Borrachinha não confirma luta contra Whittaker e exige novo contrato com o UFC: ‘Tenho contas a pagar’

Apesar do UFC ter confirmado luta contra Robert Whittaker, Borrachinha diz que não tem "nada certo" e volta a reclamar do seu salário na organização

Borrachinha não confirma luta contra Whittaker e exige novo contrato com o UFC: ‘Tenho contas a pagar’

Paulo Borrachinha vem exigindo um novo contrato com o UFC, com melhorias em seu salário (Foto: Reprodução/UFC)

O duelo entre Robert Whittaker e Paulo Borrachinha foi oficialmente confirmado pelo Ultimate para acontecer no card do UFC 284, em fevereiro, na Austrália. No entanto, o brasileiro, além de afirmar que a luta não é oficial, exige um novo contrato e um aumento em seu salário antes de se comprometer a enfrentar o ex-campeão peso-médio.

“O tempo de lutar de graça acabou. Eu amo o MMA, mas não posso lutar apenas por amor. Tenho contas a pagar. Recebo o mesmo pagamento desde 2017, isso é uma loucura. Já lutei com os cinco primeiros (do ranking peso-médio do UFC) e ganho dinheiro como se fosse um iniciante. (Hunter Campbell, executivo do Ultimate), concordou (que recebo pouco). Ele disse que (o salário) está totalmente desatualizado e que precisamos atualizar isso”, disse Borrachinha em entrevista recente ao programa “Submission Radio”.

Paulo Borrachinha, de fato, tem razão em suas reclamações, tendo em vista que o dinheiro que recebe é inferior a alguns dos principais lutadores da divisão dos médios. No card do UFC 278, em agosto, foi divulgado que sua bolsa foi de US$ 65 mil (pouco mais de R$ 350 mil na cotação atual). Borrachinha teve seu salário dobrado com a vitória na decisão unânime sobre Luke Rockhold na edição, assim como acontece com a maioria dos lutadores do Ultimate, e também recebeu um bônus de US$ 50 mil (R$ 270 mil) pela “Luta da Noite”.

“Depois dessa situação, eles anunciaram a luta contra o Robert (Whittaker). Mas não vi nenhum contrato na minha correspondência e nem na minha mesa. Eu não tenho nada certo ainda. Só estou esperando o Hunter Campbell fazer sua oferta, porque ele disse “ok, vamos fazer outra oferta e você vê o que pensa sobre isso”.

Apesar das questões contratuais, Paulo Borrachinha explicou que aceitou enfrentar Robert Whittaker e vê com bons olhos o confronto, ainda mais pelo fato de que uma vitória contra o ex-campeão pode colocá-lo de volta em uma futura disputa de cinturão peso-médio. Com a derrota de Israel Adesanya para Alex Poatan, o vencedor de Borrachinha x Whittaker pode lutar pelo título da categoria.

“Esta luta é uma das minhas lutas favoritas que eu queria fazer, porque eu aprecio o lutador que Robert é. Ele é muito bom. Desde que eu vi ele lutar, pensei, quero lutar com esse cara, porque ele é brabo, sabe, ele coloca muita vontade nas lutas dele. Então, deve ser uma grande luta, e eu adoraria fazer esse duelo. Mas eu não tenho acordo para fazer essa luta ainda, essa é a parte ruim, não tem nada definido. O UFC não me mandou nada, nada de contrato e nada de oferta ainda.

É uma situação estranha. Não sei o que está acontecendo com o UFC. Porque vocês sabem, o UFC costumava publicar as lutas quando o negócio já estava fechado, mas esse não é o caso. Eles me perguntaram sobre Whittaker, se eu deveria lutar com ele. Eu disse: ‘Sim, claro, será um prazer lutar com ele’. Mas não me mandaram nenhuma oferta para essa luta contra ele ainda”.

Por fim, Paulo Borrachinha afirma que há um limite de tempo para aguardar por uma nova oferta do UFC: quando estiver faltando dois meses para o card do UFC 284, marcado para 12 de fevereiro. O brasileiro disse que seu contrato com a organização expira em meados de 2023, e o lutador voltou a deixar claro que pode migrar para o Boxe se o dinheiro a ser oferecido pelo UFC não for do seu agrado.

“Depende dos termos. Podemos ver muitas boas oportunidades nos esportes de luta. Temos o Boxe, um grande atrativo nos dias atuais, muitos grandes nomes. Então, isso faz muito sentido para mim, porque o MMA é muito difícil, você precisa treinar muito. Eu costumava treinar seis horas. Se colocar fisioterapeuta, sessão de fisioterapia, se colocar massagem, eu fico oito, nove horas fora de casa todos os dias. Então, é muito trabalho. E o pagamento, pelo menos no meu caso, não compensa todo esse trabalho.

Eu amo o MMA. O MMA me trouxe até aqui, sou muito grato. Mas às vezes você precisa pagar contas, você precisa cuidar do seu futuro. E do jeito que está meu negócio, acho que o grande erro da minha carreira foi assinar aquele contrato em 2017, por tanto tempo, por tão menos dinheiro. Eu não assinei um acordo inteligente. Mas foi parte minha culpa, parte da culpa do meu empresário na época. Então, estou tentando consertar isso”, finalizou.

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