Ouro duplo em 2017 e 2018, Tayane Porfírio mira recorde de títulos mundiais no feminino faixa-preta
Por Diogo Santarém
Tayane Porfírio não sabe o que é perder em Mundiais na faixa-preta. No último torneio da IBJJF, realizado entre o fim de maio e o início de junho, na Califórnia (EUA), a revelação da Alliance mais uma vez brilhou, conquistando o ouro duplo no feminino pela segunda vez. Em 2017 e 2018, Tayane atropelou as suas adversárias no superpesado e no peso aberto.
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Aos 23 anos, a jovem já é dona de quatro títulos mundiais na faixa-preta e quer ainda mais. Em entrevista à TATAME, Porfírio falou sobre sua vontade de ser a maior campeã mundial de todos os tempos, superando o recorde de Michelle Nicolini, de oito ouros.
“Quero aumentar sim (minha lista de títulos). Quero poder competir até os 30 anos e conseguir mais ou menos dez títulos mundiais. Se eu não conseguir até os 30, vou lutar até conseguir”, garantiu a lutadora, que no Mundial deste ano finalizou Venla Orvokki com uma omoplata no superpesado e derrotou Nathiely Jesus por 12 a 0 na final do absoluto.
Tayane ainda comentou sobre seu reencontro com a amiga Nathiely, com quem também decidiu o peso aberto no ano passado, os dramas da lesão e a perda do avô – segundo ela sua maior motivação para o campeonato -, além de responder as críticas sobre seu peso.
Confira abaixo a entrevista com Tayane Porfírio na íntegra:
– Quarto título mundial na faixa-preta e performance
Foi muito gratificante pra mim. Estou feliz pela minha performance no Mundial, ainda mais porque não estava treinando 100% e os desafios são enormes. A cada ano novas faixas-preta aparecem, então acho que pra mim sempre vai ser difícil. Lidar com o nervosismo é muito complicado, sem contar que todas as atletas estão treinando para ganharem, assim como você, e a cada ano vai ficar mais difícil (ser campeão mundial), com certeza.
– Foco em recorde mundial feminino e bons resultados
Quero aumentar sim (minha lista de títulos). Quero poder competir até os 30 anos e conseguir mais ou menos dez títulos mundiais. Se eu não conseguir até os 30, vou lutar até conseguir. Eu não vejo tanta facilidade assim nas minhas lutas (risos), mas eu acho que para vencer é saber lidar com a mente, pois às vezes o nervosismo trás a derrota.
– Relação com a Nathiely e reencontro no absoluto
Somos amigas, temos uma relação muito boa! Fico feliz pela Nath ter chegado na final mais uma vez comigo, é sempre aquele receio, né. Você pensa ‘mais uma final, caraca, vamos ter que sair na porrada’. Esse é o meu pensamento, então faz parte do esporte.
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– Maior motivação na conquista do ouro duplo em 2018
O que mais me motivou para este Mundial foi que o ano todo que eu sofri com uma lesão, e não poder treinar como eu queria era horrível. Além disso, tive meu avô em coma e um amigo de treino no hospital, e infelizmente meu avô veio a falecer. Então, esse meu título foi pra ele, uma sensação de alívio, como se eu tirasse um peso das minhas costas.
– Relação com as críticas sobre o seu peso e resposta
Para falar a verdade eu nem procuro ler, evito entrar nas páginas para evitar desgosto com essas pessoas mal amadas e infelizes. O grande erro da maioria do seres humanos é ter sua vida frustrada e querer frustrar a dos outros. Minha maior resposta é eu não dar ideia, eles verem que não estou nem aí pra eles. Enquanto eles estão falando, vou vivendo minha vida feliz e amada pelas pessoas ao meu redor que realmente me conhecem e importam.
– Nível das estrangeiras e arbitragem no Mundial 2018
Acho que a cada ano vai subir mais o nível dos estrangeiros. O estrangeiro é persistente, assim como nós brasileiro, mas creio que hoje tem muito estrangeiro com mais sangue no olho que alguns brasileiros. Fiquei feliz com a vitória de alguns estrangeiros, eles mereciam. O nível está começando a se igualar. Já sobre a arbitragem, eu vi muitos erros, mas não sou ninguém para criticar. Creio que a IBJJF deveria observar mais os árbitros e começar a chamar mais atenção deles para que futuramente errem menos.