União dentro e fora do cage: Matheus Nicolau e Luana Pinheiro celebram sucesso no MMA e na vida amorosa

União dentro e fora do cage: Matheus Nicolau e Luana Pinheiro celebram sucesso no MMA e na vida amorosa

Por Mateus Machado

Matheus Nicolau e Luana Pinheiro dividem a mesma rotina, profissão e, obviamente, os mesmos sonhos. Juntos há cerca de dois anos, os lutadores atualmente fazem parte da mesma organização de MMA, o BRAVE Combat Federation, e recentemente passaram por uma situação em que a união, fator extremamente necessário em uma relação, foi determinante para ambos.

No último dia 30 de agosto, em Belo Horizonte, Matheus fez sua estreia pelo BRAVE e, com uma boa atuação, derrotou Felipe Efrain por decisão unânime dos jurados na edição 25 da franquia. Uma semana depois, na Colômbia, foi a vez de Luana entrar em ação no BRAVE 26. Diante de Yasmeli Araque, a paraibana deu show e finalizou o duelo com um mata-leão ainda no primeiro round. Nos combates em questão, ambos contaram com o auxílio um do outro no momento da luta, mais precisamente no corner.

“Não adianta você ter um corner muito bom tecnicamente se ele não te conhece. E uma coisa que a gente tem um do outro é o conhecimento. Nós fazemos tudo juntos, então eu consigo ter uma leitura boa da Luana e ela uma leitura boa minha”, conta Matheus, em entrevista exclusiva à TATAME.

Aos 26 anos e com um cartel de 15 vitórias e apenas duas derrotas no MMA, Matheus Nicolau já teve passagem pelo UFC e, profissional na modalidade desde 2010, acumula mais experiência e passa seus conhecimentos e conselhos para Luana, que fez sua estreia no MMA em 2016 e, desde então, emplacou seis triunfos e apenas um revés em sua carreira.

Confira a entrevista completa com Matheus e Luana:

-Importância dos treinos conjuntos e evolução

Matheus: Eu acho muito legal dividir o mesmo objetivo de vida da minha namorada. Desse jeito, a gente consegue se ajudar bastante. A gente se ajuda muito no dia a dia, tanto nas coisas simples, nos deveres de casa, como também na arte marcial em si. Sempre quando eu vou lutar, a Luana está comigo e vice-versa. A gente combina que quem tem a luta mais próxima, tem a preferência e alguns ‘benefícios’. Por exemplo, quando eu fui lutar, a Luana estava dando uma moral aqui em casa, estava me ajudando na preparação da comida. Quando ela lutou agora na Colômbia, já invertemos os papéis. Além disso, tem o fator da arte marcial em si. A Luana tem o background do Judô, uma arte que eu não tinha contato e eu consigo vê-la treinando e executando tão bem as quedas que isso abre minha mente em relação a isso, a importância dessa arte para o MMA. Eu aprendo muito com ela diariamente, em todos os sentidos, principalmente também na questão motivacional.

Luana: Eu evoluí em tudo (risos). Melhorei muito na trocação, no Jiu-Jitsu e também no Wrestling, que eu nunca tinha treinado na minha vida e tive o primeiro contato treinando com o Matheus, no período que a gente treinou em Belo Horizonte. No Boxe, eu já havia treinado, mas voltado para o MMA é muito diferente e eu aprendi muito também. Além disso, os detalhes de grade e do MMA em geral, considero que melhorei muito treinando com ele.

-Como vocês se auxiliam nas preparações quando estão com luta marcada?

Matheus: Não adianta você ter um corner muito bom tecnicamente se ele não te conhece. E uma coisa que a gente tem um do outro é o conhecimento. Nós fazemos tudo juntos, então eu consigo ter uma leitura boa da Luana e ela uma leitura boa minha. A gente acompanha todos os treinos dela, os sparrings, e ela os meus, estamos sempre aprendendo juntos. Me torno um lutador melhor e também um treinador melhor, quando estou auxiliando os treinos dela.

Luana: Ter ao seu lado uma pessoa que tem o mesmo objetivo que você é perfeito. Tem dia que eu vou estar com preguiça, mas se tem alguém que vai levantar e falar: ‘Vamos treinar?’, então já é uma motivação, você vai junto. Acredito que um puxa o outro e, como a gente tem o mesmo objetivo, é mais fácil. É muito bom conviver com alguém que tenha a mesma rotina que você.

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Matheus venceu no BRAVE CF 25 e Luana Pinheiro na edição 26 (Foto: Brave/Divulgação)

-Importância de ter um (a) parceiro (a) com a mesma profissão/rotina

Matheus: A gente se ajuda bastante e faz com que as coisas difíceis fiquem um pouco mais fáceis, a gente divide o mesmo objetivo de vida, então acaba que a gente nunca está sozinho. Acho muito importante você ter com quem contar. Parte ruim até tem, tudo tem prós e contras. De vez em quando a gente se estressa um pouco um com o outro, às vezes um está cansado e fica impaciente, mas isso é o de menos, a gente lida muito bem com isso e tem muita parte boa, principalmente porque estamos partilhando o mesmo propósito de vida.

Luana: Respondendo sinceramente, eu tenho muito mais a ganhar treinando com o Matheus do que o contrário. O que eu vou ensinar para ele? (risos). Eu aprendo muito com ele, porque o Matheus já está nesse meio há muito tempo e já tem muita experiência. Tenho muito a ganhar treinando com ele diariamente. Acredito que não tem parte ruim, porque a gente se ajuda muito e apoia um ao outro. Estamos sempre juntos, e dentro do tatame, no treino, a gente é colega de treino, técnico, não somos namorados, então não tem nada que atrapalhe. O meu objetivo de vida é conseguir lutar igual ao ‘Teteu’ (risos). Se eu lutar como ele, eu vou destruir todo mundo, não vai ter uma ‘menininha’ na categoria até 52kg que vai sobrar (risos).

-O que vocês projetam um ao outro em relação ao MMA?

Matheus: Eu projeto para a Luana que a gente continue dando um passo de cada vez. Excelência é um hábito, então é um trabalho de formiguinha. Dia após dia, acordar cedo, treinar forte, se alimentar bem, fazer tudo o que tem pra fazer buscando a evolução, seja como artista marcial para melhorar tecnicamente, fisicamente e mentalmente. Projeto que a Luana continue treinando firme que a hora dela vai chegar.

Luana: Eu tenho o Matheus como um ídolo, sou fã dele. Sou fã do estilo de luta dele e acredito que cada dia que passa, ele vem evoluindo mais. Nessa nova categoria, ele já mostrou que chegou para ficar. Não sei se é objetivo dele ficar ou não nessa divisão, mas na categoria de cima ou na outra, ele vai mandar bem. Ele treina como um campeão e faz tudo como um campeão, então tudo o que vier, vai ser fruto do trabalho que ele vem fazendo diariamente.

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Matheus esteve no corner de Luana, assim como a lutadora esteve no seu (Foto: Brave/Divulgação)