OPINIÃO: após brilhar no Boxe, Ngannou ficou grande demais para o MMA? Leia e opine
Apesar da derrota por decisão dividida, onde o resultado foi questionado por muitos, Ngannou saiu muito maior do que entrou no ringue em Riyadh
Ngannou teve grande atuação contra Fury em sua estreia no Boxe (Foto: Divulgação/Top Rank)
Mais que uma luta de Boxe, o compromisso de Francis Ngannou contra Tyson Fury, lenda da nobre arte, envolveu também o futuro do camaronês. A grande atuação diante do campeão mundial dos pesados – e invicto na modalidade – representa ao ex-campeão do UFC a possibilidade de desbravar novos horizontes na carreira e faturar como nunca um lutador de MMA fez – talvez, nem mesmo Conor McGregor.
Apesar da derrota por decisão dividida, onde o resultado foi questionado por muitos, Ngannou saiu muito maior do que entrou no ringue em Riyadh, na Arábia Saudita, no último fim de semana. Conquistou um knockdown e ouviu de Fury, ainda no ringue, que tinha sido o adversário mais duro dos últimos dez anos.
Olhando para o MMA, o que ainda interessa para Ngannou? Uma superluta contra Jon Jones – atual campeão dos pesados do UFC. Como assinou contrato com a PFL, o confronto, via a política de Dana White, é praticamente impossível. Esportivamente, “The Predator” pode ser derrotado nas artes marciais mistas, sabemos que um golpe muda tudo, mas quem hoje teria o patamar para enfrentá-lo?
Ngannou atingiu um nível de superestrela do esporte e sentiu o “doce” de uma bolsa inimaginável para um lutador de MMA – algo que só McGregor, quando lutou contra Floyd Mayweather, experimentou. Ou seja, o MMA para o camaronês é muito mais perder do que ganhar.
Uma vitória sobre qualquer nome que não seja o Jon Jones, é algo previsível. Uma derrota, perderá o hype. Já financeiramente, o MMA também não vai compensar, além dos danos de lesões serem maiores no processo de recuperação.
Logo após a luta contra Fury, Ngannou disse à ESPN que pretende seguir no MMA, mas não quer largar o Boxe. No entanto, não mostrou otimismo com a modalidade que o consagrou. Aos 37 anos, o ex-campeão do UFC sabe que não tem muito tempo a perder e precisa aproveitar o status que conquistou.