Presidente do SFT avalia edição nos EUA, revela próximos planos e fala em ‘identidade própria’ para a organização
Em meio às dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19, o SFT, considerado uma das principais organizações de MMA da América Latina, promoveu sua 23ª edição no dia 13 de agosto, em Miami, nos Estados Unidos, no primeiro evento da organização no país. A realização do card serviu como um “alento”, tendo em vista que o SFT 22, que seria realizado em São Paulo, uma semana antes do SFT 23, precisou ser cancelado horas depois da pesagem.
Presidente do SFT, David Hudson completou, recentemente, dois anos à frente da franquia, e em entrevista, fez um balanço sobre o que estava sendo planejado antes do surgimento da pandemia do coronavírus, ressaltando que era importante retomar a realização dos eventos, mesmo com os desafios que todo o staff teria pela frente.
“Tudo estava indo muito bem. Estávamos programados para vir para os Estados Unidos e depois para o México, mas então a pandemia atingiu. Fazia muito tempo para nós sem um show (desde o dia 29 de fevereiro de 2020, em São Paulo) e nossos planos são grandes. Precisávamos voltar a produzir programas. Nosso plano original (para o SFT 23, nos EUA) era trazer 10 lutadores do Brasil, córners, locutor e ter um card EUA x Brasil. Iríamos trazer nossos melhores lutadores do Brasil. Teria sido o tipo de evento que poucas organizações de MMA no mundo poderiam realizar. Isso, realmente, nos colocaria no mapa! Nossa estreia nos Estados Unidos precisava acontecer e tivemos algumas ótimas lutas, mas não o grande impacto que pretendíamos ter em Miami. Ainda valeu a pena realizar o evento, porém, ainda não nos colocou em um novo nível”, analisou o mandatário, que também falou sobre os diferenciais da organização e os próximos planos do SFT.
“Nós somos diferentes. Temos um mascote, ‘Kiss Cam’, e chamamos as crianças para competir em gincanas onde elas ganham brinquedos e o público presente concorre a prêmios em dinheiro. Eu sou um tipo de promotor muito diferente, que gosta de fazer coisas malucas. Não temos associação com nenhuma equipe de MMA e não representamos nenhum lutador. Não estou procurando facilitar para eles, não estou protegendo os lutadores para construir seus recordes e depois mandá-los para outra organização. Isso tem funcionado bem no Brasil . Nossa filosofia é dar aos fãs grandes lutas, mantê-los entretidos. Ouvimos dizer que o Hard Rock, em Hollywood, pode estrear em dezembro, e se for verdade, gostaríamos de promover um show lá assim que estiver disponível para nós. Quando a pandemia acabar, nosso plano para um período de 12 meses é promover quatro shows nos Estados Unidos, dois no México e seis a oito eventos no Brasil”.
Por fim, David Hudson ressaltou uma das prioridades do SFT: fazer com que a franquia tenha uma identidade própria, sem servir de “trampolim” para as principais organizações de MMA do mundo, como o UFC. Diante disso, desde o ano passado, a companhia passou a assinar contratos exclusivos com alguns de seus lutadores e vem traçando planos cada vez mais ousados visando os próximos anos.
“Não quero que a SFT seja um alimentador do UFC. Esta é a principal razão pela qual existem tão poucas organizações grandes além do UFC. Há espaço para o UFC e também para o SFT. Não só não quero que sejamos um alimentador do UFC, como não quero que a gente procure ex-lutadores do UFC para lutar pelo SFT. Quero que o SFT seja uma das grandes organizações de MMA, mas isso não vai acontecer se tivermos apenas lutadores que não foram bem no UFC. Eu, definitivamente, acredito que temos alguns lutadores que serão grandes estrelas em um futuro não muito distante. Somos a promoção de MMA número 1 no Brasil, onde tudo começou. Seis dos sete melhores lutadores peso-por-peso do Brasil, inclusive o nº 1 (Marcos Babuíno), tem contrato com a SFT. Nossa filosofia é tratar cada lutador com respeito, sejam campeões mundiais ou amadores. Fazemos de tudo para que nossos lutadores se sintam especiais”, encerrou.