A última segunda-feira (23) ficará marcada na história de Jessica Bate-Estaca. A lutadora, ex-campeã peso-palha do UFC, foi graduada à faixa-preta em cerimônia realizada na PRVT Girls, em Niterói, no Rio de Janeiro. Gilliard Paraná, seu mestre, foi o responsável por graduar sua atleta e também outros integrantes da equipe, como Karol Rosa, também lutadora do Ultimate, que agora, assim como Jessica, é faixa-preta de Jiu-Jitsu.
Na cerimônia de graduação, que contou com a presença da TATAME, o “Mestre Paraná” se emocionou ao relembrar de sua história junto com Jessica Bate-Estaca, que há anos concilia seus compromissos no UFC com as competições de Jiu-Jitsu. A paranaense, inclusive, disputou o Brasileiro No-Gi da CBJJ, realizado no último final de semana, em Deodoro, no Rio de Janeiro.
“Vamos lá…. ontem foi o dia mais feliz e histórico na minha trajetória no Jiu-Jitsu. Como todos sabem, eu iniciei minha carreira no Jiu-Jitsu há 9 anos atrás. Cheguei na @prvaletudo faixa branca, não sabia nem dar um rolamento direito, e o mestre @gilliardparana me ensinou tudo com sua paciência e didática e, principalmente, persistência, porque eu não sou uma aluna que aprende rápido as coisas, e quando estreamos no @ufc, eu era uma faixa azul, e em meio à vida de lutar MMA, o mestre sempre me fazia lutar Jiu-Jitsu, porque treinamos todo dia. Aos poucos, fui evoluindo, lutando com garotas duras. A regra era sempre a mesma, o mestre diz: “Se for para o Mundial e ganhar 4 lutas, troca de faixa”, e eu como sou muito fominha de medalha, ia todos os anos no Mundial. Há 4 anos sou campeã mundial da CBJJE na minha categoria e no absoluto. Quando ele me graduou faixa marrom, ele disse: “Agora a responsabilidade dobrou, hein, filhinha”. Isso entrou na minha mente de forma tão intensa que amadureci em todos os quesitos da minha profissão. A faixa marrom me fez crescer, como um adolescente que passa para a fase adulta. E no ano seguinte estava eu, lá no Mundial, dessa vez de faixa marrom. E aí fui campeã mundial na minha categoria e no absoluto faixa marrom, fazendo sete lutas no total. Quando fui subir no pódio, o mestre me abraçou e eu disse: “Mestre, não quero a faixa preta agora, não”. Aí ele disse: “Então vamos fazer um combinado: você vai ser a faixa preta mais sinistra que existe. Comece desde já a competir todos os campeonatos de marrom e quando completar 100 medalhas na marrom, você se tornará faixa preta”. Eu competi muito, mas não consegui as 100 medalhas. Domingo fui para o Brasileiro da CBJJ, como vocês sabem, perdi minha categoria, mas ganhei o absoluto, que é o mais difícil, e foi uma grande prova para meu mestre de que eu estava pronta. Como sempre, ele sabe fazer esses momentos especiais. No treino de ontem, ele falou umas palavras que emocionaram todos, e logo depois veio a surpresa… Ele me graduou FAIXA PRETA. Que emoção, quanto tempo esperei por esse momento. Vou honrar até o último dia da minha vida essa faixa e o senhor mestre @gilliardparana”, celebrou Bate-Estaca.
Assista o momento da graduação:
