Kaynan Duarte aponta Mundial de 2018 como ‘especial’ e comenta vice na Copa Podio: ‘Sei que vou chegar’

Kaynan Duarte aponta Mundial de 2018 como ‘especial’ e comenta vice na Copa Podio: ‘Sei que vou chegar’

Por Yago Rédua

Uma das promessas do Jiu-Jitsu, Kaynan Duarte brilhou no último Mundial da IBJJF e garantiu o ouro duplo na faixa-marrom. Ainda no pódio, foi promovido à faixa-preta pelo técnico André Galvão. Em entrevista à TATAME, o lutador da Atos Jiu-Jitsu comentou que a edição 2018 do torneio teve um sabor especial, citou a batalha com Victor Hugo, da Ribeiro JJ, na decisão do absoluto, e afirmou que pretende fazer história dentro do esporte.

“Esse Mundial foi o campeonato mais importante da minha vida. Fui campeão peso e absoluto, um grande feito que grandes atletas, hoje ícones do esporte, fizeram também. Espero ser campeão mundial na faixa-preta, seguir o feito em muitos outros campeonatos. O Victor Hugo é um grande atleta, todas as lutas que eu tive com ele, nunca foi luta fácil, sempre foi pareada. Acredito que vou lutar com ele mais vezes na faixa-preta também, ainda temos um longo caminho pela frente”, apontou Kaynan, de apenas 20 anos.

Cerca de 15 dias após ser graduado, Kaynan estreou a faixa-preta na Copa Podio, no último dia 16, em Porto Alegre (RS). Nas quatro primeiras lutas, o representante da Atos finalizou todas, chegou a decisão, mas acabou sendo superado por Fellipe Andrew (Zenith BJJ) por 2 a 0 nos pontos. O jovem lutador citou que o torneio serviu para ganhar “experiência” e que pretende retornar para conquistar a tão desejada coroa do evento.

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Kaynan Duarte finalizou as quatro primeiras lutas como faixa-preta em ação na Copa Podio (Foto Camila Nobre)

“Desde quando eu cheguei, sabia que valia mais pontos a finalização. Cria uma vantagem você finalizar, porque tem mais tempo de descanso para a próxima luta. Por isso, busquei mais as finalizações. É a minha primeira vez como faixa-preta aqui na Copa Podio, acredito que a experiência é sempre válida. Às vezes você perde, mas você recua um passo para dar dois passos pra frente. É sempre uma experiência, sei que vou chegar, é só o começo e vamos esperar as próximas edições. Para mim, o GP dos Médios seria bom também, porque no GP dos Pesados eu sobrei no peso. Isso não foi nenhuma desvantagem, mas acredito que eu possa fazer os dois GPs sem nenhum tipo de problema”, projetou Kaynan.

Além dos eventos, o paulista, que vive nos Estados Unidos há cerca de um ano e meio, comentou sobre a experiência com André Galvão, líder da Atos, respondeu também sobre o fato de ser um lutador mais visado pelos adversários, os próximos passos como faixa-preta, foco no ADCC e ACB JJ, além de revelar os atletas que mais gosta de ver em ação.

Confira abaixo a entrevista na íntegra com Kaynan Duarte:

– Lutador visado pelos oponentes

Então, eu acredito que sim (as pessoas têm uma motivação maior para vencê-lo), mas é o que eu falo: sou novo, acabei de pegar à faixa-preta e, querendo ou não, eu treino no melhor lugar do mundo (Atos Jiu-Jitsu). Treino com campeões mundiais. Hoje é o melhor time do mundo. Eu treino com o André (Galvão), que foi campeão mundial várias vezes, treino com atletas que estão na cabeça e foram campeões agora. Acredito que isso, para mim, é muito bom, porque desde que eu treino com eles na faixa-roxa, eu sei o meu nível, que é treinar com um cara que está no topo. Eu sei como é. Isso me ajuda bastante.

– Convivência com André Galvão

Fica muito mais fácil quando se tem um campeão ao lado. Ele é um excelente professor, amigo, sabe dar ótimos conselhos. Tudo que você pergunta, ele sabe responder, a maioria das coisas (risos). Ele está ali, vendo o que você erra e isso facilita muito as coisas.

– Próximos passos como faixa-preta

Agora eu não tenho cabeça muito para frente. Eu só quero aproveitar o momento. Quero tirar um tempo para descansar, porque eu já venho de uma temporada direto, desde o ano passado, com pouco tempo para descanso. Depois eu vou focar nos novos objetivos.

– Foco no ADCC e sonho de lutar ACB JJ

Sim, claro (sobre participar do ADCC). Sempre gosto de estar preparado para tudo. No sem quimono, não gosto de quando falam: ‘Ah, o que você faz? Treina só guarda?’. Não, eu gosto de um treino sempre completo. Eu quero ser bom no com e sem quimono. Agora, no segundo semestre do ano, começa a temporada No-Gi, eu vou treinar para chegar bem nos eventos e o principal é o ADCC. Já o ACB Jiu-Jitsu, hoje em dia, é um dos melhores eventos, eles valorizam muito os atletas. Espero, sim, participar um dia. Eu já lutei alguns eventos, mas não o ACB atual. Eu fui campeão em todos os eventos do ACB que participei e isso ajuda muito também. Tem uma premiação muito boa. Eu ficaria muito feliz de ter uma oportunidade de lutar o evento com grandes nomes do Jiu-Jitsu que já estão lá.

– Lutadores que mais gosta de assistir

Eu gosto muito de assistir ao Leandro Lo lutar, André Galvão. Gosto muito de ver também os meus parceiros de equipe… Mas, eu não tenho tantos ídolos assim no Jiu-Jitsu. Gosto muito de ver as lutas do André (Galvão), um cara que eu aprendi muito, principalmente sem quimono e gosto bastante do jogo do Leandro. São esses dois que eu quero citar.