Na bronca com decisões dos jurados, Bruno Bulldoguinho vê brasileiros prejudicados e diz antes do UFC Vegas 22: ‘Entrar para matar’

Na bronca com decisões dos jurados, Bruno Bulldoguinho vê brasileiros prejudicados e diz antes do UFC Vegas 22: ‘Entrar para matar’

* Em busca da sua primeira vitória no Ultimate após três lutas, o peso-mosca Bruno Bulldoguinho terá um importante compromisso neste sábado (20), quando vai enfrentar o sul-africano JP Buys pelo card do UFC Vegas 22, nos Estados Unidos. E apesar de uma suposta pressão por conta do momento ruim dentro do octógono, o brasileiro de 31 anos, em entrevista à TATAME, se disse tranquilo e focado antes de voltar à ação.

Parceiro dos irmãos Patrício e Patricky Pitbull – astros do Bellator -, Bulldoguinho realizou quase toda a sua preparação para o combate no Brasil, mais precisamente em Piracicaba, interior de São Paulo, sua cidade natal. Lá, contou com o auxílio luxuoso de Henry Cejudo, ex-campeão duplo do Ultimate e amigo do lutador.

“Fiz praticamente a preparação toda no Brasil, bem parecida com a última, só que agora mais acostumado ao sistema de treino. Aquela vez (contra o Tagir Ulanbekov, em outubro) tinha sido minha primeira luta de volta ao Brasil após muito tempo morando nos EUA, então tive que montar um time de MMA na minha cidade e organizar tudo. Para o duelo com o JP o pessoal já estava mais acostumado, o Henry ajudou também, e fluiu. Nos últimos dez dias vim para Phoenix finalizar o camp e agora é ir com tudo”, falou o brasileiro, contando ainda como construiu sua relação com os irmãos Pitbull, Cejudo e Eric Albarracin, treinador deles.

“Essa relação já vem de muito tempo, a gente treina junto desde 2012 praticamente, primeiro na Team Nogueira, no Rio de Janeiro, e depois na Pitbull Brothers. São noves anos com eles (irmãos Pitbull), moramos juntos nos Estados Unidos um período, então o laço é muito forte. A parceria com o Eric também vem lá de trás, ele tem muito contato com o Patricky e o Patrício, desde o Rio, e nosso laço cresceu. Durante a minha primeira passagem pelos EUA às vezes eles vinham pra cá, a gente treinava junto, outras vezes eu que ia para Natal, e a amizade fortaleceu até chegar também no Henry Cejudo. Na Pitbull Brothers o treino é muito bom na parte de strike e nos EUA o forte é o Wrestling, com o Albarracin, o que dá um somatório muito bom”.

A respeito do próximo adversário, Bruno analisou as armas de JP Buys, que tem como forte a luta agarrada, e projetou sobre o confronto: “Ele é um wrestler, um cara que não troca em pé, fica enganando ali pra quedar, então treinei muito isso, minha defesa de quedas, cair e levantar, sair do grappling, que é a parte confortável dele. Sei que é MMA, vamos fazer de tudo, mas a estratégia é manter a luta em pé. E espero nocautear”.

 

Bronca com decisões dos jurados

As duas derrotas que Bulldoguinho acumula no octógono vieram na decisão dos jurados, ambas por unanimidade. As polêmicas em relação à pontuação, entretanto, vêm crescendo cada vez mais por parte dos lutadores, e o brasileiro fez coro, em especial citando o revés em outubro passado para Tagir Ulanbekov.

“Derrota nada, ganhei essas lutas. Palhaçada do cara***. Tipo, não é puxando pra mim, mas eu analisei a luta, vi os detalhes, cada juiz vê a luta de um jeito, mas na minha cabeça eu não perdi para o Ulanbekov. Analisei cada round, venci o primeiro, perdi o segundo e ganhei o terceiro, e aí deram decisão unanime para o cara? É sacanagem. Sinto que teve uma influencia muito grande no resultado o fato da luta ser na casa do cara, nos Emirados Árabes Unidos, ele ser primo do Khabib, enfim. Mas o pessoal adorou, a luta foi boa, porradaria, então me sinto bem, feliz e sem pressão para continuar o trabalho”, argumentou Bruno, antes de encerrar.

“Brasileiro, principalmente, tem que ficar ligado. Se eu fosse loiro de olho azul da Europa, iam dar a luta pra mim, mas sou brasileiro, sofredor, favela, aí os caras olham de lado. A gente tem que ir lá para matar, e esse é o meu plano. Tentar definir a luta (diante do JP) para não ter decisão dos jurados”, completou o peso-mosca.

CARD COMPLETO:

UFC Vegas 22
UFC Apex, em Las Vegas (EUA)
Sábado, 20 de março de 2021

Card principal (23h, horário de Brasília)
Peso-médio: Derek Brunson x Kevin Holland
Peso-leve: Gregor Gillespie x Brad Riddell
Peso-palha: Cheyanne Buys x Montserrat Conejo
Peso-galo: Adrian Yanez x Gustavo Lopez
Peso-meio-médio: Song Kenan x Max Griffin
Peso-pesado: Tai Tuivasa x Harry Hunsucker

Card preliminar (20h30, horário de Brasília)
Peso-galo: Marion Reneau x Macy Chiasson
Peso-leve: Léo Santos x Grant Dawson
Peso-médio: Trevin Giles x Roman Dolidze
Peso-galo: Montel Jackson x Jesse Strader
Peso-mosca: Bruno Bulldoguinho x JP Buys

* Por Diogo Santarém