Jovem de 15 anos morre após sofrer queda em treino de Jiu-Jitsu e ficar tetraplégico

Douglas Souza Braga, praticante de Jiu-Jitsu, ficou quase dois meses internado no Hospital Geral de Nova Iguaçu em estado grave após ficar tetraplégico; confira mais informações

Jovem de 15 anos morre após sofrer queda em treino de Jiu-Jitsu e ficar tetraplégico

Douglas faleceu quase dois meses após sofrer uma queda durante um treino de Jiu-Jitsu e ficar tetraplégico (Foto: Reprodução)

Um triste acontecimento chocou o mundo do Jiu-Jitsu na última segunda-feira (18). Com apenas 15 anos de idade, o atleta Douglas Souza Braga, que tinha ficado tetraplégico após sofrer uma queda durante um treino de Jiu-Jitsu, faleceu após sofrer uma parada cardiorrespiratória. O jovem estava internado no Hospital Geral de Nova Iguaçu desde o dia 27 de julho, data em que a queda ocorreu durante a atividade.

Douglas ficou quase dois meses internado e, nesse período, enfrentou complicações clínicas e também neurológicas. Anteriormente, ele já havia sofrido uma outra parada cardíaca, mas resistiu. O atleta, vale ressaltar, sofreu uma grave lesão na coluna após, supostamente, sofrer uma queda durante um treino no Centro de Treinamento Renan Teodoro, credenciado à GFTeam, em Japeri, município da Baixada Fluminense, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Segundo informações do site “g1”, a mãe de Douglas relata que, no dia 27 de julho, recebeu uma ligação do Centro de Treinamento informado que seu filho havia sofrido uma queda durante o treinamento. Pelo fato do jovem praticar Jiu-Jitsu desde os 8 anos, Suzane Santos, de início, imaginou que nada grave teria ocorrido. O instrutor, inclusive, chegou a dizer que havia sido “uma coisa boba”.

De acordo com relatos, Douglas Braga, que já estava na faixa laranja de Jiu-Jitsu, estava treinando com um jovem três anos mais velho, mais graduado, e sem a supervisão de um instrutor. Naquele momento, acontecia um “aulão”, e segundo um colega do jovem, o professor estava tirando fotos. Douglas foi encaminhado para o hospital, onde foi submetido a uma tomografia e confirmou-se que ele havia ficado tetraplégico.

“A médica disse: ‘Mãe, não foi uma coisa boba. Eu nem sei como falar para vocês, mas o filho de vocês está tetraplégico‘”, disse Suzane, mãe de Douglas. Internado desde então, o jovem precisou colocar três placas de titânio na coluna. No final de agosto, ele chegou a sofrer uma parada cardíaca, mas foi reanimado logo depois.

Ainda segundo a mãe do atleta, durante uma conversa, Douglas havia falado que foi jogado no chão de forma brusca, com um forte impacto, e que “gritou de dor” na hora. O Centro de Treinamento não contava com câmeras de segurança e, diante disso, a família do atleta só conta, no momento, com relatos de colegas de Douglas. O dono da academia, por exemplo, havia falado que não podia se pronunciar sobre o ocorrido, pois não viu o que aconteceu no momento.

Douglas Souza Braga, de apenas 15 anos, era faixa laranja de Jiu-Jitsu (Foto: Reprodução)

Douglas Souza Braga, de apenas 15 anos, era faixa laranja de Jiu-Jitsu (Foto: Reprodução)

A família de Douglas Souza Braga não conseguiu contato com o jovem que, supostamente, estaria envolvido, mas tomou conhecimento de que o mesmo foi expulso da academia pelo professor de Jiu-Jitsu. A mãe do jovem informou que o único suporte que recebeu foi um colar cervical e cerca de R$ 300. A academia, por meio das redes sociais, fez uma vaquinha para arrecadar dinheiro, e o professor chegou a pedir doações de sangue, disponibilizando também um ônibus para levar os possíveis doadores.

O Centro de Treinamento se pronunciou dizendo que lamenta a morte de Douglas e que se solidariza com o aluno e sua família, além de esclarecer que o núcleo segue todas as regras da luta e as normas de segurança. “Dentro das possibilidades”, o CT também afirma que presta suporte à família.

Na última terça-feira, Douglas Souza Braga foi enterrado no Cemitério de Japeri, na Baixada Fluminense, com a presença de cerca de 100 pessoas, incluindo familiares e amigos do jovem. Pai de Douglas, o motorista Isaías Braga, de 50 anos, informou ao “O Dia” que o jovem estava se preparando para ir para um colégio militar e que tinha outros sonhos para a sua vida antes do trágico ocorrido.

“Meu filho era cheio de vida. Tinha apenas 15 anos. Cheio de planos para lutar e viver. Estava se preparando para ir para o colégio militar. Todo mundo está nesse sofrimento. A família está sofrendo. É uma perda muito grande. Todo mundo gostava dele. Era um garoto exemplar”, contou Isaías, bastante emocionado.

O caso, vale ressaltar, está sob investigação da 63ª DP, de Japeri. A Polícia Civil informou na última terça-feira que os agentes vão ouvir mais uma vez o professor de Jiu-Jitsu de Douglas, e que vão analisar os laudos periciais sobre a morte do jovem.

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