Bruno Bastos explica a diferença entre vencer como um campeão e ter uma boa performance: ‘Somente uma pessoa sai com o título‘
Bruno Bastos tem história. São décadas dedicadas ao Jiu-Jitsu, seja presente nas principais competições do esporte, ou sendo um exemplo de superação e persistência. Desde a sua primeira conquista no Mundial Master, em 2013, o faixa-preta levou cerca de sete anos para vencer o mesmo torneio, mas não desistiu durante a caminhada. A recompensa veio em dezembro do ano passado, na Flórida (EUA), quando o carioca hoje radicado em Midland, no Texas, venceu Roberto Cyborg e mais três atletas para conquistar o ouro.
“Apesar de ter levado 7 anos para ganhar o Mundial Master novamente, eu fui campeão de diversos torneios grandes durante esse tempo. Venci o Mundial No-Gi, Pan com e sem quimono, Europeu com e sem quimono, Campeonato Brasileiro, Americano National, entre outros. O Mundial Master tem um valor maior e além, de ter uma performance de campeão, eu paguei o preço para ser o campeão. Teve vezes em que tive performance de campeão, mas não paguei o preço. Posso afirmar que isso me custou o título outras duas vezes, que são claras na minha mente. Eu sabia que era uma questão de chegar bem e ter uma performance de campeão”, disse Bruno, antes de explicar a diferença de ter uma performance de campeão e uma boa performance.
“Isso são duas coisas bem diferentes. Claro que o resultado negativo traz frustração, mas é super importante entender que somente uma pessoa sai com a medalha de ouro, só tem um campeão. Independente de ganhar ou perder, na segunda-feira eu volto ao trabalho”, analisou o campeão a respeito da sua reflexão.
Para ter uma performance de campeão, Bruno precisou adquirir novos hábitos, principalmente em sua alimentação. Ele contratou uma nutricionista para montar seu plano alimentar, o que fez toda a diferença.
“Acredito que a diferença foi no estilo de vida. Estou em um momento muito bom e sempre acreditei que eu poderia vencer qualquer um na minha divisão. Não é o que eu comi, mas foi como eu comi. Desde que comecei a trabalhar com a Nathália Chantre, estou não somente evoluindo na parte física, como também aprendendo mais sobre nutrição e como meu corpo reage. A Nathália é sensacional. Não existe dieta pronta. Estando com ela hoje, posso afirmar que todo atleta de alto nível deve ter um acompanhamento na parte de nutrição e suplementação. Na parte física, o responsável por cuidar de mim é o Jarret Jones”.
Antes de encerrar, Bruno falou porque o Mundial Master está com um nível tão elevado em comparação às primeiras edições do torneio. “Acredito que hoje o público do Jiu-Jitsu em geral, entende que o nível é tão alto quanto o do adulto. Você vê caras que ganham no adulto e perdem no master o tempo todo. O tempo de luta, estilo de luta e estratégia são diferentes. A divisão adulto vai ser sempre a ‘Champions League’, com um maior prestígio. Porém, os resultados mostram que hoje um competidor master de alto nível faz frente com atletas adultos ou ainda em atividade entre os adultos”, encerrou o responsável pela equipe Lead BJJ.