Veto dos pais, insistência e sonho: conheça o angolano que quer escrever seu nome no Jiu-Jitsu

Veto dos pais, insistência e sonho: conheça o angolano que quer escrever seu nome no Jiu-Jitsu

O Jiu-Jitsu brasileiro rompeu barreiras e há anos é desenvolvido em todo o mundo. Crianças e jovens de várias nacionalidades e credos se apaixonam pela arte suave e aprendem os valores que ela transmite, como é o caso do jovem angolano Rui Raposo, de 23 anos. Nascido e criado em Luanda, capital da Angola, o lutador sempre quis fazer artes marciais, mas encontrava, ainda na infância, a dura resistência dos pais.

“Sempre gostei de ver os meus colegas de escola fazendo Caratê, Capoeira e Boxe. Tentei convencer os meus pais a me colocarem para fazer uma arte marcial, mas eles nunca queriam. Falavam que era coisa de marginal, ouvi e disse que não ia insistir, mas nunca desisti de praticar uma arte marcial”, disse o angolano Rui, que aos 15 anos começou a experiência na Capoeira, mas viu que sua paixão era por outra arte:

“Fiz por um ano, porém vi que não era a minha área. Então, optei por procurar uma outra arte. Descobri que tinham aberto uma academia perto da minha casa, que era a Fight Society – era de um brasileiro chamado Ronaldo. Eu tinha 16 anos e implorei à minha mãe para que ela pagasse a minha mensalidade, e ela aceitou. Comecei com o Muay Thai, mas olhava para o Jiu-Jitsu e me sentia apaixonado pela arte”, relembrou.

Com a paixão despertada pelo Jiu-Jitsu, Rui não quis que a mãe pagasse mais as mensalidades – que tinha um valor elevado para o orçamento da família – e optou por vender seu videogame, um Playstation 3, e fazer alguns serviços para ganhar dinheiro extra e custear os gastos com a modalidade. Pouco tempo depois, sua família se mudou para Londres, na Inglaterra. Raposo ficou mais de um ano sem treinar no novo país, até que encontrou a The Gauntlet Fight Academy, que é comandada pelo faixa-preta brasileiro Neto Nunes.

“Depois de um ano em Londres, descobri uma academia que estava atrás da minha casa, ela estava tão escondida, que nem dava para perceber que era uma academia. Foi aí que conhecei o professor Neto Nunes, ele me deu muito apoio e me fez gostar ainda mais das artes marciais. Ele está fazendo um trabalho sensacional comigo, e posso dizer que tudo o que eu sei de Jiu-Jitsu, aprendi com ele. O meu sonho no Jiu-Jitsu é: ser campeão europeu e mundial em todas as faixas da modalidade”, concluiu Rui, que é faixa-azul.