Tetracampeão mundial, Lucas Lepri celebra feito histórico: ‘Orgulho de nunca ter desistido’
Lucas Lepri se tornou o primeiro peso-leve tetracampeão na faixa-preta (Foto Reprodução)
Por Diogo Santarém
O Mundial 2017, que foi realizado até o último dia 4 de junho, em Long Beach, nos Estados Unidos, representou um feito histórico para Lucas Lepri. Isto porque o lutador foi campeão em sua categoria e, desta forma, se tornou o único peso-leve a conquistar quatro títulos mundiais na faixa-preta, fato que o consolida cada vez mais como um dos principais atletas de sua geração.
Além da conquista histórica de Lepri, outro grande destaque do Mundial deste ano foram os títulos conquistados por atletas da nova geração, tanto no masculino quanto no feminino, sobre lutadores mais experientes e consagrados na faixa-preta. Em entrevista exclusiva à TATAME, a fera da Alliance ressaltou o ouro conquistado por Nicholas Meregali, que derrotou o casca-grossa Leandro Lo na final de sua categoria, e comentou sobre o processo de renovação que vem acontecendo no esporte.
“Acho que a renovação é um momento natural do esporte e a nova geração está chegando muito bem e com um foco diferenciado. Fico feliz em ver como o esporte está cada dia mais profissional. Sabia que o Nicholas (Meregali) iria chegar muito bem e contava também com a chegada do Isaque (Bahiense), mas não foi dessa vez. Mas com certeza ele virá melhor ainda para o próximo ano”, analisou o faixa-preta.
Confira a entrevista completa com Lucas Lepri:
– Sensação de conquistar o quarto título mundial na faixa-preta
A sensação foi maravilhosa. Desta vez, com um gostinho diferente, já que me tornei o único peso-leve a conquistar quatro títulos mundiais na faixa-preta. Estou extremamente feliz!
– Trajetória na competição
Fiz três lutas no total, já que na final, infelizmente, o (Roberto) Satoshi acabou se lesionando. Duas delas ganhei por pontos e a outra acabei finalizando pelas costas, me classificando para a final. Mais uma vez, consegui repetir o feito do Mundial do ano passado, como também do Pan-Americano deste ano, não sofrendo nenhum ponto em nenhuma luta. É muito gratificante ver todo o trabalho duro sendo recompensado.
– Final contra Roberto Satoshi e lesão do adversário
Foi tudo muito rápido. Eu tentei aplicar a queda e, na hora que ele tentou se defender, o ombro dele saiu do lugar. Infelizmente, ele não pôde continuar na luta.
– O que acha que fez a diferença para o seu título?
Nada diferente do que eu já faço. Muito treino, disciplina, foco… Estava muito determinado a ter esse título para entrar no Hall da Fama e não poderia estar mais realizado.
– Qual é a importância da Alliance nessa conquista? Se espelha em alguém para seguir lutando e vencendo títulos?
A Alliance não é apenas um time, mas sim uma grande família. Todos nós lutamos lado a lado até o final. O suporte de todos da equipe é muito importante para a realização pessoal de cada um. Com certeza, me espelho em vários amigos na equipe, alguns estão na ativa e outros que já pararam, mas deixaram seu legado. Esses exemplos são o que me motivam a continuar lutando e deixar o meu legado também.
– Sensação de ser considerado um dos maiores nomes do esporte
Fico feliz de estar sendo um grande expoente do nosso esporte e cada vez mais me consolidando e cravando meu nome na história. É um sonho que está se tornando realidade. Isso é fruto de todo um trabalho que começou há 17 anos e que hoje fico orgulhoso de nunca ter desistido, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas no início.
– Em relação à arbitragem no Mundial, de uma forma geral, o que achou?
Acho que esse Mundial foi um dos piores anos. Respeito muito a arbitragem, pois imagino que não seja uma profissão fácil. Mas penso que alguns resultados poderiam ter sido diferentes, uma vez que o uso do replay é fundamental para tal. Erros são normais, somos seres humanos, porém os atletas não podem sair prejudicados por conta da arbitragem, pois é muita dedicação e muito treinamento envolvido.
– E da estrutura do evento: é o maior torneio de Jiu-Jitsu do mundo?
Com certeza, é o maior evento de Jiu-Jitsu do mundo. Nada se compara com o Mundial da IBJJF.
– Quais são os próximos planos?
O próximo objetivo é o ADCC, em setembro, na Finlândia. Mal posso esperar para mais esse desafio.