Rani Yahya pede ‘reconhecimento’ por parte do UFC e adversário do Top 10: ‘Estou fazendo o meu papel’

Rani Yahya pede ‘reconhecimento’ por parte do UFC e adversário do Top 10: ‘Estou fazendo o meu papel’

Por Diogo Santarém

A noite do último dia 25 de agosto representou muito mais do que apenas outra vitória na carreira de Rani Yahya. Em ação pelo UFC Fight Night 135, em Lincoln (EUA), o brasileiro finalizou Luke Sanders com uma linda chave de calcanhar no primeiro round e, de quebra, bateu o recorde de finalizações da história da categoria peso-galo, que era de Urijah Faber.

Agora recordista do UFC/WEC com oito finalizações, Rani também alcançou seu terceiro triunfo seguido no Ultimate e, com moral na divisão dos galos, agora mira voos maiores. Em entrevista à TATAME, o faixa-preta de Jiu-Jitsu revelou surpresa com a rápida vitória sobre Sanders, mas celebrou e já traçou seu próximo passo na categoria: um rival Top 10.

“Não esperava uma luta tão rápida como foi. Ele é um wrestler, muito bom na trocarão e tem um ótimo gás, então eu imaginava que seria uma luta mais longa e que eu precisaria dar muito mais giro. Eu imaginava que fosse cair mesmo por baixo e que teria que puxar para a guarda, então, trabalhei muito isso durante o meu camp. Mas aquele bote que eu dei, tive a felicidade de pegar ele em um tempo bom, quando ele estava defendendo a queda. Foi bem certeiro e eu fiquei muito feliz com isso”, disse Yahya, que ao final do combate, ainda no octógono, pediu por TJ Dillashaw, atual campeão peso-galo do UFC.

“Eu pedi o TJ Dillashaw logo após a luta então, deve vir um Top 10 por aí. É o que eu espero. Se não vier um Top 10, vou continuar lutando com quem eles me derem. Eu acho que já estou fazendo a minha parte, que é ir lá e desafiar. Agora, preciso que o evento reconheça o meu valor. Não tem ninguém na divisão com essa sequência de vitórias (três) como a minha, que termina as lutas finalizando. Quero me testar contra os melhores da categoria. O Cody Garbrandt é um ex-campeão também e seria uma luta muito boa”.

Confira outros trechos da entrevista com Rani Yahya:

– Recorde de finalizações da história do UFC/WEC no peso-galo

Eu já sabia dessa marca, era algo que eu vinha observando. Isso tem um valor muito grande pra mim, porque eu sou um representante do Jiu-Jitsu tradicional e obter um recorde desses dentro da organização, significa muito pra mim. Quando eu comecei no Jiu-Jitsu, eu já queria lutar MMA. Meu sonho era lutar na maior plataforma de todas. Hoje, eu acho que o Jiu-Jitsu, principalmente a parte de defesa pessoal, ela é testada constantemente nas lutas de MMA. E ali dentro do UFC é essa essência no mais alto nível. Você enfrenta um oponente que sabe tudo, super bem preparado, que pode te nocautear ou te finalizar, e você vence usando o Jiu-Jitsu, é o auge da aplicação da arte suave.

– Mudança para a ATT e evolução durante esse período

A última luta que eu perdi, no ano passado, para o Joe Soto, eu vi que estava fazendo muitas coisas erradas. Eu estava em uma zona de conforto, era o meu próprio head coach, e há muito tempo vinha sentindo uma fadiga muscular nas minhas lutas, até mesmo em lutas que eu ganhei. Então, eu estava sentindo que não estava tendo uma boa perfomance, mas estava ganhando. Quando eu perdi essa luta para o Joe Soto, percebi que precisava mudar, que seria estupidez fazer a mesma coisa e esperar um resultado diferente. Aí eu decidi ir para a ATT. Passei a ter uma consistência maior de treinos, ao em vez de oscilar e ficar sem treinar depois das lutas ou treinar muitas vezes no dia quando tinha luta marcada. Lá na ATT eles sabem de tudo, quando o cara precisa treinar mais, quando precisa aliviar, entendem da perda de peso, da recuperação… Enfim, eles são bons em tudo e isso está fazendo com que eu obtenha grandes performances. Eu tenho muito mais para mostrar, porque agora eu sinto que estou conseguindo obter 100% da minha performance.