Manuel Ribamar exalta título mundial sem quimono e diz qual ‘pecado’ faz mal para a evolução no Jiu-Jitsu; saiba mais

Manuel Ribamar exalta título mundial sem quimono e diz qual ‘pecado’ faz mal para a evolução no Jiu-Jitsu; saiba mais

Manuel Ribamar enfim conquistou seu primeiro grande título como faixa-preta de Jiu-Jitsu. Aos 26 anos, ele foi o melhor atleta da categoria meio-pesado no Mundial No-Gi, encerrado no penúltimo fim de semana, em Anaheim, Califórnia (EUA). O pupilo de Rodrigo Pinheiro fez três lutas na divisão. Primeiro, anotou 9 a 0 em Lucas Rocha (ZR Team), depois venceu Mathias Luna (Checkmat) nas vantagens e, por fim, dominou as ações contra Gabriel Almeida (Checkmat) na final.

Apesar de agora campeão, Ribamar quase desistiu de competir na edição de 2019 do torneio sem quimono. Por conta dos compromissos como gestor de sua própria academia, com apenas um mês e poucos dias de existência, ele não tinha mais tempo como antes para treinar em alto nível. O incentivo da esposa, a faixa-preta Nathiely Jesus, junto da sua fé foram essenciais para ele chegar confiante no dia do evento.

“Tem apenas um mês e duas semanas que abrimos nossa academia no Texas”, disse ele em entrevista pós-título. “Eu e a Nathiely somos responsáveis por gerir nosso próprio negócio, tivemos que abdicar de várias coisas para que eu chegasse para ser campeão. A Nathi, por exemplo, deixou de lutar para ficar dando aula em nossa escola. Nós temos aula de 6h da manhã até às 20h e preciso estar presente todos os momentos”.

“Não tive muito tempo de me preparar. Na verdade, apenas três semanas para lutar um evento do porte do Mundial No-Gi. Tive apenas o treino de competição e complemento, fora meus alunos me ajudando da forma que eles podiam. Meu professor Rodrigo me puxou bastante durante os treinos em que eu estava presente. Quando não podia treinar sem quimono, compensava treinando o físico”, disse o casca-grossa.

Manuel Ribamar também apontou o momento decisivo na luta contra Gabriel Almeida, mesmo quando teve a oportunidade de pegar as costas durante o início do combate. “Na final, eu estava focado em vencer. A adrenalina me cansou um pouco, foi o momento em que quase peguei as costas. É muito difícil eu errar aquela posição, costumo fazer bastante, mas o fato de pensar muito no título quase me custou a vitória. Quando concentrei na luta, fiz meu jogo, raspei e controlei o tempo todo. Fui mais tático, decidi deixar a luta fluir para poder pontuar. Foi o que aconteceu, e do meio para o final da luta, eu fiquei mais confortável”.

O novo campeão mundial sem quimono terminou a entrevista oferecendo um pouco de sabedoria ao leitor. “O que impede a evolução de um praticante no Jiu-Jitsu é a falta de ambição no trabalho duro. Eles até querem conquistar, têm o desejo, mas desanimam quando sabem da jornada que vão ter que percorrer para conquistar. Muitos jovens querem viver do esporte, mas poucos estão dispostos a pagar o preço pelo sucesso. É só plantar a semente que você vai colher o fruto. O primeiro passo é acreditar que você pode mesmo quando ninguém pensa igual a você. É o seu sonho, não o deles”, encerrou Ribamar.