Médico aponta o Jiu-Jitsu como ferramenta de reabilitação e manutenção da saúde

Médico aponta o Jiu-Jitsu como ferramenta de reabilitação e manutenção da saúde

Se, no passado, o Jiu-Jitsu esteve muitas vezes relacionado à confusão e polêmicas, hoje, a realidade é bem diferente. A arte marcial, criada na Ásia e difundida no Brasil, tem sido tratada por médicos e especialistas da área de saúde como uma das atividades mais completas para crianças e pessoas de idade mais avançada, sendo recomendada, inclusive, para pacientes com patologias cardíacas e em reabilitação pós-operatória. Isto porquê, além de reconhecidamente promover melhora física, oferece benefícios mentais inerentes à prática.

É o que explica o cirurgião cardiovascular Dr. Paulo Prates. Com 25 anos de atuação, o médico, que é natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, é um defensor ferrenho do Jiu-Jitsu como esporte de reabilitação e manutenção da saúde e bem estar.

“O Jiu-Jitsu tem uma particularidade muito interessante. Ele é completo, pois além de ser saudável, trabalhar o fôlego, o alongamento, a força muscular, ele também desenvolve a autoestima e autoconfiança. É muito comum pacientes que sofreram um infarto ou passaram por alguma cirurgia, se sentirem inválidos, menos capazes. No Jiu-Jitsu, ele vai ver que pode até ter alguma limitação física, mas isso não o impedirá de lutar, de aplicar a arte suave. Isso é fundamental para recuperar a autoestima”, afirma o Dr. Paulo.

Ele explica ainda ser comum as pessoas terem receio de iniciar a prática esportiva após determinadas patologias cardíacas por associarem a arte muito intensa e que, portanto, poderia ser prejudicial. Porém, segundo o médico, é exatamente o oposto.

“As pessoas associam muito a reabilitação de pacientes que passaram por um infarto, ou necessitam de alguma cirurgia cardíaca, seja crianças ou adultos, a esportes mais lights. Mas se olharmos de uma forma mais ampla, o Jiu-Jitsu é uma opção incrível para elas, pois é completo e pode ser treinado em diferentes níveis de intensidade. Então faço questão de sempre deixar isso claro. Mas, sem dúvidas, o mais importante é praticar o esporte e lhe dê prazer”, completa.

O discurso do Dr. Paulo não fica apenas na teoria. Apaixonado por esportes, desde jovem praticou natação e surfe. No entanto, aos 50 anos, o Jiu-Jitsu se tornou parte indispensável da sua rotina. Muito por conta dos ensinamentos carregados do tatame para a vida.

“Sempre nadei, cheguei a competir, gosto bastante. Mas é um esporte individual, você está ali na piscina e pode começar a viajar. No Jiu-Jitsu não. Você precisa estar presente ali, não dá para pensar nos problemas, nas tarefas. Precisamos estar com a atenção 100% naquela batalha que é o treino. E isso acaba me ajudando muito, inclusive, nas cirurgias porque muitas vezes a gente lida com situações de estresse, na qual precisamos manter a mente serena para pensar e tomar a melhor decisão. Assim acontece no tatame também”, reforça o médico, que é faixa-azul e treina na academia do ex-campeão mundial Zé Mario Sperry.

Apesar de ter sido apresentado à arte suave em 1999, somente há poucos anos a luta voltou ativamente na vida do médico. O incentivo veio de casa. Seu filho Matheus, de 12 anos, treina e sonha em ser lutador.

“Comecei a treinar na época da minha residência, mas acabei parando por conta da Medicina. Me arrependo um pouco. Mas fico feliz de ter voltado, hoje o tatame é a minha válvula de escape, uma terapia. É o momento que treino com meu filho, posso ver e admirar sua evolução, me sentir admirado e também treinar junto com ele. É um lugar que eu deixo de ser o Dr. Paulo para ser o pai do Matheus. Isso me aproximou muito dele, por isso sempre friso o quão inclusivo o Jiu-Jitsu é. Em todos os sentidos. Toda criança e adulto deveriam ter essa oportunidade”.

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