Roberto Cyborg celebra evolução do Jiu-Jitsu e, aos 39, projeta sequência entre os adultos: ‘Meus resultados provam’

Roberto Cyborg celebra evolução do Jiu-Jitsu e, aos 39, projeta sequência entre os adultos: ‘Meus resultados provam’

* A pandemia global do novo coronavírus (Covid-19) provocou um grande impacto em diversos setores, e no esporte não foi diferente. No Jiu-Jitsu, campeonatos como o Pan-Americano, Mundial, Brasileiro e Abu Dhabi World Pro foram cancelados e as academias estão de portas fechadas por causa do atual período de quarentena.

O momento gera preocupação, mas é bom evitar o pânico. Em entrevista à TATAME através de uma live no Instagram, o multicampeão Roberto Cyborg opinou sobre a crise e citou a importância do lado emocional.

“Esse é um momento muito delicado para todo mundo, ninguém estava preparado para isso, especialmente o Jiu-Jitsu, porque precisamos de contato físico. Existem muitas profissões que você pode praticar sem ter o contato físico, mas com o Jiu-Jitsu não tem como. Estou vendo muitas pessoas montando estratégias para conseguir sobreviver agora e também no retorno. (…) O que aprendemos com a arte suave é termos controle emocional para passar por dificuldades, ter confiança, estratégia… Vamos passar por tudo isso e, independente das dificuldades, vamos ter aquele gostinho da vitória no final”, projetou Cyborg.

Apesar de o momento ser de pausa por conta do coronavírus, o Jiu-Jitsu evolui a cada ano, seja através do número de praticantes, implementação de premiações melhores, qualificação profissional, etc. Questionado sobre o tema, o casca-grossa aproveitou pra traçar um paralelo com o período em que virou faixa-preta.

“Mudou da água para o vinho (a evolução do Jiu-Jitsu) de quando eu comecei até agora, em todos os níveis… Profissionalismo, técnico e tudo mais. É muito legal ver o quanto o Jiu-Jitsu tem evoluído em vários países diferentes, criando vários campeões de nacionalidades diferentes. Isso é muito legal. Ver o tanto de dinheiro que o pessoal faz com os campeonatos, o nível das lutas altíssimo. Todo mundo está muito bem preparado e ainda tem a questão da informação, que antigamente não tinha nada disso”, disse Roberto, completando:

“Eu tinha o meu time, tinha a técnica da equipe e era quase um segredo de estado (risos). Ninguém podia treinar com ninguém. Eu sou do Mato Grosso do Sul, lá do Pantanal… Imagina eu, pantaneiro, para ter informação, era quase impossível. Agora, com o mundo globalizado, você com um telefone consegue ter acesso às técnicas de qualquer lugar. Quando eu era novo, tinha que rezar para achar uma revista TATAME”.

Em 2020, mais precisamente em dezembro, Roberto Cyborg completará 40 anos de idade. Apesar disso, o casca-grossa mantém em seus planejamentos a intenção de seguir competindo como adulto. Vale ressaltar que o faixa-preta vem de um título no GP dos Pesados do KASAI Pro, onde derrotou Lucas Hulk na finalíssima, além da conquista do GP No-Gi da IBJJF, em agosto de 2019, faturando US$ 40 mil.

“Enquanto eu puder, estarei de adulto. O único campeonato que eu luto de master, se não tiver GP dentro, é o Mundial Master. Nada contra a categoria de master, eu lutei o Mundial Master do ano passado, fui campeão e foi muito legal a experiência. O respeito e a experiência que todo mundo tem ali, é o que faz o Jiu-Jitsu verdadeiro. O pessoal mais velho que não tem tanto ego, o nível de respeito é muito bacana. Mas, eu me sinto ainda com nível para estar lutando com a molecada, os meus resultados estão provando isso. Enquanto eu tiver me sentindo bem fisicamente, vou seguir lutando no adulto”, reforçou o faixa-preta.

Confira abaixo o vídeo da entrevista completa com Roberto Cyborg:

* Por Yago Rédua