Suspenso até 2021, Michel Trator revela gastos de quase R$ 30 mil em luta por inocência: ‘Injustiçado’
* Na última terça-feira (11), a USADA (Agência Antidoping dos EUA) anunciou que o peso-meio-médio do UFC, Michel Trator, aceitou uma suspensão de dois anos imposta pelo órgão após ter sido flagrado em exame antidoping. A substância detectada foi boldenona exógena e seu metabólito 5β-androst-1-en-17β-ol-3-ona, que se caracteriza por ser um agente anabolizante proibido pela entidade. O teste em questão foi realizado em março do ano passado e a punição é retroativa, desta forma, o brasileiro só poderá voltar ao octógono a partir de março do ano de 2021.
Apesar de ter aceitado a punição, Trator não se conformou com o gancho de dois anos. Em entrevista à TATAME, o paraense, que não luta desde fevereiro de 2019, quando foi derrotado por Ismail Naurdiev e teve sua sequência de oito vitórias interrompida, revelou que ficou surpreso quando soube que testou positivo no exame antidoping e ainda falou que gastou cerca de 30 mil reais para provar sua inocência, em vão.
“Fiquei muito surpreso, porque eu sou um cara que cuida bastante da suplementação e alimentação, então não tem como não ficar surpreso. Enquanto a USADA já se pronunciou sobre o caso, o UFC não falou, então estou aguardando como vai ficar essa situação, de que maneira eles vão se posicionar. Eu continuo com minha rotina de treinos normalmente, estou com minha cabeça tranquila. Gastei uma quantidade de dinheiro enorme para provar minha inocência, um dinheiro que eu não tinha, cerca de 30 mil reais, gastei com advogado, exames, entre outras coisas. Pediram todos os meus suplementos para testar, testaram e deu negativo, então não entendo como aconteceu isso. Não foi algo relacionado aos meus suplementos”.
Segundo Michel, ele fez exames antes de sua última luta e até mesmo no dia do combate contra Naurdiev, com resultado negativo em todos. O resultado positivo aconteceu um mês depois, em março de 2019, em um teste realizado fora do período de competição. Trator afirmou que, no período em questão, não estava tão cuidadoso com a alimentação, justamente por se tratar de um período sem luta marcada.
“Acredito que fui injustiçado, sim. Eu fiz um monte de exames no passado, todos deram negativo. Na semana da luta, deu negativo, no dia da luta, também. Numa comemoração que eu estava, todo mundo relaxa… Eu estava bebendo muito, comendo carne demais, aí teve esse exame e testou positivo para esse hormônio, e depois me testaram várias vezes, deu tudo negativo. Precisam rever isso. Testei negativo em todos os outros exames, eu preciso provar minha inocência”, alegou o paraense, que por fim, falou que resolveu aceitar a suspensão de dois anos para não ter que gastar ainda mais dinheiro no processo.
“Continuo treinando forte e no aguardo de toda essa situação. Eu acredito na minha inocência, mas preferi aceitar essa suspensão, porque não iria gastar mais dinheiro com isso, para esse caso se prolongar e acontecer algo pior depois. Sigo com meus treinos e, se for o caso, vou competir no Jiu-Jitsu ou em qualquer outra coisa que surgir”, encerrou Trator, que atualmente aos 38 anos, está no UFC desde 2013.
* Por Mateus Machado