Especialista em reprogramação mental Elainne Ourives aponta a ‘visualização’ como arma poderosa para decidir o resultado de uma luta

Especialista em reprogramação mental Elainne Ourives aponta a ‘visualização’ como arma poderosa para decidir o resultado de uma luta

No futebol foi criada a velha máxima de que “o craque é aquele que antevê a jogada”. Nos esportes individuais, como os de combate, ter a capacidade de prever o que o oponente pode apresentar é meio caminho andado para triunfar em um duelo. E não precisa ser gênio; basta estudar bastante o estilo do adversário, tendo lutas passadas como referência, e elaborar e impor uma estratégia que sirva como antídoto.

Ou seja, além de treinar bastante, é necessário visualizar as circunstâncias que podem ser apresentadas durante a luta. A reprogramadora mental Elainne Ourives, especialistas no assunto, explicou um pouco do que leva a visualização a ser um fator determinante para decidir o sucesso de uma ação. Além de evitar surpresas, aproxima o lutador de uma energia capaz de gerar a confiança que o leve ao triunfo.

“É uma capacidade da consciência de estimular o cérebro a projetar a realidade ou futuro desejados, encontrar soluções mentais para diversas situações e identificar respostas internas a processos terapêuticos na superação de traumas”, destaca a profissional, que define o processo como “um conjunto de técnicas de ativação neurológica que trabalha emoções, fisiologia e bioquímica por meio de imagens”.

Quando aplicada nos esportes, em especial nos relacionados à luta, as técnicas ajudam a mente a criar e a traçar novos caminhos neurológicos, a partir de visualizações internas, correspondentes ao objetivo do atleta.

“Elas são eficientes para programar e condicionar a mente com antecipação ao plano de ação durante as competições, para aumentar o desempenho, rendimento pessoal e profissional. Além disso, tais recursos são importantes para o esportista acessar a memória visual, emocional e afetiva ligada ao evento antes mesmo dele acontecer, seja durante as disputas ou após os campeonatos”, diz.

Além disso, a visualização age sobre a resposta fisiológica do lutador. Segundo Elainne, as técnicas de visualização ajudam a equilibrar a liberação de hormônios funcionais no corpo, tais quais oxitocina e endorfina, além de reduzir o impacto do estresse, de ansiedade pois ajuda a controlar os níveis de cortisol e de adrenalina, bem como a elimina possíveis efeitos posteriores de depressão.

“Do mesmo modo, é possível melhorar a gestão emocional e também a reduzir os sintomas de alexitimia, que é a dificuldade de perceber e sentir as próprias emoções, o que pode acarretar na falta de altruísmo, dificuldade para usar a imaginação, de comunicação interpessoal ou mesmo irritabilidade. Todos esses fatores, somados ao plano mental e visual construído antes das competições, tendem a aumentar o desempenho e o rendimento esportivo dos atletas que aderem ao esquema da visualização mental e emocional”, garante.

As visualizações podem interferir diretamente no resultado de uma luta, visto que o embate é uma junção de fatores físicos e emocionais. De acordo com Elainne Ourives, o atleta deve incluir na visualização aspectos como controle, direcionamento, foco e atenção para conseguir projetar uma vitória.

“No caso dos atletas, as imagens precisam focar em ações positivas, no comportamento ideal, nas atuações e nos movimentos certos. A lógica é comandar o jogo interno. Por isso, nunca a projeção visual deve focar nos erros e equívocos. Ao visualizar o comando certo, você cria a sinapse certa, a trilha neural correspondente, estimula a memória visual e treina o cérebro para a execução ideal no decorrer das competições”, garante.

Ainda de acordo com a reprogramadora mental, as técnicas de visualização não apenas ajudam na vitória, mas também são eficientes para reverter um cenário de derrota e transformá-lo em um impulsionador de melhores resultados.

“Além do treinamento prático, técnico e físico, as visualizações ajudam a criar uma nova perspectiva emocional; ou seja, para visualizar a mesma competição e assim treinar a mente para vencer e para transformar a realidade da derrota em um novo cenário de vitórias. Inclusive, as derrotas podem servir de base para criar uma nova dimensão mental e emocional de futuras conquistas no esporte e na vida”, atenta.