Multicampeã de Jiu-Jitsu, Cláudia do Val revela ter sofrido assédio sexual do ex-treinador De La Riva: ‘Entrei em pânico’

Multicampeã de Jiu-Jitsu, Cláudia do Val revela ter sofrido assédio sexual do ex-treinador De La Riva: ‘Entrei em pânico’

Cláudia do Val começou o ano com a conquista do ouro no Europeu (Foto Mike Anderson)

Tetracampeã mundial de Jiu-Jitsu, Cláudia do Val fez uma importante declaração ao canal do YouTube “Unleashed – The Game Changers”, de Paola Diana. A faixa-preta revelou que sofreu assédio sexual do seu ex-treinador, Ricardo De La Riva, em 2015. A lutadora contou que na época vivia um momento delicado na vida pessoal após deixar um relacionamento abusivo, descobrir que estava com bulimia e, todos esses problemas, acarretaram em uma depressão.

Do Val relatou que tudo começou quando De La Riva, em uma mensagem no WhatsApp, disse que iria até a casa dela para fazer uma massagem. Naquele momento, Cláudia pensou que tudo fosse uma “brincadeira”. No entanto, para a surpresa da atleta, hoje aos 31 anos, o professor logo apareceu na sua casa.

Sob uma forte emoção, Cláudia disse que sofreu uma angústia com toda a situação e que via De La Riva como um pai: “Eu era muito ingênua em relação a ele e você pode dizer que eu era burra, porque tinha 25 ou 26 anos na época. Nunca passou pela minha cabeça que eu era uma mulher e ele era um homem, ele era como meu pai. (…) Entrei em pânico um pouco, mas eu estava tentando me convencer de que estava tudo bem. Eu era como ‘ele é como meu pai, quero dizer, é normal que seu pai vá à sua casa fazer uma massagem’. Mas então eu fiquei tipo: espero que ele esteja brincando”, relatou a brasileira, que seguiu:

“Ele chegou na minha casa, pediu uma massagem. Meu coração estava como, quase saindo do meu peito. Mas eu fiquei tipo: ‘Vai acabar logo, espero que ele vá embora e a massagem termine’. E ele ficou tipo: ‘Ok, é a minha vez agora’. Naquele momento, eu não sabia o que fazer comigo mesma. Havia algo morrendo dentro de mim, eu não sabia o que fazer. Ele começou a me tocar. Eu não disse não, não o parei… Estava morrendo por dentro. Eu o odeio tanto. Embora não tenha dito ‘não’ com a minha voz, tenho certeza de que a minha linguagem corporal estava dizendo ‘não’, porque não era uma escolha. Eu era como uma estátua”.

Vale lembrar que, em setembro do último ano, com exclusividade à TATAME, Do Val contou que estava de saída da equipe De La Riva e elencou alguns motivos que a fizeram deixar o time, como a falta de apoio e a cobrança de mensalidade, por exemplo. Cláudia, então, passou a defender a bandeira da Soul Fighters.

A TATAME entrou em contato com Ricardo De La Riva, mas não obteve retorno até fechamento da matéria.