Maria Suelen ganha ouro e Judô brasileiro fatura seis medalhas no Grand Slam de Ecaterimburgo
Os presentes de aniversário da CBJ, que completa 50 anos de fundação nesta segunda-feira (18), vieram, antecipadamente, no domingo, diretamente da Rússia. O judô brasileiro encerrou em alta sua participação no Grand Slam de Ecaterimburgo, conquistando mais cinco medalhas. O maior destaque da campanha foi o título da peso-pesado Maria Suelen Altheman, que derrotou a francesa Anne Fatoumata M’Bairo na grande final, de virada.
Mayra Aguiar (78kg) ainda levou a prata e Rafael Macedo (90kg), David Moura (+100kg) e Rafael Silva Baby (+100kg) conquistaram as primeiras medalhas da seleção masculina em 2019, todas de bronze. Com a prata conquistada por Maria Portela (70kg) no sábado, o Brasil volta da Rússia com seis pódios e o quinto lugar no quadro geral, atrás apenas da campeã Rússia (1º) e de Israel (2º), França (3º) e Japão (4º), respectivamente.
A caminhada de Maria Suelen na Rússia começou com vitória sobre a israelense Raz Hershko, o que a garantiu nas quartas. A partir daí, foram duas vitórias sobre compatriotas. Primeiro, venceu Rochele Nunes, que hoje luta por Portugal, nas punições (3 a 2). E, na semifinal, conseguiu o ippon sobre Beatriz Souza para avançar à decisão.
A disputa pelo ouro foi emocionante e Suelen precisou buscar a virada depois de ficar em desvantagem de um waza-ari logo no primeiro minuto de luta com Anne Fatoumata M Bairo, da França. Mais agressiva, a brasileira foi para cima, empatou o combate no tempo normal e, no terceiro minuto do “golden score”, liquidou a disputa com mais um waza-ari.
“Comecei a final perdendo, mas graças a sintonia com o técnico Mario Tsutsui, tive cabeça para conseguir virar o placar. Essa conquista me ajudou bastante no Ranking Olímpico e no classificatório para o Mundial”, avaliou Suelen. “A equipe inteira está de parabéns. Obtivemos três finais e isso mostra que a equipe do Brasil está cada vez mais preparada”.
Na mesma categoria, o Brasil teve a chance de fazer uma dobradinha com Bia Souza, que acabou deixando escapar a medalha de bronze no duelo com a lituana Sandra Jablonskyte.
Mayra Aguiar também chegou à final de sua categoria com três vitórias nas preliminares. Venceu a britânica Yeats-Brown na estreia e, nas quartas, passou pela japonesa Rika Takayama. Na semifinal, novo encontro com a austríaca Bernadette Graf, adversária da brasileira na final em Oberwart e nas quartas em Dusseldorf. Vitória para Mayra por waza-ari e classificação à terceira decisão consecutiva da brasileira no Circuito Mundial da IJF.
Em luta equilibrada com a japonesa Mao Izumi, Mayra conseguiu impor leve vantagem nas punições, mas caiu no shime-waza (estrangulamento) da rival e bateu em desistência.
Os homens subiram ao pódio três vezes no domingo (17), começando pelo bronze do peso- médio Rafael Macedo (90kg). Para conquistar sua primeira medalha em Grand Slam, ele derrotou o russo Khusen Khalmurzaev e o italiano Nicholas Mungai até parar no georgiano Beka Gviniashvili. A medalha veio com vitória por waza-ari sobre o holandês Jasper Smink.
“É minha primeira medalha em Grand Slam e estou muito feliz por essa conquista. Somei pontos importantes no ranking para conseguir minha vaga em Tóquio 2020. Foi um passo muito importante em busca dessa vaga. Mas, temos muito mais competições pela frente, e agora é continuar o trabalho duro para concretizar essa vaga em Tóquio”, projeta Macedo que, com os 360 pontos na Rússia, deve melhorar sua 18ª colocação no ranking mundial.
Em seguida, os pesados David Moura e Rafael Baby fizeram a dobradinha de bronze para o Brasil, batendo, respectivamente, Stephan Hegyi, da Áustria, e o russo Anton Krivobokov.
Eduardo Bettoni (90kg), Léo Gonçalves (100kg), Rafael Buzacarini (100kg) e Samanta Soares (78kg) também lutaram domingo. Bettoni parou em Piotr Kukzera, da Polônia, na primeira luta. Leonardo Gonçalves eliminou o campeão europeu Toma Nikiforov, da Bélgica, mas caiu para o candense Shady El Nahas, que ficou com o bronze. Buzacarini perdeu para o holandês Michael Korrel, número 8 do mundo. E Samanta caiu para Sama Hawa Camara.
Além dos medalhistas, o Brasil ainda teve mais quatro judocas no bloco final. Eduardo Katsuhiro Barbosa (73kg) e Beatriz Souza (+78kg) ficaram em quinto, enquanto Eric Takabatake (60kg) e Daniel Cargnin (66kg) pararam na repescagem, em sétimo lugar.
Na Rússia, a seleção fecha uma sequência de três Grand Slam em dois meses com 11 medalhas conquistadas. Faltou pódio em Paris, mas a recuperação veio em seguida, em Dusseldorf, com cinco medalhas e, agora, mais seis em Ecaterimburgo. Foram dois ouros, três pratas e seis bronzes para o Brasil nos três Grand Slam de início de temporada.