Líder da RFT, Cromado exalta estreia de Carlston Harris no UFC e abre as portas para ‘novos Moçambiques’
Principal representante da Luta-Livre no MMA, a equipe Renovação Fight Team voltou a ter um atleta dentro do UFC após seis anos: o guianês Carlston Harris, o “Moçambique”, que após estrear vencendo com uma finalização no primeiro round – e de quebra faturar o bônus de “Performance da Noite” -, em maio deste ano, já tem data marcada para voltar ao octógono, dia 18 de setembro, em Las Vegas, contra Impa Kasanganay.
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Fundador da RFT, Márcio Cromado falou sobre a volta por cima após esse período sem representantes no maior evento de MMA do mundo e lembrou o dia em que Carlston Harris chamou a atenção de Dana White.
“Em 2020 eu já estava pensando em me aposentar dos córneres. Estava de saco cheio de ficar ralando e as coisas não acontecerem. Mas veio um chamado em dezembro para o ‘Moçambique’ lutar em Dubai no evento UAE Warriors. Ele venceu um aluno do Khabib Nurmagomedov, que o Dana White foi para ver. O Dana ficou impressionado com a apresentação do Carlston e acabou o contratando”, recordou o treinador.
O debute do peso-meio-médio natural de Guiana não poderia ser melhor: vitória em menos de três minutos sobre Christian Aguilera com um triângulo de mão – especialidade da casa – e um bônus de cerca de R$ 270 mil. O triunfo foi ainda mais especial porque foi o primeiro de um atleta da RFT dentro do UFC. Antes disso, José Maria “Sem Chance”, Luiz “Besouro” e Jorge “Blade” haviam tentado, sem sucesso.
“Para tentar voltar ao UFC foi difícil. Muitos atletas se aposentaram, pararam de treinar, outros saíram da equipe, e realmente o nosso foco era tentar colocar o ‘Moçambique’ lá dentro, que é um cara esforçado, que gosta de treinar, respira luta e vive na academia quase todos os dias. Ele pensa diferente”, exaltou Cromado.
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Para manter a chama acesa, Márcio Cromado pretende investir em uma espécie de divisão de base do MMA. Uma de suas principais apostas é o jovem peso-leve Jefferson “Toddynho”, de 20 anos, que até aqui venceu todas as quatro lutas que disputou como profissional. “Ele está na academia desde os 13 anos. Vem de boas vitórias dentro de eventos importantes, como o Shooto Brasil. É um garoto que estamos trabalhando para o futuro, assim como outras apostas que temos aqui na academia”, revelou o experiente professor.
Ainda há vagas para quem pretende seguir carreira no MMA pela RFT. Márcio faz questão de abrir as portas para aqueles atletas que estão dispostos a investir tempo e energia na busca pelo sonho de viver da luta.
“Desde já, convido os lutadores que estão lendo esta entrevista e sonham em entrar no MMA a fazerem um teste na academia, serão muito bem recebidos. Desde que queiram treinar, claro. Tem muita gente que quer lutar, mas não quer treinar, acha que é fácil, e não é. São anos de trabalho. Muitos lutadores são imediatistas, querem a coisa de uma hora para a outra, mas não é assim que funciona, tem todo um planejamento”.