Tayane celebra sucesso das novas faixas-preta no Mundial, mas diz: ‘Tinham que investir em todas faixas’

Tayane celebra sucesso das novas faixas-preta no Mundial, mas diz: ‘Tinham que investir em todas faixas’

Por Diogo Santarém e Yago Rédua

No último mês de junho, na tradicional Pirâmide de Long Beach, na Califórnia (EUA), foi realizada mais uma edição do Mundial de Jiu-Jitsu da IBJJF. E neste ano, o torneio reservou muitas novidades, com atletas que foram graduadas recentemente à faixa-preta saindo campeãs, casos de Talita Alencar, Ana Carolina Vieira, Nathiely Jesus e Cláudia do Val. Em entrevista à TATAME, Tayane Porfírio, campeã mundial ouro duplo em 2017 e que faz parte dessa nova safra talentosa da arte suave, comentou sobre o assunto e disse que não esperava um sucesso tão rápido.

11

Tayane Porfírio cobrou maiores investimentos nas faixas coloridas dentro do Jiu-Jitsu (Foto Yago Rédua / TATAME)

“Para falar a verdade, não (esperava isso), mas fiquei feliz por todas as meninas que pegaram a faixa preta junto comigo no ano passado. Acho que todas que foram campeãs, nenhuma esperava, logo no primeiro ano como faixa-preta, ser campeã mundial, tem todo um trabalho pra chegar lá, mas acho que todas as meninas estavam preparadas. Agora é focar para o ano que vem, né? (risos)”, comentou Tayane, que ainda completou sobre a importância do feito realizado pela nova safra feminina.

“Eu estava conversando esses dias com a Arnette e ela falou que essa nova geração (de faixa-preta) é uma das melhores que já veio. Acho que nós nos inspiramos muito nelas para chegar aonde estamos chegando. Quando eu comecei a treinar, eu via a Bia Mesquita lutar e hoje eu luto com ela. Eu tenho uma admiração enorme pela Bia, Arnette, Lana, Gabi Garcia e pela Kyra Gracie. Nós buscamos muito elas e, a próxima geração que vai vir, vai buscar a gente, que está mais próximo. O Jiu-Jitsu é uma escola e vamos aprender cada vez mais, com certeza”, apontou a pupila de Gigi Paiva.

Sobre a questão da premiação, Tayane não fugiu do polêmico tema e revelou o quanto é difícil viver do Jiu-Jitsu. A jovem lutadora da Alliance afirmou que o ideal seria sempre premiar os campeões em dinheiro também, principalmente os atletas das faixas coloridas, que estão “iniciando” no esporte.

“Hoje em dia é muito difícil viver do Jiu-Jitsu. Eu vivo, mas eu já passei muitas dificuldades para estar onde eu estou hoje. Mas, acho que tinha que ter uma premiação, não só para os pretas, acho que temos que incentivar bem mais as faixas coloridas, porque o que rende dinheiro para os campeonatos é o faixa-branca e azul. Eles tinham que investir mais nas faixas coloridas e também nos pretas, se pararmos para ver, na faixa preta é onde tem menos lutadores. Tem campeonato de faixa azul que tem 200 pessoas inscritas. Então, porque não dão uma premiação também para o faixa-azul? Acho que todo mundo deveria ser valorizado, não só no Mundial, mas como nos campeonatos mais importantes, como Europeu, Pan e Brasileiro. Eles colocando só no ranking, acabamos gastando muito para poder lutar, ficar em primeiro e ganhar só de faixa preta. É muito importante você ser primeiro do ranking, mas para você chegar lá, tem todo um gasto grande”.