Bicampeão em GP peso-leve da PFL, Natan Schulte fala sobre estreia da nova temporada e busca por novo milhão: ‘Ansioso para voltar’
* Atual campeão peso-leve da PFL (Professional Fighters League) e bicampeão do GP da categoria na organização, em 2018 e 2019 – faturando US$ 1 milhão como prêmio pelo título em cada ano -, Natan Schulte está pronto para defender seu cinturão no começo da temporada 2021, que começa nesta semana, tendo em vista o cancelamento da temporada de 2020 por conta da pandemia da Covid-19. Na próxima sexta-feira (23), o brasileiro inicia sua trajetória rumo ao tricampeonato em duelo contra o experiente Marcin Held, que vai acontecer em Atlantic City, nos Estados Unidos.
Com um cartel de 20 vitórias e apenas três derrotas no MMA profissional, Natan, de 29 anos, conversou com a TATAME e falou sobre a chegada de nomes importantes do esporte ao plantel da PFL, como é o caso do ex-campeão peso-leve do UFC, Anthony Pettis, que vai disputar o torneio em sua divisão de peso, além de Fabrício Werdum, Rory MacDonald, Antônio Cara de Sapato e Gleison Tibau, que também já passaram pelo Ultimate.
“Estou bem ansioso para essa nova temporada, para voltar a lutar, porque eu estava num ritmo bom de luta (antes da pandemia). Fiz cinco lutas em 2018 e cinco lutas em 2019. Eu entendi o cancelamento da temporada em 2020, por conta de toda a pandemia, mas estou bem motivado para voltar a lutar nessa nova temporada. Na temporada de 2019, a PFL também alterou bastante o plantel de lutadores em relação ao ano de 2018. Eles sempre fazem isso, de renovar muitas categorias com a chegada de novos lutadores. Chegaram muitos atletas duros, muitos nomes fortes e eu já analisei boa parte dessa galera que chegou para disputar o GP da minha categoria”, projetou o casca-grossa.
Desde que chegou a PFL, em 2018, Natan Schulte está invicto na organização, com nove vitórias e um empate ao longo das duas temporadas que disputou e se tornou campeão. Sem lutar desde 31 de dezembro de 2019, data em que superou Loik Radzhabov na decisão unânime e conquistou a segunda temporada do torneio, mantendo o cinturão peso-leve em sua posse, o catarinense garantiu que a questão física não será um problema visando o combate da próxima sexta-feira, apesar do período de mais de um ano sem lutar.
“Fiquei triste pelo cancelamento da temporada no ano passado, mas eu continuei treinando o ano inteiro. Claro que não como se fosse me preparar para uma luta, mas eu me mantive treinando diariamente e isso me ajudou a melhorar ainda mais na parte em pé, no solo, no Wrestling. Nesse um ano que fiquei parado, consegui ajustar bastante o meu jogo. Acredito que não vou sentir falta do ritmo de luta, porque vai fazer um ano e quatro meses desde minha última luta, e eu já fiquei períodos maiores sem lutar, então acho que não vai me prejudicar”.
Ao longo do bate-papo, o atleta da American Top Team fez uma breve análise do polonês Marcin Held, lutador que vem do evento russo ACA e já teve passagem pelo UFC, exaltou o crescimento da PFL nos últimos anos e contou o que o mantém motivado a treinar diariamente e continuar lutando com dois prêmios de US$ 1 milhão conquistados nas duas temporadas em que foi campeão na organização.
Veja outros trechos da entrevista com Natan Schulte:
– Análise do primeiro adversário no torneio
Eu e o Marcin já treinamos juntos na American Top Team. há uns três anos. É especialista no Jiu-Jitsu, aplica boas chaves de joelho e calcanhar. É um cara muito duro na parte de chão, mas como todos, tem brechas no jogo. Estamos analisando isso para poder fazer uma grande luta na próxima sexta-feira.
– Crescimento da PFL e de outros eventos de MMA
Fico feliz pelo crescimento de outros eventos, não só da PFL. Quanto mais eventos grandes, quanto mais eventos como a PFL no mercado, mais oportunidades os atletas vão ter, não apenas os brasileiros. Precisamos de grandes organizações, como a PFL, Bellator, ONE Championship, para ter espaço para todos. São muitos lutadores de MMA espalhados pelo mundo e nem todos tem espaço para lutar no UFC.
– Você já ganhou duas vezes o prêmio de US$ 1 milhão. O que te mantém motivado no MMA?
O que me mantém treinando diariamente, essa vontade de lutar, tudo isso não é movido pelo dinheiro em si. Claro que o dinheiro é um combustível que ajuda a gente, mas não fui movido a isso. Eu sempre gostei de lutar e sempre quis poder me dedicar somente à luta, como estou fazendo hoje. Esse sempre foi meu maior desejo, desde quando comecei no MMA. Eu sempre dividi a luta, os treinos, com diversos outros trabalhos, para complementar a renda, ajudar minha família, essas coisas… E desde que comecei na PFL, desde a minha segunda luta na PFL, consigo me dedicar 100% à luta. Esse era o meu maior objetivo. Treinar e lutar sem precisar conciliar com outros trabalhos.
– Em meio a esse tempo na PFL, já teve vontade de lutar em outros eventos, como o UFC?
Já tive vontade, mas o tratamento que a PFL tem com os atletas, essa oportunidade da gente conseguir ganhar US$ 1 milhão em um ano, isso é muito difícil de conseguir em outra organização, até mesmo pelo UFC. Isso é o que deixa PFL muito atrativa, não só para mim, mas para todos os atletas. São poucos lutadores no MMA que recebem valores significativos, então é isso que torna a PFL cada vez mais competitiva, certamente.
* Por Mateus Machado