Raphael Emilião cita poder do esporte na transformação social e exalta ‘ações para mudar o futuro’; confira
Por Diogo Santarém
“Acredito no poder do bem e no poder de transformação através do esporte”. A frase de Raphael Jandre Emilião, 38 anos, define bem o niteroiense, que tem como um dos propósitos da sua vida ajudar o próximo através de práticas e ferramentas esportivas. Atualmente um dos coordenadores da Funcab (Fundação Professor Carlos Augusto Bittencourt), fundada em 2003, Raphael trabalha desenvolvendo concursos e processos seletivos por todo o país, além de ter realizado grandes ações em projetos sociais.
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Em paralelo ao seu trabalho na Funcab, Raphael também atua como presidente no Incab (Instituto Carlos Augusto Bittencourt), criado neste ano e que traz toda a expertise conquistada pela Fundação com uma equipe de alta experiência e qualificação para o desempenho das suas atividades. Por conta do seu papel, Raphael já ajudou milhares de pessoas, e em entrevista à TATAME, falou sobre a importância do esporte nesse processo.
“Sabemos que diversos fatores influenciam na formação de um cidadão. O esporte é uma ferramenta que consegue atrair não só as crianças, mas traz um envolvimento familiar que é fundamental para uma boa formação. Valores como respeito ao próximo, espírito de equipe e disciplina, são transmitidos aos alunos mais tímidos até aos mais ‘rebeldes’, e são capazes de grandes transformações, proporcionando uma melhora na autoestima, comportamento, no reconhecimento e respeito entre os grupos de amigos. O esporte aliado a fatores inclusivos e ações de envolvimento social consegue nos mostrar um caminho para um futuro melhor. Para mim, é algo muito gratificante. Acredito no poder do bem e no poder de transformação através do esporte, e que com a reunião de forças de pessoas com o mesmo ideal, conseguiremos desenvolver ações que realmente promoverão alguma mudança em nosso futuro”, opinou o niteroiense, ressaltando a parceria em ação com Ronaldo Anquieta, mais um grande nome na caminhada social através do esporte.
“O Ronaldo (Anquieta) é uma pessoa que tem o mesmo entendimento do nosso em relação à importância do esporte como ferramenta de transformação, que vem desenvolvendo um trabalho de qualidade na gestão de projetos esportivos sociais. Diante da situação de violência que o estado enfrenta, somente através da implantação de esportes nas comunidades conseguiremos alguma ação direta, dando novas oportunidades às crianças. Felizmente, o esporte reúne pessoas com propósito de realização do bem ao próximo, e o Ronaldo Anquieta tem sido de extrema importância na implantação do esporte nas comunidades do estado do Rio de Janeiro. Reunindo essas forças, ainda levaremos o Rio de Janeiro ao seu devido lugar no cenário do esporte nacional e internacional”.
Para atender a grande demanda de ajuda em comunidades carentes do Rio, Raphael conta com uma atuação presente, principalmente nas regiões de Niterói e São Gonçalo, e através de um mapeamento do grau de criminalização, seleciono os pontos de apoio. “Com a gestão de alguns programas e projetos sociais que tivemos em convênio com a Prefeitura de Niterói e com o Ministério dos Esportes, conseguimos atuar nas comunidades de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Rio de Janeiro, acompanhamos a evolução da criminalização nos locais e buscamos desenvolver e ajudar projetos nas áreas mais necessitadas”, revelou.
Amante dos esportes e da prática de atividades física, Raphael ainda citou como o Jiu-Jitsu e as artes marciais em geral ocuparam um papel importante entre os projetos. Para o presidente do Incab, a arte suave, além de ser um “produto de destaque nacional” e motivador para os mais jovens, ajuda no desenvolvimento de áreas como a disciplina, hierarquia, respeito ao próximo, autoconhecimento, defesa pessoal, entre tantas outras.
“Fui jogador profissional de vôlei e trabalhei como coordenador de projetos esportivos e sociais. Consigo enxergar hoje que as artes marciais (Jiu-Jitsu, Capoeira, Caratê, etc.) tem um papel de transformação mais eficaz em crianças que vivem em situação de vulnerabilidade social, do que as modalidades como futebol, vôlei, basquete, atletismo e outras desempenham. Principalmente, a inserção da arte suave nessas comunidades, devido à sua popularidade. Por ser uma arte marcial de origem brasileira e reconhecida mundialmente, tem conseguido mudar as referências das crianças, que têm na sua imagem de ‘herói’ aquele cara que ostenta uma posição no grupo do tráfico, que porta um fuzil e telefone de última geração para o respeitado professor de quimono. Temos hoje grandes atletas descobertos em comunidades que se transformaram em motivadores e referências para crianças, jovens e até adultos na prática esportiva, e queremos formar mais”.
Confira outros trechos da entrevista com Raphael Jandre Emilião:
– Papel desenvolvido dentro da Funcab
Trabalho efetivamente na Funcab desde 2010, quando assumi a coordenação da Banca Acadêmica, desenvolvendo grandes concursos e processos seletivos por todo o Brasil. Na área de projetos, pude desenvolver ações sociais esportivas, elaborando e coordenando projetos que possibilitaram o convívio com a realidade vivenciada por crianças em situação de vulnerabilidade social e com a necessidade de alguma forma de intervenção naquele cenário. Realizamos pesquisas e identificamos iniciativas sem apoio, de pessoas que utilizam o esporte como ferramenta de transformação em comunidades para que possam ser potencializadas e tenham sua capacidade de atuação ampliada, oferecendo apoio e buscando parcerias com o setor público e privado para que o trabalho possa florescer.
– Busca de recursos e atuação como elo
Nós, como representantes do terceiro setor, funcionamos como elo entre as necessidades e iniciativas sociais e os entes governamentais. Em nosso trabalho, elaboramos projetos sociais em diversas áreas como: ambientais, assistenciais, culturais e esportivas, para esporte de rendimento, de participação e educacional, e também identificamos e ajudamos ações desenvolvidas em comunidades por iniciativas de pessoas que chamamos de ‘heróis’, que mesmo sem nenhum ou quase nenhum apoio se mobilizam por uma sociedade melhor, pessoas que se privam de momentos com família em prol de um trabalho de resgate e de ajuda a quem realmente precisa. Essas ações são muito limitadas, pois hoje contam somente com doações e ajudas de pequeno porte para fazerem o que se propõe.
– Projetos sociais realizados / apoiados
Projeto Gugu: é um dos mais bem-sucedidos programas de ginástica e incentivo à qualidade de vida voltado para idosos. Atende a mais de 2000 idosos em 35 núcleos espalhados pelas praças e comunidades de Niterói (RJ).
Projeto Preventório Jiu-Jitsu: projeto que utiliza o Jiu-Jitsu como ferramenta no trabalho social. Atende a 100 crianças e jovens na comunidade do Preventório, em Charitas, Niterói (RJ).
Projeto Vencedores em Cristo: projeto que utiliza o Jiu-Jitsu como ferramenta no trabalho social. Atende a mais de 200 crianças e jovens em núcleos distribuídos em comunidades de São Gonçalo, Manilha, Itaboraí e Niterói (RJ).
Associação Kairo’s de Jiu-Jitsu: grupo que desenvolve ações que utilizam o Jiu-Jitsu como ferramenta no trabalho social. Atende a mais de 200 crianças e jovens em núcleos distribuídos em comunidades de São Gonçalo, Manilha, Itaboraí e Niterói (RJ).