Confederação Brasileira de Judô anuncia medidas em busca de maior igualdade entre homens e mulheres
Os tempos mudam, a sociedade evolui. Consequentemente, o esporte evolui também. Por isso, a Confederação Brasileira de Judô deu um importante passo rumo a igualdade de gêneros no Judô brasileiro, anunciando medidas que trazem equilíbrio entre os atletas.
As medidas são anunciadas como incentivo à nova política de promoção de igualdade de gêneros, implantada pela entidade, além do incentivo ao aumento da representatividade feminina no esporte, que é uma das principais agendas abordadas pelo COI atualmente.
Conforme o anúncio, as medidas serão de paridade na graduação mínima para homens e mulheres em todas as classes de idade e em todas as competições nacionais orquestradas pela organização. Além disso, houve a criação de uma cota especial, estabelecendo, no mínimo, duas árbitras devidamente convocadas pela Coordenação Nacional de Arbitragem para atuar nos campeonatos nacionais, aumentando o envolvimento feminino na área.
Até 2018, homens precisavam estar na faixa roxa para competir no sênior nacional, enquanto as mulheres precisavam estar na faixa verde. Buscando igualdade, a partir de agora, homens e mulheres precisam da faixa roxa para competir no nível sênior da CBJ.
Em entrevista exclusiva à TATAME, o medalhista olímpico Flávio Canto, um dos maiores ícones do Judô brasileiro, comentou sobre as mudanças que vão entrar em vigor. O criador do projeto “Renascer” apoiou as mudanças anunciadas, afirmando que as mulheres são o carro-chefe do Judô nacional nos tempos atuais e, por isso, merecem reconhecimento.
“Essa história da igualdade de faixas vem em um momento que faz sentido, mas até pouco tempo atrás não fazia. O Judô feminino começou depois do masculino em termos de competição. O masculino estreou em 68, no México, enquanto o feminino só começou em 92, valendo medalha, de fato, em Barcelona. Com essa regra de que as meninas só poderiam competir no Brasileiro na faixa verde e os meninos na faixa roxa, era quase que um incentivo para poder ter um número maior de mulheres. Com essa paridade hoje, isso passa a ser viável, porque as meninas, especialmente nos últimos 10 anos, vêm tendo resultados expressivamente melhores que os homens, quase que o dobro de medalhas em Mundiais que os homens conquistaram. As meninas são hoje o carro-chefe do Judô nacional. A história da cota para árbitras femininas é importante também. Colocar as protagonistas do Judô feminino no comando, dividindo o protagonismo do esporte, é sempre importante também. Sou favorável com as mudanças”, afirmou o casca-grossa.