robson Gracie e Austregésilo De Athayde deram uma simbólica faixa preta de Jiu-Jitsu ao então candidato Jair Bolsonaro.

Na época, Reyson Gracie usou as redes sociais para se posicionar contra o ato: “Não fui informado nem consultado sobre essa decisão eleitoreira, que considero um desserviço ao Jiu-Jitsu e também um desrespeito à memória dos mestres Carlos e Helio Gracie, respectivamente, meu pai e meu tio”, escreveu.

O artigo do Le Monde ainda destaca o fato de Bolsonaro promover Renzo Gracie como embaixador do turismo brasileiro. O faixa-preta, em agosto de 2019, chamou o presidente francês Emmanuel Macron de “pescoço de franga” e a primeira-dama Brigitte Marie-Claude de “dragão” (relembre). Para o correspondente, o Jiu-Jitsu se transformou em símbolo da extrema direita.

Sobre a pandemia do novo coronavírus, Bruno Meyerfeld citou o crescente debate nas redes sociais sobre a reabertura das academias em meio à crise sanitária. O tema ganhou força quando, através de um decreto, o presidente colocou as academias como “serviço essencial”. Posteriormente, o Superior Tribunal de Justiça (STF) definiu que estados e municípios têm a liberdade para definir os assuntos de saúde relacionados à Covid-19, e 18 estados mais o DF foram contra o decreto de Bolsonaro.