Relembre quando Muhammad Ali disse ‘não’ ao governo dos EUA e foi impedido de lutar Boxe
O pugilista também é bastante famoso por defender os direitos igualitários da sociedade negra dos Estados Unidos
Muhammad Ali é um dos maiores ídolos do Boxe mundial (Foto: Reprodução)
* Considerado um dos maiores nomes do Boxe mundial, Muhammad Ali lutou bravamente dentro e fora dos ringues. O pugilista também é bastante famoso por defender os direitos igualitários da sociedade negra dos Estados Unidos, enfrentando a lei da segregação predominante daquela época.
Uma das maiores curiosidades sobre Muhammad Ali é que ele não nasceu com este nome, mas o de Cassius Clay. No entanto, ao se converter ao islã, em 1964, o lutador decidiu mudar o nome, além de começar a adotar uma postura em prol dos direitos igualitários e religiosos.
Inclusive, em defesa desses direitos, Ali se recusou a lutar na guerra do Vietnã. Na ocasião, o pugilista afirmou: “Por que me pedem para vestir um uniforme e me deslocar 10 000 milhas para lançar bombas e balas no povo do Vietnam, enquanto os negros de Louisville são tratados como cachorros, sendo-lhes negados os mais elementares direitos humanos? Não, não vou viajar 10 000 milhas para ajudar a assassinar e queimar outra nação pobre para que simplesmente continue a dominação dos senhores brancos sobre os povos de cor mais escura mundo afora. É hora de tais males chegarem ao fim”.
O boxeador chegou a se apresentar no exército em Houston (EUA), mas recusou três vezes a convocação. Tal atitude fez com que, na década de 1960, o “The Greatest” perdesse os títulos conquistados ao longo da carreira. Na época, não pôde voltar aos ringues por um período de três anos, quando, no final da década de 1970, teve a sentença revertida pela Suprema Corte dos Estados Unidos ao pagar a fiança. Além disso, teve permissão da comissão atlética para retornar a disputar lutas no Boxe.
A contribuição dentro do ringue
A popularidade de Muhammad Ali transcendeu fronteiras e lhe rendeu admiração em muitos países ao redor do mundo. O atleta não apenas levou grandes confrontos a diferentes continentes, mas também promoveu o Boxe como um esporte global.
Lutando em locais tão diversos como Suíça, Irlanda, Alemanha, Malásia, Japão, Filipinas e República Democrática do Congo (antigo Zaire), Ali ajudou a popularizar o esporte em uma escala internacional. A participação em eventos de Boxe não apenas atraiu multidões, mas também solidificou a imagem do pugilista como um ídolo mundial e um embaixador da modalidade.
O grande ativista pelos direitos civis e defensor da justiça social, é um dos principais símbolos de resistência e coragem. Muhammad Ali enfrentou grandes desafios, contra nomes como Joe Frazier, George Foreman, Ken Norton e outros atletas que fizeram parte do que é considerado a “era de ouro” do Boxe.
Desde o início da carreira até a aposentadoria, Muhammad conquistou três títulos mundiais, além de um impressionante cartel com 56 vitórias, incluindo 37 por nocaute, e apenas 5 derrotas. O pugilista faleceu em decorrência do Mal de Parkinson, aos 74 anos. No entanto, o legado do atleta permanece até os dias atuais.
* Por Damares Farias