Rodrigo Feijão lamenta cancelamento do Brasileiro, mas crê que torneio possa ocorrer em outra data: ‘Vamos esperar’

* Faixa-preta de Jiu-Jitsu e um dos mais renomados professores da equipe Nova União, Rodrigo “Feijão” vivia – assim como muitos outros – a expectativa da realização do Campeonato Brasileiro 2020 da CBJJ, que aconteceria entre os dias 25 de abril a 3 de maio, em Barueri, São Paulo, mas precisou ser cancelado por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
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O torneio tinha a projeção de receber cerca de 8 mil competidores e a não realização do mesmo provoca um impacto sem precedentes no cenário do Jiu-Jitsu nacional. Além disso, o cancelamento de outras competições, como o Pan-Americano e o Mundial, traz um sentimento de incerteza ao praticante da arte suave sobre o futuro do esporte no ano de 2020. Em entrevista à TATAME, Feijão lamentou o cancelamento do Brasileiro, citando a longa preparação que diversos atletas realizam visando o campeonato.
“Na verdade, não é problema o número de inscritos, que aumenta a cada ano, e sim tudo que levaria o atleta a participar. Muitos se organizam em seis meses ou até mais para esse evento, que se torna cada vez mais grandioso para o nosso Jiu-Jitsu. A parte financeira sempre atrapalhou vários atletas e também vejo que a parte emocional é algo que demanda atenção e causa impacto, pois um evento dessa magnitude sempre causa vários danos irreparáveis com a sua não realização”, comentou o professor.
A orientação das autoridades é de que a população permaneça em casa e só saia em casos de extrema necessidade. Por conta disso, além dos torneios cancelados, as academias precisaram ser fechadas e, consequentemente, as aulas foram suspensas. Rodrigo Feijão contou como tem lidado com toda essa situação e reforçou que o momento é de união entre todos os envolvidos no desenvolvimento do esporte.
“Com a suspensão das aulas, treinos e campeonatos, eu me vi em uma situação que nunca tinha me deparado, pois uso o Jiu-Jitsu como ferramenta para tudo que acontece em minha vida e na vida dos meus alunos. Sempre fazemos um paradoxo com a realidade e nossa modalidade. Na minha opinião, teremos que nos unir ainda mais e tentar amenizar esse grande baque com tranquilidade e responsabilidade social. O Jiu-Jitsu, mais uma vez, terá que provar que é a melhor coisa para a saúde mental e social dos seus praticantes”, ressaltou o faixa-preta, que falou sobre a possibilidade do Brasileiro ocorrer ainda em 2020.
“Acredito que o Brasileiro de Jiu-Jitsu pode, sim, acontecer em outra data, pois é o mais antigo campeonato do Grand Slam e, no Brasil, tem uma aceitação enorme por parte do público. Porém, acho que teremos que esperar para que todos possam ter segurança ao realizar o evento, porque o público é fator importantíssimo. Na minha opinião, testar os atletas antes não é algo que terá eficácia, pois a demora para o resultado ainda impossibilita, já que o atleta pode acabar se contaminando durante a espera do resultado, que dura dias. É uma questão bem complicada”, reconheceu Rodrigo, antes de encerrar:
“Esse atual momento de quarentena tem sido difícil, porque eu estava acostumado a fazer várias coisas por dia. Nesse período, estou tentando manter a minha mente o mais sã possível, porque acredito que com a minha mente em perfeito estado, o meu corpo se sairá bem também. Para os meus alunos, estou indicando que eles assistam algumas lutas, entrevistas e outras coisas do tipo, pois isso é muito enriquecedor para eles, já que muitos alunos não sabem as verdadeiras histórias e campeões da nossa modalidade”.
* Por Mateus Machado