Pâmela Mara celebra disputa de cinturão pelo SFT MMA e analisa oportunidade: ‘Me levará a grandes oportunidades’
Oriunda da trocação, Pâmela Mara deu os primeiros passos nas artes marciais no Caratê. Algum tempo depois, no interior de São Paulo, passou a treinar Kickboxing e Muay Thai, conquistando títulos importantes nas duas modalidades. Mas, a lutadora decidiu migrar para o MMA em busca de uma compensação financeira melhor. Nas artes marciais mistas, a mineira costuma a presentear o público com nocautes marcantes.
Desta maneira, utilizando a técnica na trocação, Pâmela estreou no SFT MMA e garantiu uma vitória por nocaute. Em seu segundo compromisso na organização liderada por David Hudson, venceu por decisão unânime e se credenciou para o disputar o cinturão dos palhas que está vago com Andreia Serafim. O duelo vai acontecer quando os cards forem retomados após a suspensão por conta da pandemia do novo coronavírus. A lutadora, que registra cartel de cinco vitórias e duas derrotas no site Tapology, comentou sobre a importância do title shot.
“Fiquei muito feliz pelo convite do SFT, sei que vai ser uma luta dura. Hoje em dia, não tem luta fácil, ainda mais sabendo que tem um cinturão em jogo. Estarei dando o meu melhor e buscarei a vitória o tempo todo. Acredito que ser campeã da categoria me levará a grandes oportunidades”, disse a mineira.
Ao longo do bate-papo, Pâmela contou sobre o início nas artes marciais, mudança para o MMA, desafio de ser atleta no Brasil, como tem feito para enfrentar a pandemia e muito mais!
Confira a entrevista na íntegra com Pâmela Mara
– Início nas artes marciais
Desde criança, sempre admirei muito as artes marciais e aos 13 anos comecei a treinar Caratê na minha cidade natal, em Passos (MG). Devido às dificuldades, tive que parar pois meus pais não tinham condições de pagar e eu precisei trabalhar para ajudar em casa. Aos 18 anos, me mudei para Bragança Paulista (SP) e, em 2009, conheci a Inside Munil Adriano, onde dei os primeiros passos no Muay Thai – foi amor a primeira vista. Desde então, não parei mais. Conquistei alguns títulos no Muay Thai e Kickboxing, quando fui campeã pan-americana, bicampeã brasileira, paulista, estadual e fiz lutas internacionais.
– MMA como profissão
Eu sempre lutei por amor, mas chegou certo dia que parei pra pensar e percebi que eu estava sempre no mesmo lugar. Sem contar que eu estava pagando para lutar, os gastos eram muito alto com inscrições, filiações, viagens, estadia, dietas… E não tinha tanta visibilidade como no MMA. E, então, foi quando percebi que no MMA eu teria mais oportunidade de crescer como atleta e financeiramente eu teria uma bolsa melhor. Com isso, daria pra cobrir pelo menos os meus gastos.
– Dupla jornada de trabalho
Infelizmente, não vivo só do MMA. Gostaria muito de ter a minha dedicação total somente aos meus treinos, mas preciso trabalhar para me manter. Acredito que uma das coisas que poderia acrescentar é patrocinadores fortes que possam acredita no meu trabalho. Ser atleta no Brasil não é fácil. Ainda temos muito que crescer no MMA, temos que ser reconhecidos de verdade. Precisamos de mais apoios, precisamos de eventos que paguem o valor que os atletas merecem, de mais eventos de qualidade.
– Treinar e lidar com a pandemia
Essa quarentena está sendo um momento difícil pra nós atletas. No início de março, inaugurei a minha própria academia, a Inside Pâmela Mara, e então eu procuro fazer meu próprio treino sozinha. Estou aproveitando para recuperar minhas lesões e trabalhando meu psicológico. Afinal, trabalhar a mente também é treino. Espero que essa fase passe logo para voltar com os treinos fortes.
– Objetivos dentro do MMA
Acredito que não só o meu objetivo, mas de todas as atletas de querer estar sempre entre as melhores e poder ter a oportunidade de lutar nos maiores eventos do mundo, como por exemplo, UFC, Bellator, Invicta FC, One, entre outros. Assim, eu espero e creio que tudo possa acontecer, o segredo é ter fé e se dedicar.