Mário Reis opina sobre briga generalizada no BJJ Stars e Erberth Santos: ‘Vai aprender com isso’
Por Mateus Machado
Multicampeão como competidor e treinador, onde atualmente comanda sua própria equipe em Porto Alegre, Mário Reis esteve presente no histórico BJJ Stars, realizado no último sábado (23), no Clube Hebraica, em São Paulo. O professor compareceu à edição para auxiliar seu atleta, Nicholas Meregali, que venceu Leandro Lo em uma das principais lutas do evento.
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No entanto, infelizmente, Mário também presenciou à briga generalizada que ocorreu no duelo principal do evento, onde Erberth Santos, após alegar lesão no joelho, trocou ofensas verbais e partiu para cima de integrantes da equipe de Felipe Preguiça, seu adversário em questão. A luta não retornou e, desta forma, Preguiça foi declarado vencedor.
Em entrevista exclusiva à TATAME, Mário Reis, considerado um dos principais treinadores de Jiu-Jitsu no mundo à frente da Alliance, deu sua opinião sobre a grande confusão, falando especificamente sobre Erberth, lutador que possui um perfil polêmico.
“Quem sou eu para julgar? Todas as experiências, sejam elas positivas ou negativas, nós estamos sempre aprendendo. Quem nunca errou na vida? Eu sou um cara que na minha vida já decepcionei, errei, fui mau caráter, já machuquei pessoas que me amavam, então eu acredito que todas as experiências ruins que passei me fizeram ser o Mário que sou hoje. Acredito que essa experiência que o Erberth viveu e que todos puderam ver e tirar as próprias conclusões, ele também vai ser um cara que vai amadurecer muito em relação á essa experiência que ele viveu. Não quero julgar ninguém, porque acho que todo mundo faz coisas erradas e todos também tropeçam e caem. Acho que o ser humano, hoje, precisa entender que no mundo as experiências negativas não podem ser chamadas de problemas, e sim como soluções, para que a gente melhores as nossas fragilidades e defeitos. Ele vai se construir, vai aprender e crescer muito com essa experiência”, disse Mário, que seguiu falando sobre o caso ao ser questionado se Erberth Santos deveria receber uma punição pelo ocorrido.
“O ser humano tem que parar com essa história de punir um ao outro. A vida, em si, ensina a gente, ela pune e é perfeita. Acredito que o Erberth não precise de um homem punindo ele. Acho que ele vai, cada vez mais, aprender e amadurecer com os acontecimentos e experiências que ele viver. É nisso que acredito, realmente. Eu fui assim, o Nicholas (Meregali) foi assim, e acredito que todos os grandes homens na vida também foram”.
A respeito das provocações entre lutadores visando promover a luta, prática que é conhecida no mundo como “trash talk” e que virou popular, principalmente, no MMA, Mário considera que não há problema dos lutadores de Jiu-Jitsu adotarem cada vez mais esse processo, desde que não seja algo “forçado”.
“Em relação às provocações, eu acho que tem que vir de dentro de cada um, não pode ser uma coisa forçada. Já tivemos vários exemplos disso, o próprio Conor McGregor, que ficou milionário pelas provocações dele. Claro que ele também é um cara extremamente competente, buscou cinturões e ia ficar milionário de qualquer jeito, mas o ‘trash talk’ fez ele ir para um outro nível, porque vendeu demais. Tinha gente com muito mais sucesso que ele, e o Conor, através dessa característica, conseguiu uma prosperidade financeira muito maior do que muitos com mais autoridade no mundo da luta do que ele. O principal é que isso seja uma verdade que esteja dentro da pessoa, e não um negócio para promover, senão a gente estará colocando uma máscara por cima da nossa essência. A essência precisa estar acima de qualquer coisa”, encerrou.