Sem os braços e as pernas, Juninho ignora ‘limite’ e brilha no Parajiu-Jitsu: ‘O caminho é sempre persistir’

Sem os braços e as pernas, Juninho ignora ‘limite’ e brilha no Parajiu-Jitsu: ‘O caminho é sempre persistir’

Mato Grosso será representado no Rio de Janeiro Internacional Pro – torneio organizado pela AJP Tour -, que acontece em julho, na modalidade de Parajiu-Jitsu, por Juninho Cabral. Ele é formado em Educação Física pela Unic – Ary Colho de Rondonópolis e mora na cidade de Itiquira (MT). Por ter nascido sem os braços e as pernas, teve que começar a mostrar que iria contrariar as estatísticas desde que veio ao mundo, e hoje brilha.

Juninho faz parte da seleção brasileira de Parajiu-Jitsu e representou o Brasil no Uruguai, quando se consagrou campeão pan-americano. O atleta também é vice-campeão do Grand Slan do Rio de Janeiro, campeonato esse que dá vaga para o World Pro, em Abu Dhabi (EAU) – que está marcado para novembro, após adiamentos por causa da pandemia do novo coronavírus. “Não existe limite, o caminho é sempre persistir, acreditar e nunca desistir, assim a gente chega lá”, comentou o paratleta sobre suas conquistas.

Durante a graduação em Educação Física, Juninho teve várias oportunidades no ramo esportivo. Ele foi auxiliar técnico do time de Futsal feminino de Rondonópolis. O casca-grossa contou que o desejo de fazer o curso começou na infância, quando entrou na escola pública aos 6 anos. “Nada era diferente, mas não me deixavam jogar Futebol com as outras crianças. Foi aí que surgiu o desejo de cursar Educação Física quando crescesse. Queria poder praticar os esportes que todos julgavam ser impossível para alguém na minha condição, mas o que precisavam entender é que eu me adapto e consigo”, relembrou o casca-grossa.

A família do atleta não esperava ter um bebê sem braços e pernas. Alguns parentes duvidaram que ele sobrevivera ao parto, mas sua tia e avó paternas o esconderam. Depois de uma semana, Juninho foi apresentado aos pais que o aceitaram e começaram a entender como seria criar uma criança com limitações. Até então, a família não imaginava que “limite” não faria parte do dicionário do bravo Juninho.

Em 2015, o paratleta foi voluntário como treinador do time feminino da cidade e, em 2017, ganhou a chance de conhecer o seu ídolo, Falcão, pessoalmente. Dois anos depois, Juninho teve seu primeiro contato com o Jiu-Jitsu e se apaixonou pela arte. “Treino duro desde então para levar cada vez mais medalhas ao meu estado”.