Monique Elias fala de projetos pessoais e cita expectativa em busca de mais um ouro no Mundial
Faixa-preta da Alliance, a campeã mundial Monique Elias chega a Long Beach com uma motivação a mais para o Campeonato Mundial da IBJJF, que ocorre no fim de maio, na Califórnia (EUA).
Monique está animada e vai em busca do segundo título mundial na faixa-preta, e depois, dedicar-se aos seus projetos pessoais como, por exemplo, sua loja de trajes aquáticos, uma paixão sua desde pequena. A atleta também explicou o motivo de ficar ausente das competições depois de medalhar no Mundial 2017.
“Faz um tempo que eu tenho focado somente no Pan e Mundial. São os campeonatos que eu mais gosto de lutar e é o que me proporciona as melhores sensações. Por oito anos consecutivos, eu lutei todos os campeonatos e sei bem como são os dois lados da moeda. Achei melhor priorizar para poder me dedicar à outras coisas também. Assim, eu tenho um semestre de competição e o outro livre para dar sequência nos meus projetos pessoais. Hoje eu tenho um projeto grande saindo do forno, que não tem nada a ver com Jiu-Jitsu, e ainda está em andamento. Assim que possível eu vou falar para o meu público. Tenho também uma marca de trajes para esportes aquáticos, que é outra paixão minha. Estamos trabalhando para ampliar a marca, pois quero exportar e atingir outros esportes também. Esse foi um sonho de menina que se realizou. Na academia, eu fiz muitas reformas, mudanças, para chegar onde estamos hoje. É um ambiente lindo, limpo, confortável e acolhedor. Quando eu pisei pela primeira vez naquela academia, eu sabia que ele precisava de mim (risos). Brincadeiras à parte, hoje em dia minha posição é de aluna mesmo. O Mário (Reis) gerencia junto com nossa equipe”, explicou Monique.
Campeã mundial em 2016, ano do seu primeiro título na faixa-preta, Monique contou como se sente ao encarar mais um torneio mundial da IBJJF, agora em 2018.
“Realmente, em 2016, foi a realização de uma das minhas metas de vida. Eu lembro que, com um mês de faixa-branca eu nem rolava ainda e eu decidi que ia ser campeã mundial na faixa-preta. Baixei a cabeça e trabalhei todo o santo dia para realizar isso. Realizei e hoje em dia eu me sinto diferente em relação a essa vontade de querer mais do que tudo o primeiro lugar no pódio. Hoje, o valor que carrego comigo em um campeonato, é o amor pelo Jiu-Jitsu, antes era realização. A gente vai amadurecendo e as coisas vão mudando. É claro que eu treino e luto para vencer sempre, mas existem inúmeras formas de vencer. Eu tenho que, acima de tudo, me vencer para entrar em um campeonato. Pode ser que eu acorde inspirada e faça excelentes lutas, mas pode ser que não seja meu dia e algumas coisas podem sair do controle. Sei que é preciso estar pronta pra todas as possibilidades. O campeonato faz a gente crescer muito internamente e acredito que seja por isso que eu não consiga dizer não ao Mundial. Minha busca pela evolução é constante. Isso faz eu me sentir feliz”, contou Monique, antes de falar sobre sua mente blindada no Jiu-Jitsu.
“Eu sempre afirmei para o Mario que meu Jiu-Jitsu é 90% cabeça. Isso varia de pessoa para pessoa. Claro que a gente treina para fazer com que o psicológico fique blindado, mas já houve situações em que eu lutei muito bem sem ter treinado. Teve um mundial de Abu Dhabi que eu tinha quebrado meu pé um mês antes, lutei sem treinar e fui campeã. Quando operei o quadril e fiquei três meses parada, treinei duas semanas e fui campeã no Pan. Foi tudo na vontade mesmo. Porém, existe o outro lado da moeda. Assim como você pode ter um psicológico incrível, ele pode te destruir também. É uma linha tênue. É algo que tem que ser trabalhado diariamente”, encerrou.