Rani Yahya exalta entrada no Top 5 de maiores finalizadores da história do UFC e explica desafio a Urijah Faber: ‘Seria uma grande disputa’
* Integrante do plantel do UFC desde o ano de 2011, Rani Yahya voltou a vencer pela organização em março, quando finalizou Ray Rodriguez no segundo round e recuperou-se do empate contra Enrique Barzola e da derrota sofrida para Ricky Simón, em 2020 e 2019, respectivamente. O triunfo não foi importante “somente” pelo fato do brasileiro ter retomado o caminho das vitórias, mas também representou uma marca importante para o atleta de 36 anos, que entrou no Top 5 de mais finalizações na história do Ultimate.
Ao comentar o resultado positivo obtido contra Rodriguez, Rani Yahya, em conversa com a TATAME, deu mais detalhes sobre a estratégia adotada para o confronto e exaltou o fato de ter conseguido a vitória após aplicar um katagatame, levando-se em conta que o americano ainda não havia sido finalizado dessa forma.
“A estratégia era, sim, permanecer por cima. Vi que ele aceitava bastante o jogo de chão, tinha algumas finalizações da guarda, o que acabou me ajudando, porque ele veio pra dentro. Ele nunca tinha sido finalizado no katagatame, mas senti que estava dando muita brecha e aquilo me intrigou bastante. Como ninguém nunca tinha finalizado ele no katagatame? Então fui trabalhando a posição e consegui pegar. A diferença ali na hora é se manter calmo. Eu bati, respirei, trabalhei o ground and pound, fui sem pressa para finalizar, não correr o risco de sacrificar a posição. Ele tem uma boa guarda de ganchos, algumas ameaças, mas se expôs, e aí foi ter paciência até a finalização”, contou Rani, que já finalizou sete vezes no Ultimate.
Ao longo do bate-papo, o brasiliense falou mais sobre reconhecimento e os seus próximos planos dentro do UFC, principalmente após os desafios feitos a nomes como Urijah Faber, Enrique Barzola, Davey Grant e até mesmo ao faixa-preta de Jiu-Jitsu Ryan Hall, que luta na categoria peso pena da companhia.
Veja a entrevista completa com Rani Yahya:
– Satisfação com a entrada no Top 5 de maiores finalizadores do UFC
Estou bem feliz com a vitória, acho que o UFC valorizou bastante os meus números, trabalhou bem a mídia em cima disso (Top 5 de finalização). Já estou lutando há muito tempo, vencendo, finalizando muita gente, então era hora de ter esse reconhecimento e fico bastante agradecido pela forma como tudo aconteceu.
– Planos visando seu próximo combate e adversários em mente
No momento em que eu falei daqueles nomes, Urijah Faber e Enrique Barzola, não tinha acontecido a outra luta de pesos galos do evento, mas o Davey Grant anotou mais um nocaute no mesmo dia, tem três vitórias seguidas e acho que seria uma grande luta. Sobre o Faber, acho que seria interessante pra ele e pra mim, tem tudo para acontecer. Ele é um cara que vem do Wrestling, mas finaliza muito, tem uma guilhotina forte, pega bem as costas, então acho que seria uma boa disputa se ele estiver disposto a retornar.
– Desafio feito ao peso-pena Ryan Hall e subida de categoria
Me interessa muito (enfrentar o Ryan Hall) porque eu tenho vontade de lutar no peso de cima, atuar com uma preocupação a menos que é a dieta, corte de peso, lutar de forma mais saudável. Já vi ele no ADCC, não acho que é essas coisas todas, apesar de um bom finalizador, tenho muito recurso para anular o jogo dele.
– Elogios ao também faixa-preta de Jiu-Jitsu Charles do Bronx
O chão do Charles, o que eu vejo é que ele é um finalizador, mas não é dependente do jogo de chão, e isso vem resultando nas finalizações. Na maioria das lutas ele nem tenta botar pra baixo, vai para a trocação, atua bem em pé também, e aí quando a luta começa a embolar, ele cai por baixo sem preocupação, tenta derrubar. Esse desapego dele com a luta de chão, não ser dependente como eu, por exemplo, acaba levando ele a chegar na posição de finalização com mais facilidade. Porque muitas vezes é o outro tentando derrubar ele, o outro que se coloca na posição errada, e como o Charles tem uns botes muito certeiros, ele finaliza.
– Motivação para seguir lutando em alto nível no UFC aos 36 anos
O que me motiva a seguir é o fato de eu ser um competidor, eu vivo para isso, não consigo me ver sem estar competindo. Gosto do processo de treino, camp, dieta, me preparar para uma luta, então esse é um fato. E o outro é finalizar mais pessoas, ficar marcado. Ainda quero finalizar muito mais gente dentro do Ultimate.
* Por Diogo Santarém