Renato Moicano fala sobre adaptação aos EUA e combate no UFC Vegas 30: ‘Vencer de qualquer jeito’
* Sem lutar desde dezembro do ano passado, Renato Moicano será um dos brasileiros em ação no card do UFC Vegas 30, que acontece neste sábado (26), em Las Vegas, nos Estados Unidos. Vindo de uma derrota por nocaute para Rafael Fiziev em sua última apresentação, o lutador natural de Brasília vai em busca de recuperação e, consequentemente, da sua segunda vitória na categoria peso leve, onde estreou em março de 2020, com um excelente triunfo sobre Damir Hadzovic em apenas 44 segundos de combate.
Atualmente com 32 anos e um cartel de 14 vitórias e quatro derrotas no MMA profissional, Moicano conversou com a TATAME e fez uma avaliação de Jai Herbert, seu adversário, que tem como principal arma a luta em pé, mas em sua última apresentação, acabou sendo nocauteado pelo brasileiro Francisco Massaranduba.
“Eu acho que ele vai tentar manter a luta em pé. Mostrou um bom trabalho contra o Francisco Massaranduba em todas as áreas da luta, conseguiu sobreviver no chão, dar um nockdown, depois escapou das costas, pegou as costas… Então, apesar dele ser um striker, é um atleta completo, e a gente vai tentar explorar todas as brechas que ele der. Vamos estar preparados da melhor forma possível para chegar no sábado e levar essa vitória para casa, não importa como, seja em pé, seja no chão… O que importa é a gente ter uma boa apresentação, esse é cada vez mais o meu foco, e a vitória será consequência do trabalho”, projetou ele
Ao longo do bate-papo, Renato Moicano deu mais detalhes da sua preparação, falou sobre a rotina na American Top Team, a importância dos inúmeros brasileiros na equipe, situada na Flórida (EUA), e muito mais.
Confira outros trechos da entrevista com o lutador:
– Preparação para a luta contra o Jai Herbert
Foi muito bom (o camp para a luta). Tive bastante tempo, mais tempo até do que eu precisava, fiz um camp de oito semanas, realizei os sparrings certinhos, não faltei nenhum treino. Fiz todo o padrão, treinei bastante, estudei o adversário, estou preparado no condicionamento físico e o corpo está inteiro. Então, a gente espera chegar lá no sábado e dar um show para a galera. Agradeço à American Top Team, que é realmente uma das melhores academias do mundo, eleita por quatro/cinco anos consecutivos a melhor academia do mundo. É uma grande honra poder treinar lá. (Sobre a luta), espero sempre o melhor possível: a vitória.
– Auxílio da ‘legião de brasileiros’ no dia a dia
Ajuda em tudo, só tem uma coisa que atrapalha, que é aprender inglês (risos). O meu inglês, até hoje, é muito ruim porque a gente só fala em português. Realmente a adaptação foi muito fácil, porque é como se eu estivesse no Brasil. A gente só fala português, aí sai da academia, vai num restaurante brasileiro, no mercado brasileiro, tudo que precisa, resolve com brasileiro… O mecânico é brasileiro, vai cortar o cabelo, é brasileiro. O Sul da Flórida, principalmente onde fica a American Top Team, é um ‘mini Brasil’ mesmo (risos), até o clima favorece. As praias de Coconut Creek, perto de Miami, no Sul da Flórida, Boca Raton, por exemplo, é tudo bem parecido com o clima do Brasil. É muito engraçado, às vezes até esqueço que estou nos Estados Unidos.
– Maior evolução durante o período na ATT
Eu sinto que evoluí muito no grappling desde que cheguei na American Top Team. Apesar de eu ter vindo de uma academia muito forte no Brasil em Jiu-Jitsu, acho que por eu ter treinado muitos anos Jiu-Jitsu, desde os 10/11 anos, a minha vida inteira, quando eu comecei a direcionar pro MMA, meio que larguei o Jiu-Jitsu de lado e me dediquei totalmente ao striking. Só que aqui na ATT a gente dá muita prioridade à parte do Wrestling, grappling, para o MMA de uma forma mais completa, e é nisso que eu tenho me dedicado. Por exemplo, todo lutador que chega na ATT com algo diferente, a gente tenta treinar com ele, aprender. Acho que a soma desses conhecimentos e técnicas durante anos está prestes a pagar os dividendos para a minha carreira. Esse investimento que eu fiz de vir para a American Top Team, para aprender novas coisas, vai começar a me pagar de forma favorável nesse sábado, que é o que a gente espera: um bom resultado.
– Adaptação aos Estados Unidos e crescimento
Eu não sei, porque realmente eu sempre fui um cara muito focado nos treinos, muito mesmo. Treinava muito mais até do que eu precisava. Inclusive, no Brasil, tenho a impressão que eu treinava até mais do que treino aqui. Só que agora estou mais velho, com 32 anos, com 10 anos de carreira, então tenho sentido que meu corpo não aguenta mais tanto treino, aí busco mais treinos de qualidade. A respeito de vir para os Estados Unidos e ficar mais focado, eu não sei, sinto a mesma coisa (no Brasil). Me dedico o máximo possível, porque a vida tem poucas oportunidades, e quando a oportunidade vem, a gente tem que agarrar. Foi exatamente o que eu fiz na minha estreia no MMA, peguei a luta com uma semana, consegui vencer e botar uma sequência de vitórias. A primeira luta no UFC foi a mesma coisa, peguei a luta com uma semana/uma semana e meia e consegui finalizar um adversário duro no segundo round. Desde então, eu aproveito toda oportunidade que a vida coloca. Não consegui vencer em todas, mas uma coisa que eu faço é me preparar para esperar essas oportunidades, porque uma hora ou outra a minha hora vai chegar, então fico sempre preparado e esperando a próxima oportunidade, e se não chegar, eu vou buscá-la. No sábado, é uma dessas chances.
– Planos para o futuro dentro do Ultimate
A gente faz muitos planos. Naquela luta contra o Rafael Fiziev, eu tinha feito muitos planos… De quem que eu queria lutar, quem não queria. E eu sei que sou um atleta mais completo que ele, sei que eu poderia ter vencido aquela luta ali, mas não rolou. Então, sobre planejamento, eu mudei um pouco, agora o foco é todo no Jai Herbert, no sábado. É essa a luta que eu tenho que fazer, vou tentar me apresentar da melhor forma e trazer a vitória. Depois eu vou falar sobre o que eu quero e não quero, agora tenho essa obrigação de ir bem.
CARD COMPLETO:
UFC Vegas 30
UFC Apex, em Las Vegas (EUA)
Sábado, 26 de junho de 2021
Card principal (17h, horário de Brasília)
Peso-pesado: Ciryl Gane x Alexander Volkov
Peso-pesado: Tanner Boser x Ovince St. Preux
Peso-galo: Raoni Barcelos x Timur Valiev
Peso-pena: Andre Fili x Daniel Pineda
Peso-meio-médio: Tim Means x Nicolas Dalby
Peso-leve: Renato Moicano x Jai Herbert
Card preliminar (14h, horário de Brasília)
Peso-meio-pesado: Kennedy Nzechukwu x Danilo Marques
Peso-meio-médio: Shavkat Rakhmonov x Michel Trator
Peso-meio-médio: Warlley Alves x Jeremiah Wells
Peso-meio-pesado: Marcin Prachnio x Ike Villanueva
Peso-galo: Julia Avila x Julija Stoliarenko
Peso-pena: Charles Rosa x Justin Jaynes
Peso-leve: Yancy Medeiros x Damir Hadzovic
* Por Mateus Machado