Faixa-preta defende Jiu-Jitsu como atividade em escolas no Brasil e cita expansão do esporte nos EUA
6º grau faixa-preta no Jiu-Jitsu, Denys Darzi é um dos mais conceituados treinadores de Jiu-Jitsu atualmente em solo norte-americano. Head Coach da Soul Fighters de Boca Raton, na Flórida, o treinador decidiu se mudar definitivamente para os EUA há um ano, quando viajou com a família em busca de mais segurança e qualidade de vida, além de querer passar sua técnica como treinador no cenário do Jiu-Jitsu esportivo.
Crescendo de forma nunca vista, a arte suave tem ganhado adeptos a cada dia no cenário norte-americano, como analisa o brasileiro.
“A modalidade nos Estados Unidos não para de crescer, o número de praticantes cresce de forma exponencial, desidratando outras artes marciais, como Caratê e o Judô. O realismo do Jiu-Jitsu e o aprendizado contínuo são fatores que fazem muita diferença, há sempre uma novidade para você aprender no Jiu-Jitsu”, analisou.
Faixa-preta do mestre Fracisco Mansor, o treinador, que atualmente está com 55 anos, começou a praticar Jiu-Jitsu por volta dos 15 anos de idade, quando largou o Polo Aquático do Tijuca Tenis Club e se apaixonou pela arte suave. Pai de três filhos adolescentes, Denys decidiu buscar o sonho americano em busca de melhores dias na vida pessoal e carreira profissional, já que como o próprio diz, o incetivo do Brasil ao esporte ainda é pequeno comparado ao que é feito em outros países, como os EUA.
“O Jiu-Jitsu cresceu muito no Brasil e se expandiu para o mundo todo graças às suas qualidades intrínsecas. Evidentemente que a família Gracie teve um papel importantíssimo, mas as qualidades do esporte são a consequência maior dessa expansão. No entanto, como acontece com a maioria dos esportes no Brasil, o Jiu-Jitsu ainda depende demais de patrocínio, principalmente de grandes empresas e de apoio da grande mídia para atingir um novo patamar”.
Seja na questão de incentivo, quanto economicamente, o Jiu-Jitsu nos EUA vem crescendo de forma meteórica graças as facilidades de organizar eventos no país. Eventos como o Fight2Win e Kasai Pro são verdadeiros shows, com grandes lutas, som e iluminação de primeiro mundo.
Com problemas de infraestrutura e de incentivo à pratica esportiva no Brasil, a soberania brasileira na modalidade pode estar com os dias contatos, porém, Denys acredita que assim como já acontece nos Emirados Árabes, se o Jiu-Jitsu pudesse ser ensinado nas escolas, os benefícios com relação a essa inciativa seriam inúmeros.
“Primeiramente, deveríamos adotar o ensino em tempo integral, como é aqui na América, e o Jiu-Jitsu poderia se tornar uma das atividades da educação física presente nas escolas. O investimento é relativamente baixo, ocupa pouco espaço e como atividade física seria excelente, além de desenvolver bastante o raciocínio dos jovens. Quem sabe se uma grande escola adotar outras não fariam a mesma escolha?”, indagou.