Disputa de cinturão entre Fiuri Ribeiro e Aleandro Caetano no Shooto Brasil termina em polêmica, e atletas envolvidos contam suas versões; entenda
A co-luta principal do Shooto Brasil 106, realizado no último domingo (14), terminou de maneira polêmica. Fiuri Ribeiro e Aleandro Caetano se enfrentaram em disputa pelo cinturão dos super-galos (até 63,5kg), que acabou com Aleandro campeão após desqualificação do adversário. O motivo? Na visão do árbitro Fernando Portella, um golpe ilegal aplicado por Fiuri na reta final do primeiro round, quando o mineiro, por baixo no chão, acertou um calcanhar que “apagou” Caetano. No combate principal, Thiago Manchinha finalizou Fabrício Negão no mata-leão e levou o título peso-leve.
A decisão, porém, não agradou nada Fiuri, que em declaração, reclamou da arbitragem – organizada pela CABMMA – e do resultado do combate: “Resultado equivocado. Se ele realmente foi nocauteado e ficou impossibilitado de voltar, foi por um golpe legal meu. Ou seja, eu o nocauteei. No vídeo dá para ver claramente que ele não estava de três apoios na hora do chute (com o calcanhar). Sem falar que, pelas regras, você deve se proteger o tempo todo, é uma orientação do árbitro antes das lutas. Mas meu adversário resolveu parar no meio da luta para reclamar… Recebi vários vídeos do momento do golpe e neles é nítido que foi legal. Meu adversário errou ao parar para falar com o árbitro central, além de não estar em três apoios. É nítido na transmissão ao vivo do evento”, disse o mineiro, que completou.
“Ele (árbitro central) estava bem posicionado, mas entendo que foi um lance rápido. Por isso, eles poderiam ter utilizado o recurso do replay, algo que já é usado pela Comissão Atlética de Las Vegas no UFC para olharem casos polêmicos como esse. Uma espécie de VAR… É frustrante (a derrota). Eu trabalhei duro por esse momento. Trabalhei muito e por muito tempo para no final ter minha glória furtada. Fui prejudicado”.
Fiuri Ribeiro ainda afirmou que já entrou com um recurso na CABMMA (Confederação Atlética Brasileira de MMA) e espera a “correção do resultado”. De acordo com o lutador, ele é o verdadeiro campeão super-galo do Shooto Brasil, e vai até as últimas consequências para provar que está correto. Sobre o seu oponente, Aleandro, Fiuri disparou:
“Não o respeito. Ele não tem honra! Agiu de forma desonrosa querendo ganhar a luta com minha desclassificação. Eu o nocauteei com um golpe legal que o deixou inconsciente, mas quando ele percebeu que eu poderia ser desclassificado por um possível golpe ilegal, levantou normalmente e começou a saltitar gritando que era o campeão. Foi teatral. Uma encenação que um atleta não deve fazer. A atitude dele não é uma postura de lutador. Não há honra nessa vitória. Não há glória para ele. Fui forjado pelos valores de respeito, honra e integridade, mas já não se fazem lutadores como antes”, finalizou.
Aleandro responde acusações
Campeão super-galo do Shooto Brasil declarado pela organização, Aleandro Caetano rebateu as declarações de Fiuri. Segundo o paraense, o golpe foi ilegal, sim, e só quem não concordou com o resultado foi o derrotado. “Eu estava massacrando ele, cheguei a derrubá-lo, mas o árbitro não parou a luta. Eu já ia ganhar o round com 2 pontos de diferença, fora o golpe irregular. Por que eu ia querer parar uma luta onde estava ganhando e meu adversário não aguentava mais?”, argumentou Caetano, antes de encerrar sobre o sabor que teve o triunfo para ele.
“Não foi o tipo de vitória que eu queria, mas significa muito para mim de qualquer forma. Eu venho de uma lesão muito forte, estou há bastante tempo longe da família e meu sonho sempre foi ser campeão dos maiores eventos do Brasil, como o Shooto Brasil. Eu consegui”, falou o lutador de 32 anos de idade, dono de um cartel profissional no MMA com 21 vitórias e seis derrotas.
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