OPINIÃO: Popó, Bambam, Wanderlei e o ‘preço’ do entretenimento no Boxe; veja e opine
A luta de Boxe entre Acelino Popó Freitas e Whindersson Nunes abriu um caminho de business que não era explorado

Acelino Popó Freitas tem sido uma das estrelas dos eventos de Boxe (Foto: Reprodução)
Os combates de Boxe entre lutadores e influenciadores ganharam um papel importante nos últimos dois anos. A luta entre Acelino Popó Freitas e Whindersson Nunes – além do crescimento de Jake Paul nos Estados Unidos – abriu um caminho de business que não era explorado. Faz sentido? É um bom negócio? Estão exagerando? São perguntas que os fãs e outros lutadores costumam a fazer através das redes sociais. Indagações válidas e que valem uma reflexão.
Muito tem se falado dos excessos de Kleber Bambam para o combate contra Popó em 2024. Eu, particularmente, não acho que uma luta para ser promovida precise de trash talk. Mas quando há uma “pimentinha”, o tempero do combate muda.
Popó quando lutou contra Whindersson não teve provocação de nenhum dos lados. São amigos e venderam um grande entretenimento para quem assistiu. Faturaram alto, o Canal Combate teve recorde de assinaturas. Estamos falando de um ídolo nacional contra o maior youtuber do país. Não precisa de mais nada. A narrativa está aí.
Na sequência, Popó enfileirou vitórias sobre José Pelé Landy (lutador de MMA) e Junior Dublê (humorista). Bambam se não produzisse todo esse caos, seria só mais um a ser derrotado pelo baiano. O campeão do BBB 1 criou um enredo e isso está gerando expectativa nos fãs. A procura por conteúdo relacionado aos dois é grande. E, no fim, o que conta é o dinheiro. Quanto o business foi convertido na prática. O que eles estão fazendo não é Boxe esportivo. É puro entretenimento. Qual é o preço que se paga para ter uma bolsa milionária perto dos 50 anos?
No entanto, a carreira de Popó tem sido direcionada para enfrentar pessoas que tragam um outro público – fora do mundo do esporte. Lutar por lutar, Acelino Freitas não precisa mais. Outro caso famoso é o de Wanderlei Silva. O “Cachorro Louco” iria enfrentar Felipe Franco — um dos maiores fisioculturista do país, mega influenciador e deputado estadual por São Paulo. Esse embate faz todo sentido. Dois gigantes em suas respectivas áreas, se enfrentando um duelo de puro entretenimento.
Com a luta adiada para 2024, Wanderlei quis um desafio imediato e chamou o segurança do MC Daniel para uma luta de Boxe. O funcionário do cantor viralizou na web após uma confusão para defender o funkeiro. Com todo respeito ao Souza Pitbull, que fez corretamente o seu trabalho, não é desafio para o “Cachorro Louco”. São mais de 20 anos de diferença, Pitbull é bem maior e mais pesado que Wand. O risco do campeão do PRIDE perder é real, fora que financeiramente pode não ser isso tudo. Lutar no mesmo card que Popó x Bambam é um grande risco de ser ofuscado.
Wanderlei pode e deve subir ao ringue para surfar nesta onda, mas precisa ter um direcionamento. Não só ele, como qualquer grande campeão do MMA ou Boxe que deseje este desafio. Reclamar de provocações não é o caminho. É um show em estado bruto de entretenimento, como um reality show. Quem está ali e não é um atleta profissional. É alguém que pode só querer se testar, como também aparecer, ganhar likes e engajamento nas redes sociais. Ou seja, a pessoa está disposta a tudo e não tem qualquer doutrina de uma arte marcial.
O lutador (a) que quiser entrar neste mundo, precisa entender o “preço” do entretenimento.
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