Vicente Luque analisa ‘disputada’ divisão dos meio-médios e mira vaga no Top 15: ‘Uma questão de tempo’

Vicente Luque analisa ‘disputada’ divisão dos meio-médios e mira vaga no Top 15: ‘Uma questão de tempo’

Por Diogo Santarém

Um card histórico e uma vitória ainda mais marcante. Assim pode ser descrita a noite de Vicente Luque no UFC 229, realizado no último dia 6 de outubro, em Las Vegas (EUA), e marcado pelo triunfo por finalização de Khabib Nurmagomedov sobre Conor McGregor, seguido de uma grande confusão generalizada que tomou conta da T-Mobile Arena.

Dentro do octógono, porém, Vicente fez a sua parte e derrotou Jalin Turner por nocaute ainda no primeiro round. O brasileiro se aproveitou de um soco rodado errado aplicado pelo oponente para encaixar um ótimo contragolpe, levando Turner de imediado ao chão.

Em entrevista à TATAME, o “Assassino Silencioso”, como é apelidado, comemorou bastante o resultado em um card de tanta expressão. Agora, são três triunfos seguidos – sete nas últimas oito lutas -, mostrando que uma vaga no Top 15 dos meio-médios se aproxima.

“O ranking do UFC é imprevisível, né. Ele não é apenas por mérito, vitórias, é quem está em um momento melhor, vendendo mais, e eu entendo isso, porque o UFC é um esporte, mas também entretenimento. Então, o que eu penso é que preciso continuar vencendo, dando show para o público, que tudo vai acontecer. Hoje eu já me sinto um cara ranqueado, acho que tenho a capacidade de lutar com qualquer um dos Top 15, então é questão de tempo até a minha hora chegar”, disse o brasiliense, que complementou.

“A minha categoria (peso-meio-médio) é uma das mais cheias e também mais disputadas do UFC. Os Top 15 todos são caras muito bons, com condições de disputar o cinturão, e se existisse um ranking de 20, por exemplo, seriam todos caras fortes que eventualmente poderiam conquistar uma sequência de vitórias e a chance de lutar pelo cinturão”, opinou.

Confira outros trechos da entrevista com Vicente Luque:

– Vitória marcante em um evento como o UFC 229

Foi uma grande vitória. Acho que o UFC 229 foi o maior desse ano, o PPV bateu recorde, então foi uma vitória muito importante pra mim, visibilidade gigante, todo mundo estava de olho nesse card, e a forma como eu ganhei foi bem marcante também. Eu não considero que foi uma vitória fácil, nunca é, faltando duas semanas então, mas consegui me adaptar ao jogo dele, durante a luta fui pegando a distância e encaixei o nocaute. E é algo que nas minhas lutas eu acabo conseguindo, nocaute ou finalização, porque é o meu estilo. Eu entro preparado para lutar todos os rounds, mas meu estilo é terminar a luta.

– Sete nocautes/finalizações em oito vitórias no UFC

Meu estilo sempre é lutar pra frente. Se eu vejo uma brecha, uma mão baixa, eu vou aproveitar o momento. Se a luta vai para o chão, eu vejo uma guilhotina, um triângulo de mão… São as minhas armas mais fortes e eu vou com tudo. Não é algo que eu tente forçar, acho que até por isso acontece tanto, e com certeza agrada aos fãs e o Ultimate.

– Preparação pra luta e camp completo em Brasília

Essa foi a minha terceira luta onde todo o camp foi feito em Brasília. Meu treino tem evoluído muito, sempre estou querendo melhorar meus pontos fortes e fracos. O que antes faltava um pouco aqui na Serrado MMA era o Wrestling, não era forte, mas agora temos um treinador cubano que era da seleção e tem agregado muito no trabalho. Então, para o meu jogo, acho que isso foi um grande diferencial. Eu tenho habilidade no chão e em pé, mas o que vai ditar o ritmo de uma luta, na minha opinião, é o Wrestling. Eu evoluir e melhorar o meu Wrestling é o que faltava para eu seguir evoluindo e chegar no title shot.

– Tyron Woodley como campeão do peso-meio-médio

Eu acho que o Woodley tem dominado bastante o cinturão, mas também tem tido algumas lesões, demorou para defender o título. Ainda assim, acho que ele é um dos principais nomes da divisão. Apesar de algumas lutas serem consideradas ‘chatas’, ele mostrou que domina a categoria, ganhou de caras bons, então merece ser respeitado. Ele é o campeão por uma razão, mas tem muita gente que pode ameaçar ele. Acho que é difícil ele manter o cinturão na categoria 77kg por muito tempo, então vamos ver se ele é capaz de fazer.

– Desafio e possível duelo contra o Jorge Masvidal

Em relação ao Jorge Masvidal, eu citei ele porque era um cara que estava sem lutar faz um tempo, me chamou no Twitter, queria lutar, e eu estou aqui, disposto a lutar com ele. Então, se a questão é ele não ter adversário, estou aqui. Só preciso da data e estarei pronto. Ele é um cara que está bem ranqueado, é o nono, mas ao mesmo tempo vem de duas derrotas, então seria uma chance boa pra mim. O estilo da luta em si, com dois trocadores, também acho que seria bem interessante, uma disputa animada para os fãs.