Marreta vê título mais fácil nos meio-pesados e opina sobre o peso-médio: ‘Muitos queridinhos’

Marreta vê título mais fácil nos meio-pesados e opina sobre o peso-médio: ‘Muitos queridinhos’

Por Yago Rédua

Aos 34 anos, Thiago Marreta vive um dos grandes momentos da sua carreira. Com cinco vitórias nas suas últimas seis apresentações, o brasileiro fará pela primeira vez uma luta principal do UFC, na edição de São Paulo, marcada para o dia 22 de setembro, quando enfrenta o casca-grossa Jimi Manuwa em sua estreia na divisão dos pesos-meio-pesados.

A escolhe veio, mais uma vez, de “última hora”. Com a lesão de Glover Teixeira, Marreta foi a opção para substituir o compatriota e salvar o main event no Ginásio do Ibirapuera, mostrando moral com a organização da qual faz parte desde 2013 e soma 15 duelos.

“Já estou há muitos anos no UFC, tive outras oportunidades de fazer a luta principal, não no Brasil, mas acabou que o meu adversário não assinou o contrato. Eu esperava muito por isso, é um sonho, um momento ímpar na minha carreira. Esperei muito tempo para isso, estou muito feliz. Não é onde eu quero chegar ainda, porque quero ser campeão do UFC, mas com certeza é um momento muito especial”, revelou Marreta em conversa com jornalistas durante Media Day realizado pelo Ultimate no fim de agosto, no Rio de Janeiro.

Na mesma conversa, Marreta falou sobre diversos outros assuntos, desde a sua entrada no “mundo das provocações” para conseguir o combate contra Manuwa – quinto lugar no ranking meio-pesado -, até a concorrência com os “queridinhos do UFC” no peso-médio.

“Acho que o peso-meio-pesado é uma divisão mais fácil nesse aspecto (de chegar ao cinturão). O peso-médio é realmente muito concorrido e embolado, não dá para entender direito. A divisão dos meio-pesados é aquilo ali. Tem o Daniel Cormier agora, esperar o Jon Jones se recuperar das mer*** que faz e pegar o cinturão, e é isso, fica nessa. Nos médios, não. Se você pegar o Top 5, qualquer um pode levar”, disse, ainda prosseguindo.

“Nos médios têm muitos queridinhos, eu vejo isso. Os caras que o UFC quer que cheguem lá no topo mais rápido. Em toda categoria tem, mas nos médios têm muito, como o Chris Weidman, esse Israel Adesanya, o Paulo Borrachinha, tem vários que o UFC bota na escada rolante, isso não é novidade para ninguém. Não que os caras não sejam talentosos, eles são, vencem, mas eles também têm um caminho mais curto dentro da categoria”, opinou.

Confira outros trechos da entrevista com Thiago Marreta:

– Uso do ‘trash talk’ para conseguir o main event em São Paulo

Me coloquei a disposição para enfrentar o Manuwa, ele não aceitou de início, então resolvi dar uma provocada no Twitter, colocar que ele não aceitou a luta. Eu postei que ele estava vindo de derrota e não queria ter mais uma, por isso não iria lutar comigo. E aí o Twitter realmente bombou, muita gente compartilhando, e a partir disso o UFC também pressionou mais ele. Ele não tinha outro adversário, ninguém, e não tinha uma luta principal para o UFC São Paulo, então acabou mordendo a isca e disse que vinha ao Brasil me mostrar o que era respeito. Através desse ‘trash talk’, algo que nem é a minha praia, consegui a luta.

– Importância da provocação e adaptação ao seu estilo quieto

Acho que faz parte (essa provocação), tenho sim que fazer, só não posso perder a minha identidade. Eu sou um cara tranquilo, então tem um limite, sem desrespeitar. Pra mim, tem um limite. Caras como Chael Sonnen, Conor McGregor, e outros, eles passam desse limite. Eu vou procurar fazer quando necessário, mas sempre do meu jeito, com respeito.

– Peso no ritmo de luta por atuar quatro vezes em 2018

Eu gosto de manter o ritmo de luta, isso me faz bem, me manter sempre em competição. Você vê os caras que voltam de suspensão, ficam dois anos parados, quando retornam, não é a mesma coisa. Quando você fica muito tempo fora, não digo nem por parte de treinamento, digo toda a atmosfera que envolve a luta em si, você sente. Então viver isso de novo em pouco tempo, eu não tomo aquele baque de toda essa atmosfera que envolve a luta. Sem falar que faz bem para o bolso, né (risos). Quanto mais lutar, mais você ganha. A gente (lutadores do UFC) não ganha salário, ganha por luta, então bora lutar.

– Reconhecimento maior por parte do Ultimate e dos fãs

Graças a Deus eu sou bem visto na organização, e pelo público em si, não só no Brasil, mas no exterior também. Inclusive lá fora, nos Estados Unidos, eu sou mais parado do que aqui (no Brasil). Hoje eu sou mais conhecido lá fora, mas depois dessa luta (contra o Manuwa, em São Paulo) também vou ganhar fãs aqui. Sobre a organização, realmente eu só recebo elogios, nocauteio ou sou nocauteado, quando são três rounds, são lutas duras, então não tenho o que reclamar do UFC, com certeza estou muito feliz na organização.