Treta opina sobre prêmio no Mundial da SJJIF: ‘Pequeno grupo dividiu a grana e o resto saiu sem nada’
ANAHEIM, CA - JULY 28: Jon Jones arrives during the UFC 214 weigh-in inside the Honda Center on July 28, 2017 in Anaheim, California. (Photo by Jeff Bottari/Zuffa LLC/Zuffa LLC via Getty Images)
Por Yago Rédua
No último Mundial da SJJIF, realizado na Califórnia (EUA), o absoluto entre as mulheres mais uma vez foi alvo de polêmicas. A federação iria pagar US$ 15 mil, se fosse atingido o mínimo de 12 atletas no peso-aberto. Como se inscreveram apenas oito lutadoras, o prêmio pago foi de US$ 10 mil a campeã. Em ação na disputa, a faixa-preta Talita Treta indagou sobre a forma como as lutadoras “decidiram” por dividir o dinheiro.
“Eu enxergo os dois lados. O lado das meninas e o lado do evento, a SJJIF, de não cobrar inscrição para faixa-preta e a premiação do feminino ser exatamente igual a do masculino. Eles têm a tabela de premiação para mais de 16 competidores, oito e mínimo de quatro atletas. No absoluto masculino deu os 16 (lutadores) e no feminino deu oito sofrendo (risos). Só que tinham muitas meninas inscritas que não foram e acho até que dariam as 16, não podemos julgar, porque não sabemos o que aconteceu. A única coisa que fiquei, particularmente, um pouco chateada foi que um pequeno grupo das meninas dividiram a grana e o resto, que estava lá, lutou e saiu sem nada – não foi só as que estavam no pódio. Decidiram quem estava dentro do bolo e racharam, isso me deixou muito chateada. Eu acho que quem ganha ou chega nas finais, faz o que quiser com a grana se a “mina” ganhou e quer dividir, beleza, o dinheiro é dela”, disse Talita, que seguiu:
“Mas pensa comigo: deu oito meninas certinho, se uma saísse, já era. Não teria nem essa premiação, seria menor ainda. Então, se é para valorizar quem está lá e lutou, que molhasse a mão de todo mundo um pouco, não ia fazer diferença se uma saísse e o prêmio caísse pela metade, entende? Agora, se eu fiquei chateada que sou atleta, se coloca no lugar da federação. Só pelo fato deles não cobrarem a inscrição, fica difícil exigir algo deles. O que temos que fazer é nos unirmos e trazermos mais meninas para as competições. Tem como ter mais de 20 (meninas) num absoluto, mas talvez muitas não vão por já saberem que pode rolar esse tipo de coisa, de algumas combinarem e dividirem a grana. Que fique bem claro: se isso fosse decidido entre as finalistas, não teria problema nenhum. Divide o dinheiro e sai na porrada, porque o evento também merece ter boas lutas, mas não foi isso que aconteceu. E talvez se elas tivessem dado um pouquinho para todas que estavam ali, fazendo sua parte, o próximo ano seria melhor e depois melhor. Eu preciso de dinheiro, mas meus valores vão além dele. Eu, no lugar delas, daria para todas por questão de união. Vamos sair na porrada, dar um show para eles (SJJIF) e mostrar que está valendo a pena o que eles estão fazendo. Espero que eu tenha conseguido me explicar bem. Eu amo todas as meninas de coração, mas fiquei chateada com isso”, disparou.
Vale lembrar que o título do absoluto no Mundial da SJJIF ficou com Tayane Porfírio, a segunda posição com Nathiely Jesus e o terceiro lugar foi ocupado por Luiza Monteiro.
Confira na íntegra a entrevista com Talita Treta:
– Preparação de MMA e próxima luta
Depois da minha luta, entrei numa fase de mudanças mais pessoais do que profissionais (risos). Tive que me dedicar um tempo a isso, mas estou treinando. Ainda não tenho luta marcada, mas quero muito poder lutar ainda no começo do ano, já estamos em contato com o Bellator e espero que isso aconteça.
– Análise da derrota no Bellator
Eu aprendi muito com essa derrota, fizemos um bom camp, estávamos muito confiantes, mas na luta aconteceram coisas que nunca tinham acontecido comigo e talvez isso tenha me abalado. Senti muito a força da minha adversária, quando sai dali, estava decepcionada. Depois, isso foi passando e pensei: preciso ficar mais forte e estou batendo o peso com facilidade, mas dessa vez não recuperei muito. Eu preciso de mais músculos e ficar mais forte, preciso treinar mais, fazer mais sparrings duros. Eu sei que tenho condições e confio muito nos meus professores, então, bora trabalhar. Perder faz parte, só quem entra lá sabe o quanto somos corajosos. Estamos prontos para a próxima!
– Competições de Jiu-Jitsu ajuda no MMA
Eu amo Jiu-Jitsu e acho que estar competindo me ajuda a relaxar e tirar aquela tensão do MMA. As coisas, pra mim, tem que fazer sentindo. Eu tenho que estar feliz e o Jiu-Jitsu me deixa feliz. Eu amo lutar MMA, mas amo mais o Jiu-Jitsu (risos). Eu sei que não lutei na minha melhor forma esses últimos campeonatos de Jiu-Jitsu, fiquei muito tempo sem se quer treinar de quimono, mas foi incrível e pude recarregar minhas baterias. Sempre quando der, vou lutar. É bom demais (risos).
– Projeções para a temporada de 2019
Lutar mais vezes o Bellator e poder lutar Jiu-Jitsu, estou pensando em me mudar para Estados Unidos para treinar e lutar mais. Tirei esse final de ano para focar na minha escola e dar up no ADCC. Eu quero muito (lutar), porque fui vice-campeã no último, mas a seletiva vai ser em março e vou estar nos Estados Unidos, então, espero um convite.