Em má fase, Junior Cigano ‘abre o jogo’ sobre chance de demissão do UFC e, aos 36 anos, descarta aposentadoria: ‘Não vou me apressar’
Ex-campeão peso-pesado do Ultimate e um dos lutadores com mais “tempo de casa” na organização – faz parte do plantel desde 2008 -, Junior Cigano vive o momento mais delicado de sua carreira no MMA profissional. Atualmente com 36 anos, o brasileiro vem de quatro derrotas consecutivas, todas por nocaute, a mais recente delas sofrida no último sábado (12), no card do UFC 256, quando foi derrotado por Ciryl Gané no segundo round e amargou o nono revés em seu cartel na modalidade.
Ao mesmo tempo em que busca contestar o resultado negativo, por considerar que a cotovelada aplicada por Gané foi ilegal, Cigano sabe que uma reviravolta por meio da Comissão Atlética de Nevada é considerada difícil e a realidade aponta até mesmo para uma possibilidade de dispensa por parte do UFC, tendo em vista que, recentemente, Dana White revelou que cerca de 60 atletas seriam demitidos da companhia. Mesmo com uma quantidade considerável de lutas restantes em seu atual contrato com a franquia, o experiente atleta considera que seu futuro dentro do Ultimate é uma “incógnita”, como externou em entrevista ao site MMA Fighting.
“Nosso contrato com o UFC pode acabar quando eles quiserem. Acho que eles têm a intenção de liberar muitos lutadores agora. Não sei como vai ser. Acho que isso é responsabilidade deles. Coube a mim vir preparado para essa luta (contra Ciryl Gané), vencer e superar esse momento negativo que estou vivendo, mas, infelizmente, isso não aconteceu, e toda essa bagunça aconteceu. Não sei exatamente como vai ser agora. Vamos ver qual será o próximo passo. Adoro fazer o que faço, sempre fiz o meu melhor dentro da organização e continuarei fazendo o máximo que puder. Acho que ainda tenho cinco (lutas em seu atual contrato com o UFC), mas isso não significa nada”, reconheceu o lutador da American Top Team, que falou também sobre o atual momento de sua carreira.
“Tenho vivido situações, realmente tentando entender minha cabeça. Há uma razão pela qual as pessoas dizem que somos nossos piores inimigos (risos). Às vezes é difícil lidar com seus próprios sentimentos, com sua própria mente. Acho que isso afetou muito minha vida, mas uma coisa que não posso negar é que é isso que adoro fazer. Amo lutar. Infelizmente, não estou conseguindo tirar a melhor sensação disso, sabe? Tenho estado muito ansioso antes das minhas lutas. É um momento difícil, mas cabe a mim resolver isso da melhor maneira e fazer com que desapareça o mais rápido possível”.
Sem saber qual vai ser a postura adotada pelo UFC após amargar o quarto revés consecutivo, Junior Cigano evitou falar sobre o próximo passo de sua carreira caso não lute mais pela organização de Dana White, mas descartou qualquer possibilidade de aposentadoria do MMA.
“Não tenho intenção de me aposentar agora, principalmente porque tenho 36 anos e, como disse, estou no mais alto nível nos treinos. Mas não consigo refletir isso no octógono, então é uma situação complicada. Prefiro nem falar (de aposentadoria), porque não quero me apressar. Não estou pensando nisso. A única coisa que estou tentando absorver é tudo que está acontecendo, essa situação difícil da luta, e como isso soa injusto, sabe? Sempre fiz o meu melhor para tornar isso melhor para todos, não só para a organização, mas também para mim, sendo um cara justo e competindo de forma justa, porque isso é algo que merece respeito. Prefiro não discutir nada ainda porque não parei para pensar (futuro no MMA) nisso”, concluiu.