Professor e campeão no Kuwait, Paulão Filho comenta volta por cima; saiba mais

Professor e campeão no Kuwait, Paulão Filho comenta volta por cima; saiba mais

Por Diogo Santarém

Aos 39 anos de idade e há cinco afastado do MMA, Paulão Filho, ícone do extinto PRIDE, voltou ao cage no último mês de maio, pelo evento Wawan MMA, onde finalizou ainda no primeiro round com um katagatame e conquistou o cinturão peso-pesado da franquia.

O combate em questão aconteceu no Kuwait, país onde Paulão mora há quatro meses e que vem lhe abrindo novas portas no mundo das lutas. Contratado como treinador de Jiu-Jitsu e MMA, o brasileiro vem dando a volta por cima e, em entrevista exclusiva à TATAME, falou sobre seu combate contra o egípcio Mohamed Ashraf, o retorno após diversas cirurgias e um tiro na perna, além do que projeta para o restante da sua carreira no MMA.

“Não tenho grandes pretensões. Estou lutando no Wawan MMA, o nível não é alto, então estou sem pretensões. Quero me divertir, continuar fazendo aquilo que eu gosto e estar me movimentando, motivando as pessoas que estão desanimadas e acham que o tempo passou. Não é bem por aí. É acreditar e ir pra frente. Para mim, o MMA, além de um meio de ganhar a vida, eu gosto do que faço, então está sendo uma nova etapa na minha vida”.

Confira a entrevista na íntegra com Paulão Filho:

– Sensação de voltar ao MMA após cinco anos parados

Foi uma sensação normal, até porque estou acostumado a lutar grandes eventos, então não me entusiasmei tanto. Fiquei feliz, lógico, pela volta. Foram cinco anos parados, ligamentos rompidos, quebrei o fêmur, levei um tiro na perna… Não estava na melhor forma da minha vida, mas voltei e consegui mostrar a eficiência do Jiu-Jitsu, me alegra.

– Situação e planos dentro do evento Wawan MMA

Agora eu sou o campeão peso-pesado do evento e pretendo descer para a divisão dos meio-pesados, continuar defendendo o cinturão e fazer o meu trabalho. Afinal de contas, já estou com 40 anos, então a nível de chance e possibilidade, acredito que no Wawan eu vou poder me divertir mais um pouquinho e fazer as coisas de acordo com o que eu puder.

– Preparação para o retorno e vitória por finalização

Voltar não foi difícil, difícil foi ter sido meio em cima da hora. O dono da academia onde eu trabalho estava precisando de um peso-pesado, a galera lá meio que se acovardou, então eu meti a cara, fui pra dentro. O garotão (Mohamed Ashraf) é bom de trocação, mão pesada, mas eu sabia que a nível de Jiu-Jitsu ele não conhecia muita coisa, então na hora que encurtei e botei pra baixo, foi relativamente fácil. Eu acredito muito na arte suave.

– Trabalho no Kuwait e nível do MMA/Jiu-Jitsu por lá

O trabalho é muito bacana. Eu dou aula de MMA para crianças, adultos, e também e Jiu-Jitsu. Estou no Kuwait há quatro meses. A molecada lá é ótima, gostam muito de brasileiro, sou bem tratado, então estou muito satisfeito. O nível do MMA ainda é baixo, mas tem potencial. Aonde tem dinheiro, investimento e boa vontade, as coisas acontecem.

– Proposta para sair do Brasil e trabalhar no Kuwait

Eu fui para o Kuwait através do convite do Roan Jucão e do Todd Duffee, meus amigos. Eles estavam precisando de lutadores de Jiu-Jitsu lá, eu tava meio de saco cheio no Brasil, no ostracismo, sem me sentir útil pra nada, então achei uma boa oportunidade. Foi bacana porque eu comecei a me encontrar de novo. Minha relação lá é ótima, o meu patrão é muito meu amigo, enfim, só posso agradecer por tudo. O país é extremamente ocidentalizado também, apesar de muçulmano, eles respeitam sua cultura, então é ótimo.

– Pretensões do Paulão e próximo passo no MMA

Não tenho grandes pretensões. Estou lutando no Wawan MMA, o nível não é alto, então estou sem pretensões. Quero me divertir, continuar fazendo aquilo que eu gosto e estar me movimentando, motivando as pessoas que estão desanimadas e acham que o tempo passou. Não é bem por aí. É acreditar e ir pra frente. Para mim, o MMA, além de um meio de ganhar a vida, eu gosto do que faço, então está sendo uma nova etapa na minha vida.