Solto após fiança de US$ 1 milhão, Cain Velásquez relembra período preso: ‘Foi tudo uma loucura’
Após passar oito meses preso, Cain Velásquez, ex-campeão peso-pesado do UFC, deixou a prisão do condado de Santa Clara, na Califórnia (EUA), no início de novembro. O lutador foi solto mediante ao pagamento de uma fiança de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões). Agora, Cain responderá em liberdade condicional a acusação de tentativa de homicídio que o colocou atrás das grades.
Em meio à isso tudo, Cain Velásquez conseguiu uma liberação para voltar a trabalhar, e no início deste mês, participou do evento de pro-Wrestling “Lucha Libre AAA”, que aconteceu na Mullet Arena, no Arizona (EUA). Bastante ovacionado pelos fãs, o lutador – que foi acompanhado de um oficial da polícia – recebeu aplausos e se emocionou.
Posteriormente, em entrevista ao podcast K100 w/ Konnan & Disco, Cain Velásquez relembrou o período na prisão, comentando ainda sobre o seu estado físico e mental debilitado.
“Foi tudo uma loucura. Provavelmente, o pior que senti fisicamente e mentalmente fazendo alguma coisa. (…) Eles me tinham sob custódia protetora. A parte boa é que você tem muito tempo sozinho consigo mesmo, e a ruim também é ficar muito tempo sozinho”, disse o americano de origem mexicana, que completou:
“Só quero agradecer a todos. Eu realmente aprecio o apoio que recebi. Significa muito pra mim e me deu força (na prisão). Obrigado a todos para sempre por isso”.
Relembre o caso
Cain Velásquez foi preso no dia 28 de fevereiro por, supostamente, perseguir uma caminhonete em alta velocidade e abrir fogo com uma arma calibre .40. Seu alvo seria Harry Goularte, de 43 anos, que é acusado de molestar um filho do ex-campeão peso-pesado do UFC. Um dos tiros atingiu o padrasto de Goularte.
Advogado de Cain Velásquez, Mark Geragos entrou com pedido de estipulação de uma fiança, visando que o lutador tivesse como aguardar pelo julgamento ao lado da família. Em seu argumento, Geragos citou que Cain não apresentava ameaça de fuga e também mostrou que havia retido os passaportes do lutador e também da esposa dele. Outro detalhe importante é que a corte recebeu 37 cartas que demonstravam apoio ao ex-campeão.
Vice-procurador geral do condado de Santa Clara, Aaron French, no entanto, mostrou um testemunho de autoria de Patrícia, mãe de Harry Goularte, que seria uma das passageiras do carro perseguido por Cain, e responsável por ter ligado para o 911 (número que atende chamadas de emergência nos EUA). French argumentou que os três indivíduos presentes no veículo estavam traumatizados por “ações horríveis naquele dia”.
Oito meses depois, foi estipulada fiança de US$ 1 milhão. Outras condições para Cain Velásquez, enfim, ser solto, é o fato de que o atleta ficará em prisão domiciliar, sendo monitorado por GPS. Ele não poderá ter armas em casa e também foi exigido que seja submetido a tratamento ambulatorial para lesão cerebral traumática e CTE (encefalopatia traumática crônica) em um local próximo à sua residência, além de uma espécie de aconselhamento para pais de crianças que foram vítimas de abuso sexual.